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FICHA DE INVENTÁRIO
Museu: Museu Nacional Soares dos Reis N.º de Inventário: 82 Pin MNSR Denominação: As casas brancas de Capri Dimensões (cm): altura: 70,5; largura: 141; Descrição: Composição estruturada em três faixas paralelas definidas por manchas de cores intensas que a forte luz mediterrânica faz ressaltar. Os três planos principais distinguem a terra, o casario e o céu: do primeiro arranca uma linha oblíqua que marca a divisão entre a vegetação densa de cactos, acumulada do lado esquerdo, e a terra que se estende até ao extremo direito, num contraste cromático entre o verde da vegetação e o ocre da terra. Sobre este, o plano intermédio do casario branco feito de construções de formas geométricas inundadas de luz. À esquerda, duas figuras femininas, recortadas sobre o azul do mar e do céu, introduzem uma referência de escala. O mar, representado numa estreita faixa de azul denso, visível só num pequeno trecho do quadro, à esquerda, confronta com o céu, uma mancha regular de azul bastante uniforme manchado por nuvens pouco densas. Esta obra de referência do paisagismo do século XIX sintetiza o percurso artístico do pintor: concentra linguagens diversas em contraponto harmonioso, quer no tratamento naturalista e minucioso da vegetação em contraste com as superfícies planas, monocromáticas e geométricas, das arquitecturas, quer no recurso ao pincel fino que desenha as formas em contraste com o espessamento da tinta aplicada em pinceladas largas. Incorporação: Outro - Fundo Antigo do Museu proveniente da Escola de Belas Artes do Porto (antiga Academia Portuense de Belas Artes).
Origem / Historial: Esta paisagem integrou a segunda remessa de pensionista do Estado enviada à Academia Portuense de Belas Artes, como consta no "Relatório" do pensionista, datado de 27 de Fevereiro de 1883.
Pertence ao Fundo Antigo do Museu: o antigo Museu Portuense, criado em 1833, passa a ser tutelado por uma Comissão de professores da Academia de Belas Artes do Porto, a partir de 1839, e as duas instituições passaram a partilhar o mesmo espaço e tutela. Em 1932 é feita a partilha do acervo existente pelas duas instituições, o Museu Soares dos Reis (antigo Museu Portuense) e Escola de Belas Artes (antiga Academia): dessa divisão foi registada uma “Relação dos objectos existentes no Museu Soares dos Reis pertencentes ao Estado”, datada de 1 de Novembro de 1932 e firmada por João Marques da Silva e por Vasco Valente, respectivamente, director da Escola de Belas Artes e do Museu Soares dos Reis.
*Forma de Protecção: classificação;
Nível de classificação: interesse nacional;
Motivo: Necessidade de acautelamento de especiais medidas sobre o património cultural móvel de particular relevância para a Nação, designadamente os bens ou conjunto de bens sobre os quais devam recair severas restrições de circulação no território nacional e internacional, nos termos da lei n.º 107/2001, de 8 de Setembro e da respectiva legislação de desenvolvimento, devido ao facto da sua exemplaridade única, raridade, valor testemunhal de cultura ou civilização, relevância patrimonial e qualidade artística no contexto de uma época e estado de conservação que torne imprescindível a sua permanência em condições ambientais e de segurança específicas e adequadas;
Legislação aplicável: Lei n.º 107/2001, de 8 de Setembro;
Acto Legislativo: Decreto n.º 19/2006; 18/07/2006*
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