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FICHA DE INVENTÁRIO
Museu:
Museu Grão Vasco
N.º de Inventário:
2929
Supercategoria:
Arte
Categoria:
Pintura
Denominação:
Auto-retrato de José Almeida Furtado
Datação:
1810 d.C. - 1831 d.C.
Matéria:
Óleo
Suporte:
Tela
Dimensões (cm):
altura: 48; largura: 33;
Descrição:
Pintura representando o auto-retrato de José Almeida Furtado, em busto, com corpo a três quartos virado para a direita e cabeça de frente. Cabelo castanho e suíças longas, os olhos voltados para a direita, lábios cerrados. Enverga casaco castanho, camisa, nó e colete fechado (vê-se um botão) brancos. A figura destaca-se de um fundo castanho escuro.
Incorporação:
Doação - Doação do Grupo de Amigos do Museu de Grão Vasco - GAMUS
Origem / Historial:
Obra adquirida pelo Grupo de Amigos da Museu Grão Vasco - GAMUS, em 1997, para o Museu Grão Vasco.
Iconografia e Heráldica

Tipo

Descrição

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Iconografia

Nascido em Viseu, em 1778, após uma curta passagem pelo Porto, José de Almeida Furtado foi para Lisboa, aos 16 anos, sendo acolhido na Casa Pia e passando a estudar na Aula Régia de Desenho da Figura e Arquitetura, sob orientaçâo dos pintores Eleutério Manuel de Barros e José da Cunha Taborda. No trânsito para o século XIX regressou à terra natal, onde desenvolveu a sua oficina de pintura e também se deverá ter envolvido corn o efervescente ambiente político e social então vivido. No ano da invasão de Junot (1807), partiu para Salamanca onde casou com Maria do Loreto Amezqueta e de quem teve oito fllhos: Tadeu, Maria das Dores, José, Francisco, Eugénia e Rosa (nascidos em Espanha), e ainda Francisca e Doroteia, nascidas mais tarde em Viseu. Como exímio pintor retratista atingiu grande notoriedade, foi nomeado, em 1813, como professor de miniatura da Escola de Bellas Artes San Eloy, em Salamanca. Em 1826 regressa a Viseu, continuando a sua atividade com grande notoriedade. Faleceu cinco anos depois, deixando uma vasta obra dispersa e sobretudo uma descendência que continuou a sua acção artistica.

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Iconografia

José de Almeida Furtado autorretrata-se de forma algo convencional, em busto, com o peito em rotação a três quartos, mirando o observador com olhar quase desafiante. «Nesta composição observamos a inexistência de elementos contrastantes (…). Esta apresenta uma paleta monocromática, em diferentes gradações de castanhos, dominando toda a figura que se esbate no próprio fundo onde se inscreve.» (Silva, 2015, p. 31). Traja como qualquer burguês da sua época, casaco, colete, camisa e gravata. Longe vão os tempos em que se autorrepresentou sem gravata, gola aberta, lapiseira entre os dedos, e cabeça apoiada na mão, com olhar absorto e sonhador (mngv, inv. 2473). No entanto, há um aspeto que será ainda desconcertante, o penteado. Os cabelos desordenados e esvoaçantes refletem, de alguma forma, o ar dos tempos em mudança. O pintor, que ficou conhecido como «o Gata», nasceu em Viseu no ano de 1778. Gata teve uma vida atribulada, como foram os tempos em que viveu (Franco, 1998). Estudou na Aula Régia do Desenho e Figura da Casa Pia e, ainda em Lisboa, começou por fazer miniaturas. De regresso a Viseu, sofreu o primeiro grande revés da sua aventurosa vida, sendo-lhe amputada a perna esquerda. Parte depois para Salamanca, onde casa com D. Maria do Loreto Amezqueta (mnaa, inv. 183 Min). Volta à terra natal por volta de 1826, passando por Ciudad Rodrigo. Acusado de envolvimento com os partidários da causa liberal – ainda que tenha pintado um retrato de D. Miguel, as suas simpatias iam de facto para o partido de D. Pedro –, Gata vê-se obrigado a deixar novamente Portugal, só voltando a Viseu já próximo da morte (Simões, 1998 e Silva, 2015). Apesar de pintar a óleo, ficou conhecido sobretudo pelas suas miniaturas. A proximidade que manteve ao retratar e conviver com figuras ligadas à causa liberal poderá ter-lhe causado grandes transtornos durante a vida, mas transformou-se, depois da sua morte, na garantia da continuidade da tradição familiar na pintura de miniatura. É um facto que todos os filhos do «Gata» miniaturaram, sendo o trabalho em grande parte sustentado pelas encomendas dos partidários da causa liberal que ocupavam agora cargos governamentais. Tadeu Maria, o filho mais velho, miniaturou e alcançou uma respeitável posição de académico no Porto; Francisca foi a melhor das suas discípulas; outra das filhas, Maria das Dores, também se dedicou à miniatura (Franco, 2003, p. 8). Anísio Franco In “Identidades, Pronomes e Emoções. As Regras do Retrato”

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