Iconografia | O retrato a meio corpo de Plácido António Vasconcelos Maya, revela um estilo diverso daquele que Almeida e Silva praticou no seu auto-retrato (ver inv. 2467) e ainda mais distante se o compararmos com outros que classificámos “de género” (Hortaliceiras (inv.2388), O Van-Ruge de Santiago (inv. 2468), etc.), estando mais próximo de um vasto conjunto de outras obras pintadas para vários particulares e instituições locais, como para a Misericórdia de Viseu, para a Confraria de Santo António de Viseu ou para o Internato Viseense de Santa Teresinha.
Se por um lado a capacidade técnica de Almeida e Silva se mantêm, embora a um nível menos bem resolvido do que em outras obras, no que respeita à expressão criativa, esta é praticamente nula. De facto assistimos aqui a uma representação formal que pretende servir de registo iconográfico memorialista, com um pendor eminentemente solene e representativo do estatuto ou da classe social do retratado.
Neste caso não lográmos apurar a biografia de Plácido Vasconcelos Maya (apenas nos surge um registo com este nome na lista de provedores e mesários da Santa Casa da Misericórdia de Guimarães, referindo-se a Placido António de Vasconcelos Maia, como Cavaleiro da Ordem de Cristo e Cónego Prebendado da Colegiada de Nossa Senhora da Oliveira, o qual esteve como provedor em 1816. Pode, esta obra, ser um retrato póstumo realizado a partir de uma fotografia ou de outro registo) contudo é bem patente a sua posição social, como membro da nobreza, portando no canto superior esquerdo as respectivas armas de família. O escudo, sobrepujado por um coronel de nobreza em forma de coroa ducal, é esquartelado com as armas dos Vasconcelos, Araújo, Abreu e Carvalho, sendo carregado com as armas dos Maia, ao centro. SG | |