Origem / Historial:
A partir deste desenho foi realizado um retrato a óleo apresentado na exposição anual da Sociedade Nacional de Belas Artes, em 1936, e reproduzido no respectivo catálogo, no qual Afonso de Melo Pinto Veloso surge sentado e portando as condecorações nacionais com que foi agraciado.
Na parte inferior do desenho encontra-se escrito, à pena, a seguinte dedicatória: “Almeida e Silva / Viseu, 1935 / Oferta ao Museu de Grão Vasco. / (Estudo do natural para o retrato a / Óleo, do natural, / do Ex[celentíssimo] S[enho]r Conselheiro / Dr. Afonso de Melo Pinto Veloso)”.
O desenho a carvão retrata uma prestigiada figura da vida pública nacional, o Conselheiro Afonso de Melo Pinto Veloso, nascido em Águeda em 1878, cuja ligação com Viseu é feita através do casamento contraído com D. Paulina de Araújo Coelho de Campos (da Casa do Rossio, em Viseu).
Pinto Veloso cursou Direito na Universidade de Coimbra e fez carreira na magistratura. Desempenhou diversas funções públicas e ocupou alguns cargos políticos eminentes, tendo sido auditor administrativo de Beja, entre 1910 e 1911; governador civil do Funchal, em 1917; Ministro da Justiça em 1918-1919 (no governo que sucedeu ao assassinato de Sidónio Pais); emissário do Governo Português ao Tribunal de Haia para a negociação das indemnizações de guerra; Secretário do Conselho Superior de Magistratura Judicial, entre 1918 e 1932; Ministro da Instrução Pública nos anos de 1920 e 1921; presidente e juiz conselheiro de Supremo Tribunal de Justiça, em 1932-1933, vice-presidente da Câmara Corporativa e da Câmara dos Deputados; relator do Supremo Tribunal Militar e membro da Casa das Beiras em Lisboa.
A partir dos anos 30, com uma nova configuração do panorama político português, deixou de ter o protagonismo político que conheceu, sobretudo no período final da Primeira República, contudo manteve um conjunto de exercícios importantes nos domínios da Justiça e enquanto deputado. Faleceu em Lisboa, onde residia, a 15 de Fevereiro de 1968.