MatrizNet

 
Logo MatrizNet Contacts  separator  Help  separator  Links  separator  Site Map
 
Saturday, April 27, 2024    INTRODUCTION    ORIENTED RESEARCH    ADVANCED RESEARCH    ONLINE EXHIBITIONS    INVENTORY GUIDELINES 

Animação Imagens

Get Adobe Flash player

 


 
     
     
 
OBJECT DETAILS
Museum:
Palácio Nacional de Queluz
Inventory number:
PNQ 250A
Supercategory:
Arte
Category:
Desenho
Name:
Retratos de D. João VI e D. Carlota Joaquina
Production Place:
Porto. Portugal.
Date / Period:
1832 A.D
Material:
Carvão e lápis
Holder:
Papel
Technique:
Desenho a carvão e lápis branco sobre papel
Measurments (cm):
height: 42; width: 62;
Description:
Quadro contendo dois desenhos a carvão e lápis com os retratos de D. João VI e de D. Carlota Joaquina, Reis de Portugal, sobre o mesmo cartão, dividido em duas molduras, representados a mais de meio corpo, em traje de corte, com dedicatória no fundo: «A S.M.I. O Senhor D. Pedro Duque de Bragança Regente em nome de S.M.F. a Senhora D. Maria II offerece» Ao centro dos dois desenhos, no meio de coroa de flores, o número «34». Moldura dourada e entalhada estilo Luís XVI e com um vidro.
Incorporation:
Transferência - Transferido do Palácio Nacional da Ajuda por Despacho ministerial. Nº de ordem 577/1941. Valor da avaliação: 1.000$00.
Origin / History:
Trata-se de um retrato póstumo dos dois soberanos que o pintor ofereceu a D. Pedro Duque de Bragança por ocasião do seu trigésimo quarto aniversário durante o Cerco do Porto. Contemporânea a esta pintura, é a miniatura muito semelhante, do mesmo artista, em exposição na vitrine da Sala das Açafatas (PNQ 229A), retratando a mesma rainha e também datada de 1824. D. João VI- Terceiro filho de D. Maria I e de D. Pedro III, o Infante D. João nasceu em Lisboa a 13 de Maio de 1767. Em 1785 casa com a Princesa D. Carlota Joaquina de Bourbon, filha mais velha do rei Carlos IV de Espanha, cinco anos após a chamada "Troca das princesas" em Vila Viçosa. Por morte do seu irmão D. José, Príncipe do Brasil, em 1788, torna-se o herdeiro directo do trono. A partir de 1792 assume a regência do reino, devido à incapacidade da Rainha D. Maria I, sendo coroado rei no Rio de Janeiro em 1818, dois anos após a morte daquela soberana. Enquanto regente, D. João tem de enfrentar um dos períodos mais atribulados da história política portuguesa. O avanço das tropas napoleónicas na Europa, que culmina em Portugal com as Invasões Francesas (1807-1811), obriga à transferência da Corte para o Brasil. Pressionado a regressar à metrópole, onde se desencadeara entretanto a Revolução Liberal de 1820, D. João VI jura a Constituição em 1821. No Brasil ficara o Infante D. Pedro, que em breve se tornaria líder do processo de independência e primeiro imperador do Brasil. Em Portugal, os opositores absolutistas têm na Rainha e no Infante D. Miguel os principais promotores da oposição ao governo constitucional, responsáveis por dois golpes de estado, a Vilafrancada (1823) e a Abrilada (1824); se o primeiro consegue neutralizar temporariamente o governo liberal, o segundo terá o seu desfecho com o exílio do Infante D. Miguel. Este permanecerá em Viena até 1828, sendo posteriormente com o seu irmão D. Pedro o protagonista principal da sangrenta guerra civil que oporá absolutistas e constitucionais até 1834. D. João VI não assistirá no entanto ao desenrolar deste processo, morrendo em Lisboa a 10 de Março de 1826, logo após ter transferido a regência do Reino para a Infanta D. Isabel Maria. A polémica da sua sucessão inicia um novo capítulo da história do conturbado liberalismo português. D. Carlota Joaquina (1775-1830), filha de Carlos IV de Espanha, nasceu em Aranjuez, em 1775, e faleceu em Queluz, em 1830. Casada aos 10 anos com o infante D. João, filho de D. Maria I, ascendeu a princesa herdeira após a morte do príncipe D. José, primogénito da rainha. Dotada de temperamento violento, voluntariosa, duma devoção fanática, a ausência de sólida educação familiar contribuiu para ela dar largas a um natural exuberante, tantas vezes em oposição com a compostura que convinha à sua posição, tendo estado quase sempre em conflito com o o marido, particularmente desde que este, por efeito da loucura da rainha, assumiu a regência (1792). Sem compreender o grande drama que então começava a representar-se para lá dos Pirinéus, sempre se mostrou intolerante com as novas ideias e reacionária à maneira espanhola. Implicada numa conjura para desapossar do governo o príncipe-regente, não quis este castigá-la, mas fixou-lhe residência em Queluz, vivendo os dois separados até à morte de D. João. Passando ao Rio de Janeiro por ocasião da 1.ª invasão francesa (1808), ali alimentou as esperanças de vir a reinar nas colónias espanholas, visto seu pai e seu irmão primogénito terem sido forçados por Napoleão a abdicar. Após um período de actividade febril da sua parte, em que se correspondeu com as autoridades das colónias espanholas na ambição de realizar os seus planos, nada daí resultou à medida dos seus desejos. Regressando a Lisboa em 1821, recusou-se teerminantemente a jurar a Constituição, e desde então votou-se a orientar a contra-revolução que teve o seu executor no infante D. Miguel. Tendo-lhe sido fixada residência na Quinta do Ramalhão, ali planeou a Vila-Francada, depois do que voltou à capital. Reincidente, preparou o golpe da Abrilada, mas, fracassado este, novamente lhe foi fixada residência, desta vez em Queluz, onde continuou a conspirar até à morte do rei (1826). Quando D. Miguel voltou a Portugal (1826), de novo a mãe lhe deu o seu apoio, contribuindo assim para o golpe de Estado que elevou o infante a rei, continuando depois a aconselhá-lo, sem chegar, porém, a viver o bastante para ver a derrota do filho e o seu exílio definitivo.
 
     
     
   
     
     
     
 
Secretário Geral da Cultura Direção-Geral do Património Cultural Terms & Conditions  separator  Credits