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FICHA DE INVENTÁRIO
Museu:
Palácio Nacional de Queluz
N.º de Inventário:
PNQ 247A
Supercategoria:
Arte
Categoria:
Pintura
Denominação:
Retrato da Rainha D. Carlota Joaquina
Local de Execução:
Portugal.
Centro de Fabrico:
Portugal
Datação:
1824 d.C.
Matéria:
Óleo
Suporte:
Tela
Técnica:
Óleo sobre tela
Dimensões (cm):
altura: 213; largura: 146,5;
Descrição:
Retrato da Rainha D. Carlota Joaquina (1775-1830), de corpo inteiro, sentada numa cadeira de espaldar alto. A rainha ostenta ao peito (de cima para baixo e da esquerda para a direita): a placa da Ordem de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa (Grã-Cruz), a Ordem da Cruz Estrelada da Áustria, a Ordem das Damas Nobres de Santa Isabel (Instituidora e Grão-Mestre) e a Ordem Soberana e Militar. Enverga as bandas correspondentes às três primeiras ordens mencionadas. Sob estas, camisa branca, debruada com folho de renda ao nível do pescoço. Parte superior das mangas com faixas douradas debruadas, contendo motivos florais da mesma cor. A zona do peito é bordada a dourado representando a Cruz da Ordem de Malta. Vestido comprido, encarnada bordada a dourado com motivos vegetais e torres de castelo. Toucado branco com faixas douradas, encimado por plumas encarnadas. Segura na mão direita, leque fechado, dourado, cuja parte superior é tocada pelos dedos da mão esquerda. A cadeira de espaldar em madeira dourada entalhada, encimado por medalhão contendo figura feminina de estilo clássico, e por coroa real. O trono é forrado a veludo verde claro. Por trás do trono, grande reposteiro de seda dourada debruada com franjas da mesma cor. Moldura dourada entalhada com motivos vegetais estilo Luís XVI.
Incorporação:
Transferência - Transferido do Palácio Nacional da Ajuda por despacho ministerial. Nº de ordem 599/1941. Valor da incorporação: 5.000$00
Origem / Historial:
Colecção da Casa Real. Nº 229 do Palácio Nacional da Ajuda. Contemporânea a esta pintura, é a miniatura muito semelhante, do mesmo artista, em exposição na vitrine da Sala das Açafatas (PNQ 229A), retratando a mesma rainha e também datada de 1824. D. Carlota Joaquina (1775-1830), filha de Carlos IV de Espanha, nasceu em Aranjuez, em 1775, e faleceu em Queluz, em 1830. Casada aos 10 anos com o infante D. João, filho de D. Maria I, ascendeu a princesa herdeira após a morte do príncipe D. José, primogénito da rainha. Dotada de temperamento violento, voluntariosa, duma devoção fanática, a ausência de sólida educação familiar contribuiu para ela dar largas a um natural exuberante, tantas vezes em oposição com a compostura que convinha à sua posição, tendo estado quase sempre em conflito com o o marido, particularmente desde que este, por efeito da loucura da rainha, assumiu a regência (1792). Sem compreender o grande drama que então começava a representar-se para lá dos Pirinéus, sempre se mostrou intolerante com as novas ideias e reacionária à maneira espanhola. Implicada numa conjura para desapossar do governo o príncipe-regente, não quis este castigá-la, mas fixou-lhe residência em Queluz, vivendo os dois separados até à morte de D. João. Passando ao Rio de Janeiro por ocasião da 1.ª invasão francesa (1808), ali alimentou as esperanças de vir a reinar nas colónias espanholas, visto seu pai e seu irmão primogénito terem sido forçados por Napoleão a abdicar. Após um período de actividade febril da sua parte, em que se correspondeu com as autoridades das colónias espanholas na ambição de realizar os seus planos, nada daí resultou à medida dos seus desejos. Regressando a Lisboa em 1821, recusou-se terminantemente a jurar a Constituição, e desde então votou-se a orientar a contra-revolução que teve o seu executor no infante D. Miguel. Tendo-lhe sido fixada residência na Quinta do Ramalhão, ali planeou a Vila-Francada, depois do que voltou à capital. Reincidente, preparou o golpe da Abrilada, mas, fracassado este, novamente lhe foi fixada residência, desta vez em Queluz, onde continuou a conspirar até à morte do rei (1826). Quando D. Miguel voltou a Portugal (1826), de novo a mãe lhe deu o seu apoio, contribuindo assim para o golpe de Estado que elevou o infante a rei, continuando depois a aconselhá-lo, sem chegar, porém, a viver o bastante para ver a derrota do filho e o seu exílio definitivo. João Baptista Ribeiro, pintor do século XIX, foi discípulo de Domingos Vieira, Vieira Portuense, Domingos António de Sequeira, José Teixeira Barreto e Raimundo Joaquim da Costa na aula de Debuxo e Desenho, do Porto e também na Academia Real de Marinha e Comércio, que sucessivamente frequentou, a primeira em 1802, a segunda em 1803 e anos seguintes. Onde alcançou vários prémios. Já em menino, na sua terra natal, dera mostras precoces de talento artístico, o que lhe valeu a protecção do Arcebispo de Braga, D. Frei Caetano Brandão, e do famoso Morgado de Mateus, D. José Maria de Sousa, que o queria levar para França a estudar pintura, projecto gorado pela oposição do pai de Baptista Ribeiro. Dos seus mestres, foi Sequeira o que maior influência exerceu sobre ele, chegando a considerá-lo seu discípulo predilecto. João Baptista Ribeiro fez retratos brilhantes e vistosos e composições religiosas equilibradas e decorativas, muito apreciadas no tempo, embora nem sempre as suas obras primassem pelo cuidado e apuro da execução. A sua carreira deve considerar notável: nomeado muito novo, em 1811, professor substituto da aula de Desenho da Academia Real de Marinha e Comércio, foi chamado, em 1822, à Corte, para retratar o rei, a rainha e as infantas, e tão bem se houve no desempenho desta incumbência que, em 1824, era nomeado por portria mestre de desenho, pintura e miniatura das infantas, filhas de D. João VI. Em 1832, tomou parte como soldado no cerco do Porto, havendo-lhe sido dada baixa, como prémio dos seus méritos, por D. Pedo IV, de quem fez vários retratos e ao qual entregou uma memória a solicitar a criação no Porto duma biblioteca e de um museu de arte, mais tarde Ateneu D. Pedro IV - o primeiro museu do género entre nós, que organizou e de que veio a ser director; em 1833, foi nomeado lente proprietário da aula de Desenho da Academia Real de Marinha e Comércio de que já era substituto; em 1836, ascendeu a director da mesma Academia e, ainda nesse ano, foi provido nos cargos de professor e director da Academia Portuense de Belas-Artes, então criada, mas optou pela primeira delas, transformada em Academia Politécnica; em 1837, foi agraciado com a comenda de Cristo e, em 1853 - ano em que se jubilou -, com a mercê de título do conselho, como o diz Viterbo. Desde muito cedo se distinguiu como retratista: em 1820, fez o retrato de D. Frei Vicente da Soledade Castro, Arcebispo da Baía, e, em 1823, retratou em miniatura, em grupo, duas filhas do marechal-de-campo Manuel de Pamplona Carneiro Rangel, Visconde de Beire, e executou, em Lisboa, dois retratos da rainha D. Carlota Joaquina Um deles em corpo inteiro, outro em miniatura, ainda durante o reinado de D. Miguel I, fez dois retratos do soberano, com as insígnias reais. Em 1832, litografou o retrato da infanta D. Maria Amália, divulgando entre nós este novo processo; em 1834, executou a lápis de cores o retrato de D. Maria II. D. João VI apreciou muito o retrato que dele fez Baptista Ribeiro e mandou-o gravar em Paris. D. Pedro IV para lhe testemunhar a sua estima, ofereceu-lhe o primeiro prelo litográfico que se viu em Portugal. Pedro Vitorino diz que este pintor não era especialista na miniatura, mas que executava sempre as encomendas recebidas. Júlio Brandão é de opinião diversa, ao situá-lo como miniaturista, «entre os de maior renome». A maioria das obras de João Baptista Ribeiro encontra-se no Porto: «Auto-retrato» e «Retrato de D. Miguel I» (Museu Nacional Soares dos Reis); «As Estações», 4 paisagens (Museu Allen); «Assunção de Nossa Senhora», «S. Francisco de Sales» e tectos da capela-mor (Igreja dos Congregados); «Anunciação» (Igreja da Graça); «Senhora da Soledade» (Capela das Almas); «S. José e o Menino Jesus» (Igreja de Massarelos); «Senhor do Aflitos» (Capela dos Justiçados); «Nossa Senhora do Livramento» (Capela dos Convertidos); «Apresentação de Nossa Senhora», «Anunciação», «Repouso no Egipto» e oito pequenas figuras no tecto (capela de Bernardo de Melo): «Nossa Senhora do Carmo» (casa de João Luís do Souto e Freitas): «Retrato de D. João VI», «Retrato do Duque do Porto» e dois tectos (Câmara Municipal do Porto); «Retrato de D. João VI» (Companhia Velha); «Retrato de José Carneiro da Silva» e «Retrato de J. António de Aguiar» (Faculdade de Ciências, antiga Academia Politécnica); «Retrato de Luís António Machado» (Hospital do Carmo); «Retrato do Duque de Bragança» (Biblioteca Pública); 4 painéis decorativos (Palácio do Conde do Bolhão). São também de referir noutras localidaes: retratos de D. João VI, D. Pedro IV, D. Maria II e D. Pedro V (Sala dos Capelos da Universidade de Coimbra); «Ascenção de Cristo», «Senhora do Livramento», «S. João», «Senhora do Rosário» e «Santo António» (Igreja Matriz de Valongo); «S. Jerónimo» e «Retrato do Barão de S. Jerónimo» (Hospital de Vila Real); «S. Miguel», de tamanho natural (Igreja das Feiras do Louriçal); «Retrato do 1º Conde de Amarante» (Palácio de Canelas). Esteve representado pela tela «A Águia» na Galeria de Pintura do Palácio da Ajuda. É-lhe atribuído o «Retrato de João António de Sá Pereira» (Col. Viscondessa de Alverca, Lisboa). Entre as suas numerosas miniaturas, algumas delas notáveis, conta-se uma com o retrato da Duquesa da Terceira, destinada à infanta D. Ana.
 
     
     
   
     
     
     
 
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