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FICHA DE INVENTÁRIO
Museu:
Palácio Nacional da Ajuda
N.º de Inventário:
5167
Supercategoria:
Arte
Categoria:
Ourivesaria
Denominação:
Prato de água-às-mãos
Autor:
Desconhecido
Centro de Fabrico:
Portugal
Datação:
Século XVI (1.ª metade)
Matéria:
Prata
Técnica:
Prata dourada, cinzelada e gravada
Dimensões (cm):
altura: 5,5 (no medalhão central); diâmetro: 54;
Descrição:
Prato de água-às-mãos manuelino, em prata dourada, com típica decoração tardo-gótica, claramente expressa na abundância dos motivos decorativos que em grande profusão preenchem exaustivamente as três faixas concêntricas que o constituem. Estruturalmente apresenta um centro sobrelevado e uma aba horizontal rebaixada em relação àquele. A primeira e a terceira faixa são meramente decorativas, ostentando uma decoração clássica, onde predomina a representação de meias figuras humanas com caudas de folhagem, que se dispõem ao longo da faixa de forma contínua e simétrica. A segunda faixa decorativa, intermédia às anteriores, apresenta um relato de carácter bélico, numa sequência de quatro episódios, aludindo provavelmente à conquista de Arzila, no norte de África. O centro, alteado, apresenta um medalhão circular, de aplicação posterior (e amovível), com as iniciais góticas "M.F" assentes num escudo peninsular listado na vertical (que de acordo com o código heráldico corresponderá ao vermelho da bordadura do escudo das armas portuguesas), tendo um dragão como timbre (o dragão heráldico das armas portuguesas). Estas iniciais poderão corresponder ao monograma de carácter afectivo dos reis D. Maria II e D. Fernando de Saxe-Coburgo. O medalhão é delimitado por uma faixa convexa lisa e esta moldurada por uma larga faixa de motivos fitomórficos aos quais se sobrepõem quatro entrelaços. Entre esta e a primeira faixa decorativa, dispõe-se um registo liso levemente côncavo. A primeira faixa decorativa apresenta quatro pares de meias figuras humanas, algumas aladas e todas com cauda vegetal, da qual emanam hastes de folhagem que se curvam e entrelaçam umas nas outras. As figuras dispõem-se frente a frente com uma urna com tampa assente num plinto, de permeio. Os quatro pares são todos diferenciados: um dos pares segura em cornucópias, outro toca flauta, outro combate entre si (uma das figuras segurando um tridente e a outra um machado), e o outro toca também flauta. Esta faixa é delimitada por um feixe de folhagem. A segunda faixa decorativa representa uma batalha portuguesa, provavelmente a conquista de Arzila, no norte de África. Da direita para a esquerda e de cima para baixo, representam-se quatro episódios discretamente individualizados por rochedos e árvores. No primeiro figura um castelo, do interior do qual soldados lançam pedras e apontam espingardas ao inimigo; ao lado observam-se escadas encostadas à muralha e outras transportadas por soldados que consumam o assalto. Do alto de um rochedo outro grupo de soldados aponta as espingardas ao castelo. O segundo episódio representa um conjunto de soldados de armadura e capacete, a cavalo, distinguindo-se no meio destes um homem à civil, também a cavalo. A sua passagem é anunciada por um corneteiro, na extremidade esquerda. O terceiro episódio representa um grupo de soldados descansando junto a um acampamento de tendas. Um deles bebe de um cantil e o outro, ajoelhado, segura um jarro junto à bica de uma pipa de vinho. No lado direito, no interior da tenda aberta, um cão aninhado. O quarto episódio retrata o culminar da batalha e o confronto entre os dois exércitos que se dispõem frente a frente, a cavalo, empunhando lanças, espadas e massas. Um dos cavaleiros, na extremidade direita da cena, sai da porta do castelo já mencionado no primeiro episódio. Esta faixa decorativa é delimitada na orla exterior por um feixe de folhagem igual ao que a contorna na margem interior, e uma faixa de pares de cornucópias. A terceira faixa decorativa apresenta uma temática semelhante à da segunda. Neste caso, preenchem-na seis pares de meias figuras humanas, algumas aladas e todas com cauda vegetal, da qual emanam hastes de folhagem que se curvam e entrelaçam umas nas outras. As figuras dispõem-se frente a frente e têm de permeio um motivo que as diferencia. Da direita para a esquerda e de cima para baixo sucedem-se pela seguinte ordem: o primeiro par tem no meio uma urna com tampa assente num plinto; o segundo par toca flauta e ladeia um plinto com duas águias de asas abertas; o terceiro par toca violino, flauta e tambor e ladeia uma composição de flores sobre um plinto; o quarto par segura em cornucópias de flores e paus e ladeia uma composição de hastes fitomórficas; o quinto par ladeia uma urna com tampa assente num plinto; o sexto par segura festões de folhas e ladeia uma ave que retem nas suas presas uma outra cativa. Entre estes seis pares de meias figuras dispõem-se outros tantos cupidos que se encontram a brincar, tendo sempre entre si o tridente de Neptuno, atado por entrelaços ou fitas de onde emanam ramos de folhagem. Estes cupidos variam nas posições e nos objectos que trazem consigo. De acordo com a sequência anteriormente referida, apresentam-se da seguinte forma: um brinca com os elementos vegetalistas, o outro faz uma pose; um brinca com os elementos vegetalistas, o outro abraça a haste do tridente; um abraça a haste do tridente, o outro segura um catavento e toca flauta; um segura um catavento e toca flauta, o outro puxa os enrolamentos de folhagem; um dança, o outro segura num ceptro; um segura num ceptro, o outro faz equilíbrio num só pé. Esta terceira faixa decorativa é rematada por uma estreita moldura de recticulado formando quadrículas e a orla contornada por um registo de meia cana lisa.
Incorporação:
Transferência - Casa Real
Origem / Historial:
Fazem parte do acervo do PNA dois outros pratos de água-às-mãos formalmente semelhantes a este, com as iniciais góticas "MF" aplicadas ao centro, mas de iconografia diversa (invs. 5164 e 5167). Estes pratos ornamentavam as paredes do Gabinete de Trabalho do rei D. Fernando II, no Palácio das Necessidades, como o testemunham duas fotografias datadas de 1886 (vd. Bibliografia - Manuel H. Côrte-Real, O Palácio das Necessidades, p. 51; D. Fernando II. Rei-Artista, Artista-Rei, pp. 203 e 206). Mais tarde, em 1903, encontravam-se também a decorar o quarto do rei D. Carlos no qual ficou instalado o rei Eduardo VII da Grã-Bretanha por ocasião da sua visita a Portugal (vd. Manuel H. Côrte-Real, O Palácio das Necessidades, p.135; O Occidente, Revista Ilustrada de Portugal e do Estrangeiro, Lisboa, 10.4.1903, p. 75). Em 1910 decoravam os aposentos do rei D. Manuel II, ocasião em que o referido prato foi arrolado sob a verba "1080", juntamente com o gomil ao qual é associado, inv. 5159 ("Arrolamento do Palácio Nacional das Necessidades", vol. 1, 1910-1912). Em 1931 foi transferido para o Palácio Nacional da Ajuda. Integra o vasto conjunto de prata de aparato proveniente dos bens da Casa Real portuguesa.
 
     
     
   
     
     
     
 
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