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FICHA DE INVENTÁRIO
Museu:
Museu Nacional de Etnologia
N.º de Inventário:
AE.265
Supercategoria:
Etnologia
Categoria:
Equipamento de uso doméstico
Denominação:
Tampa de panela
Autor:
Desconhecido
Local de Execução:
Cabinda, Angola
Grupo Cultural:
Woyo
Datação:
XX d.C.
Matéria:
Madeira
Dimensões (cm):
altura: 7,4; diâmetro: 29;
Descrição:
Tampa de panela de formato discóide feita em madeira enegrecida pelo fumo. No seu topo apresenta várias figuras em relevo talhadas na própria madeira. Um nobre com barrete sentado sobre os joelhos por cima da pele de um animal, estendendo os braços com uma cabaça de vinho de palmeira nas mãos. À direita deste, uma mulher sentada no chão com os braços estendidos entre as pernas, em atitude de espera respeitosa. À frente do primeiro homem, em posição semelhante, outro homem também com barrete e braços estendidos com uma bacia quase cheia, e no meio dela uma caneca; à esquerda deste uma mulher sentada sobre uma pele de animal com uma mão apoiando o queixo e olhando para ele. À direita deste segundo homem, sentadas numa esteira rectangular, duas mulheres com os braços entrelaçados, em atitude cordial. Junto à esteira das mulheres um gato sobre uma espécie de pele de animal, ao lado um cão apoiando-se nas patas dianteiras estendidas. No bordo apresenta uma cercadura simples incisa.
Incorporação:
Compra
Proveniência:
Chinzaze, Cabinda, Angola
Origem / Historial:
As tampas de panela de Cabinda representam, nas suas figurações, provérbios que servem como meio de comunicação no âmbito familiar. São entregues durante as refeições com a função utilitária de tampa mas, ao mesmo tempo, ficam à vista dos membros da família para que estes realizem uma interpretação conjunta da mesma. A colecção é constituída por um total de 290 objectos colectados em Angola, na região de Cabinda, entre os grupos culturais Woyo e Kakongo. Este objecto faz parte de um conjunto de 236 tampas vendidas pelo Dr. José Gonçalves Coelho em 1964. Este colector trabalhou como funcionário administrativo em Cabinda, dedicando o seu tempo livre ao estudo e recolha de uma colecção de tampas de panela, 257 das quais se encontram no Museu Nacional de Etnologia. «Os provérbios são importantes na vida das aldeias dos Kongo e surgem em diferentes contextos. A eloquência é admirada; o orador com talento pode emitir o provérbio certo, fazer um cumprimento, apelar para um princípio ou concluir um argumento. Os Bawoyo da costa incorporavam provérbios nas tampas esculpidas, denominadas "matampas", que cobriam as panelas de barro nas quais a comida é cozinha e servida. A mulher, ou por vezes o marido, podia transmitir uma mensagem em silêncio cobrindo uma panela com a tampa adequada. As tampas esculpidas eram também apreciadas como obras de arte e podiam ser tão caras que uma casa possuísse apenas uma ou duas, embora pudesse pedir outras emprestadas, caso fosse necessário.» «Outra tampa (cat. 35, pág. 52) parece representar todos os membros de uma família. As mulheres oferecem comida e água às pessoas sentadas numa esteira, mas o provérbio correspondente é desconhecido.» (MacGaffey, 2000: 51)
 
     
     
   
     
     
     
 
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