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FICHA DE INVENTÁRIO
Museu:
Museu Nacional de Etnologia
N.º de Inventário:
AR.051
Supercategoria:
Etnologia
Categoria:
Artes plásticas
Denominação:
Mulher fiando com duas ovelhas
Autor:
Desconhecido
Local de Execução:
Portugal/ Alto-Alentejo/ Évora/ Estremoz
Datação:
XX d.C.
Matéria:
Barro, arame, tintas multicolores.
Técnica:
A especificação da técnica encontra-se no campo do Historial.
Dimensões (cm):
altura: 13,7; largura: 6;
Descrição:
Mulher a fiar em barro policromado, representando uma figura antropomórfica feminina em pé com roca e fuso acompanhada com duas ovelhas. A figura assenta numa base plana rectangular verde com pintas amarelas, laranja e brancas e bordo igualmente pintado de laranja. A Mulher apresenta dois sapatos e uma saia de formato tronco-cónico, ligeiramente alongada na parte traseira. O tronco é cilindriforme e os membros superiores apresentam-se arqueados para dentro. A mão direita segura o fuso e o braço esquerdo apoia a roca. Estes apresentam formato fusiforme decorados com linhas incisas figurando o linho de tonalidade amarela. Apresentam ainda, um segmento em arame representando as suas pegas. As mãos apresentam linhas incisas representando os dedos. O pescoço é de formato cilíndrico. A cabeça apresenta dois pontos negros que representam os olhos, encimados por dois traços igualmente negros que figuram as sobrancelhas. O nariz é triangular em relevo e a boca é representada por uma linha vermelha. O queixo é saliente e de cada lado da face é visível uma rosácea alaranjada. Na cabeça figuram ainda dois destaques de forma oval de tonalidade amarela, dispostos em cada lado da face, representando brincos. Figura também, cabelo castanho, encimado por um destaque de formato semi-esférico de contornos cortados e de tonalidade amarela com linhas incisas pintadas de verde e laranja, figurando uma cesta. No interior da cesta encontram-se seis destaques de formato circular em relevo pintados de amarelo, podendo figurar queijos. A figura ostenta sapatos negros, saia laranja e um casaco de tonalidade verde com contornos azuis que cai sobre a cintura em pregas. Na parte frontal do tronco estão dispostos três pontos azuis que figuram botões e mais dois pontos da mesma cor situados junto a cada uma das mãos figurando botões de punho. Frontalmente à figura, encontram-se duas ovelhas deitadas. Os animais apresentam patas de tonalidade castanha e os membros dianteiros e traseiros encontram-se flectidos. Os animais apresentam corpo e pescoço cilindriformes e uma cauda. As cabeças dos animais apresentam um focinho alongado de forma cilíndrica, no qual são visíveis dois olhos negros, duas orelhas e linhas castanhas que figuram a boca e focinho. As ovelhas ostentam a cor branca com manchas castanhas e também incisões que figuram a lã. Na base é visível uma inscrição aplicada por pressão (carimbo): "Estremoz Portugal". Dimensões da Base: Comp: 10,4 Cm; Larg: 5,6 Cm.
Incorporação:
Compra - Anterior Proprietário: Ester de Matos Endereço: Estremoz
Origem / Historial:
Na ficha de inventário dactilografada e no Livro de Tombo a peça tem a designação "Boneco de Barro". No entanto, optei por utilizar a denominação "Mulher fiando com duas ovelhas", na medida em que identifica à priori a temática da peça. Técnica: Os métodos utilizados na barrística são, os de rolo, da bola e da lastra, esta última, na elaboração de vestuário e bases. As partes constituintes dos bonecos, que apresentam maior espessura e volume são previamente picadas por meio de uma agulha ou arame e depois corrigidos com os dedos. Este procedimento permite uma maior secagem no interior do boneco evitando assim, quebradura e fendilhagem no acto da cozedura. Um dos aspectos que mais caracteriza os bonecos de Estremoz, e diferencia este figurado do restante, é o facto destes nascerem nus e serem posteriormente vestidos. Um boneco de Estremoz é constituído por diversas partes que são unidas entre si. Assim, a primeira peça a ser realizada é a base, que é feita através de um pedaço de barro espalmado por intermédio de uma palmatória. A próxima tarefa consiste em fazer as pernas ou saias e seguidamente o tronco. Com uma bola de barro, e um molde, segue-se a face e depois o pescoço. Os rostos são, na maior parte dos casos, feitos por meio dum molde e colados à bola de barro que constitui a cabeça. Com a ajuda dum teque ou teco (palheta na gíria dos artesãos) modela-se o cabelo. Coloca-se o boneco na base, previamente feita e com furos no local onde este vai assentar, colando-o com barbutina ou lamugem na gíria bonequeira. De seguida, passa-se para a elaboração dos braços que é realizada através de um rolinho. Corta-se a extremidade que liga ao ombro e faz-se em seguida as mãos. Estas são feitas espalmando-se a extremidade do braço menos grossa, e depois, por intermédio de uma série de incisões com a ajuda dos já mencionados teques criam-se os dedos. Unem-se os braços ao tronco com lamugem. É altura então, de vestir os bonecos e colocar todos os adornos referentes ao modelo representado, como chailes, lenços, brincos, chapéus e um número infindável de enfeites saídos da imaginação do artista, empregando-lhes assim, "movimento, vida, alma" (Vermelho, Joaquim, Barros de Estremoz: Contributo Monográfico para o Estudo da Olaria e da Barrística, página 76, Limiar, 1990). Deixa-se o boneco secar e vai ao forno ou à mufla a 800 cº ou 850 cº, no entanto, é importante referir que durante a modelação do boneco convém deixar secar a peça durante as fases da união das várias partes constituintes do boneco. Os bonecos são peças muito frágeis e portanto, são necessários muitos cuidados no processo de enfornamento. Finalmente, o boneco passa pelo processo de pintura onde prevalecem o verde, o azul, o vermelho, o zarcão, o amarelo, o branco, o roxo, o laranja e o preto. As tintas utilizadas são os óxidos que são dissolvidos em água e misturados com grude previamente derretido. Contudo, foram introduzidos recentemente, por questões comerciais e técnicas, têmperas, ou seja tintas a água ou plásticas que são misturadas com colas resinosas para madeira. Estas colas proporcionam ao boneco, resistência à luz e à humidade, sem no entanto, prejudicar a cor. Sobre a pintura seca é colocado um verniz que, nos séculos passados, era fabricado pelos próprios barristas através de processos que se perderam. Foram posteriormente substituídos por vernizes industriais.
Multimédia

Tipo

Descrição

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Número de inventário: MNE AR051D Autor: António Rento Localização:

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