MatrizNet

 
Logo MatrizNet Contacts  separator  Help  separator  Links  separator  Site Map
 
Sunday, April 28, 2024    INTRODUCTION    ORIENTED RESEARCH    ADVANCED RESEARCH    ONLINE EXHIBITIONS    INVENTORY GUIDELINES 

Animação Imagens

Get Adobe Flash player

 


 
     
     
 
OBJECT DETAILS
Museum:
Museu Nacional de Etnologia
Inventory number:
AQ.808
Supercategory:
Etnologia
Category:
Artes plásticas
Name:
Pastor com ovelha
Author:
Desconhecido
Production Place:
Portugal/ Alto-Alentejo/ Évora/ Estremoz
Date / Period:
XX A.D
Material:
Barro, arame, tintas multicolores.
Technique:
A especificação da técnica encontra-se no campo do Historial.
Measurments (cm):
height: 17,5; width: 7,1;
Description:
Pastor em barro policromado, representando uma figura antropomórfica masculina, em pé, segurando uma ovelha. A figura assenta numa base plana rectangular, de cor laranja com pintas amarelas e igualmente laranjas num fundo verde. O pastor apresenta, duas botas altas, dois membros inferiores e o tronco cilindriformes. Os membros superiores apresentam-se arqueados para dentro, com as mãos segurando uma ovelha pelas suas patas. As mãos apresentam linhas incisas representando os dedos. O pescoço é de formato cilíndrico. A cabeça apresenta dois pontos negros que figuram os olhos, encimados por dois traços e duas sobrancelhas igualmente negros. O nariz é triangular em relevo e a boca apresenta lábios delineados e enchidos com cor vermelha. De cada lado da face é visível uma rosácea alaranjada. Na cabeça figura ainda, cabelo de tonalidade negra, encimado por um chapéu igualmente negro com aba circular larga, ligeiramente revirada e com copa de formato cilíndrico. A ovelha é constituída por dois membros dianteiros e traseiros cilindriformes, corpo igualmente cilindriforme e uma cauda. O pescoço é de formato cilíndrico. A cabeça do animal apresenta um focinho alongado de forma cilíndrica, no qual são visíveis dois olhos, uma linha recta incisa de cor vermelha que representa a boca e dois buracos que figuram as narinas. Na cabeça figuram ainda, dois destaques em forma de arco, de cor amarela que representam os seus chifres. O animal ostenta a cor branca com manchas castanhas, e também pontos incisos, figurando a lã. A figura do pastor apresenta botas de tonalidade castanha com pequenas linhas incisas na parte lateral exterior pintadas de negro, podendo figurar a sua abertura, calças igualmente castanhas e camisola azul. A camisola apresenta contornos castanhos, uma gola de cor branca com linhas incisas e dois destaques semi-esféricos de tonalidade amarela, figurando botões. O pastor apresenta ainda, um pelico alentejano que cai até a altura da coxa, picotado para figurar o pelo e com mangas de formato circular. O pelico ostenta a cor castanha com contornos cinzentos, e ainda dez pontos amarelos, dispostos longitudinalmente e paralelamente em grupos de cinco na parte frontal do tronco, figurando botões. Existem ainda, outros dois pontos amarelos junto a cada uma das mãos, que figuram botões de punho. A figura do pastor carrega no seu braço esquerdo um adorno de formato cilíndrico e de tonalidade castanha, preso ao membro superior por um segmento de arame em forma de arco, figurando um tarro. Na base é visível uma inscrição aplicada por pressão (carimbo): "Estremoz Portugal". Dimensões da Base: Comp: 4,8 Cm; Larg: 5,3 Cm.
Incorporation:
Compra - Anterior Proprietário: Desconhecido
Origin / History:
Na ficha de inventário dactilografada e no Livro de Tombo a peça tem a designação "Boneco de Barro". No entanto, optei por utilizar a denominação "Pastor com ovelha", na medida em que identifica à priori a temática da peça. A designação "Pastor" consta na ficha de inventário dactilografada como Nome Local. Técnica: Os métodos utilizados na barrística são, os de rolo, da bola e da lastra, esta última, na elaboração de vestuário e bases. As partes constituintes dos bonecos, que apresentam maior espessura e volume são previamente picadas por meio de uma agulha ou arame e depois corrigidos com os dedos. Este procedimento permite uma maior secagem no interior do boneco evitando assim, quebradura e fendilhagem no acto da cozedura. Um dos aspectos que mais caracteriza os bonecos de Estremoz, e diferencia este figurado do restante, é o facto destes nascerem nus e serem posteriormente vestidos. Um boneco de Estremoz é constituído por diversas partes que são unidas entre si. Assim, a primeira peça a ser realizada é a base, que é feita através de um pedaço de barro espalmado por intermédio de uma palmatória. A próxima tarefa consiste em fazer as pernas ou saias e seguidamente o tronco. Com uma bola de barro, e um molde, segue-se a face e depois o pescoço. Os rostos são, na maior parte dos casos, feitos por meio dum molde e colados à bola de barro que constitui a cabeça. Com a ajuda dum teque ou teco (palheta na gíria dos artesãos) modela-se o cabelo. Coloca-se o boneco na base, previamente feita e com furos no local onde este vai assentar, colando-o com barbutina ou lamugem na gíria bonequeira. De seguida, passa-se para a elaboração dos braços que é realizada através de um rolinho. Corta-se a extremidade que liga ao ombro e faz-se em seguida as mãos. Estas são feitas espalmando-se a extremidade do braço menos grossa, e depois, por intermédio de uma série de incisões com a ajuda dos já mencionados teques criam-se os dedos. Unem-se os braços ao tronco com lamugem. É altura então, de vestir os bonecos e colocar todos os adornos referentes ao modelo representado, como chailes, lenços, brincos, chapéus e um número infindável de enfeites saídos da imaginação do artista, empregando-lhes assim, "movimento, vida, alma" (Vermelho, Joaquim, Barros de Estremoz: Contributo Monográfico para o Estudo da Olaria e da Barrística, página 76, Limiar, 1990). Deixa-se o boneco secar e vai ao forno ou à mufla a 800 cº ou 850 cº, no entanto, é importante referir que durante a modelação do boneco convém deixar secar a peça durante as fases da união das várias partes constituintes do boneco. Os bonecos são peças muito frágeis e portanto, são necessários muitos cuidados no processo de enfornamento. Finalmente, o boneco passa pelo processo de pintura onde prevalecem o verde, o azul, o vermelho, o zarcão, o amarelo, o branco, o roxo, o laranja e o preto. As tintas utilizadas são os óxidos que são dissolvidos em água e misturados com grude previamente derretido. Contudo, foram introduzidos recentemente, por questões comerciais e técnicas, têmperas, ou seja tintas a água ou plásticas que são misturadas com colas resinosas para madeira. Estas colas proporcionam ao boneco, resistência à luz e à humidade, sem no entanto, prejudicar a cor. Sobre a pintura seca é colocado um verniz que, nos séculos passados, era fabricado pelos próprios barristas através de processos que se perderam. Foram posteriormente substituídos por vernizes industriais.
Bibliography

Bibliography

AZINHAL, Abelho - Memória sobre os barros de Estremoz. Lisboa: Panorama, 1964, pág. -

BORRALHO, Álvaro António Gancho - As Artes do Barro. Contribuição para o estudo dos Bonecos de Estremoz, Dissertação de Tese de Licenciatura em Sociologia vertente de Sociologia da Cultura. ISCTE, Lisboa: 1993, pág. -

CHAVES, Luís - Os Barristas Portugueses: nas escolas e no povo.. Coimbra: Imprensa da Universidade, 1925, pág. -

CONDE, António Fialho - "A Olaria Alfacinha e o Contributo dos Mestres", "Mestres Oleiros no Alentejo" in Mestres Artesãos do Século: artefactos do mundo por mãos portuguesas. Lisboa: Instituto do Emprego e Formação: FIL, 2002, pág. pp. 43/47, 57/61

CORREIA, Virgílio - "Brinquedos na Louça de Estremoz" in Revista Terra Portuguesa - Revista Ilustrada de Arqueologia e Etnografia, Volume 1. Lisboa: 1916, pág. p. 80

FERRO, António - "Bonecos de Barro" in Vida e Arte do Povo Português. Lisboa: 1940, pág. pp. 237/242

LUCENA, Armando - "Os Presépios", in Arte, Usos e Costumes Portugueses, Volume 1. Lisboa, pág. -

MACEDO, Diogo de - Presépios Portugueses. Lisboa: Artis, [19...], pág. -

MOUTINHO, Carlinda - Figuras, Bonecos e Representações de Presépios. Ponta Delgada: Museu Carlos Machado, 1984, pág. -

PARVAUX, Solange - La Céramique du Hault-Alentejo. Paris, Lisboa: Puf, Gulbenkian, 1968, pág. pp. 147/168

PESSANHA, D. Sebastião - "Bonecos de Extremoz" in Revista Terra Portuguesa - Revista Ilustrada de Arqueologia Artística e Etnografia, Volume 1. Lisboa: 1916, pág. pp. 105-10

VERMELHO, Joaquim - "Mobilidade e Influências nos bonecos de Estremoz" in Conversas à volta da Olaria. Oficinas do Convento: Associação Cultural de Arte e Comunicação, Dezembro 1998, pág. pp. 69/71

VERMELHO, Joaquim - "O Culto do Figurado de Estremoz" in Cultus: o mistério e o maravilhoso nos artefactos portugueses. Lisboa, IEFP: FIL, 2001, pág. pp. 25/29

VERMELHO, Joaquim - "Olaria e Barrística de Estremoz" in Artesanato da Região do Alentejo. Évora: IEFP, 2000, pág. pp.105/107, 114/125,149/152

VERMELHO, Joaquim - Barros de Estremoz: Contributo Monográfico para o Estudo da Olaria e da Barrística: Limiar, 1990, pág. -

 
     
     
   
     
     
     
 
Secretário Geral da Cultura Direção-Geral do Património Cultural Terms & Conditions  separator  Credits