Origem / Historial:
As arcas encoiradas, tipo a que este exemplar pertence, destinavam-se essencialmente ao transporte em viagens. Quase sempre de couro liso e preto, podiam ser "de uma em carga" ou "de duas em carga", terminologia que se prendia com essa função. A sua execução pertencia aos correeiros de obra grossa, a quem cabia igualmente a sua venda.
Inventários e regimentos do séc. XVI mencionam fechaduras estanhadas, certamente como as desta arca. Na tabela das taxas anexas aos "Regimentos" de Guimarães de 1522, são referidas fechaduras, engonços e pregos estanhados distinguindo-se, entre as primeiras, as que se destinavam a arcas encoiradas
Nos séculos seguintes, arcas (encoiradas ou não) e baús continuaram a usar-se quer para transporte, quer como móvel fixo de guarda. Entre os bens do arcebispo de Évora D. Alexandre de Bragança (1602-1608) encontravam-se mencionadas arcas da mesma tipologia. Existem ainda outros exemplares semelhantes, classificados como quinhentistas, no Museu de Aveiro e no Museu Nacional de Arte Antiga.
(Bastos, 1999).