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FICHA DE INVENTÁRIO
Museu: Museu Nacional de Etnologia Denominação: Figura antropomórfica Local de Execução: Brasil / Região Centro-Oeste / Mato Grosso - Rio Tapirapé Matéria: Madeira, cera preta, penas, fibra vegetal Dimensões (cm): altura: 25,5; Descrição: Figura antropomórfica masculina constituída por um esqueleto em madeira revestido com cera preta coberta por uma penugem branca, excepto a meia altura dos membros inferiores.
O tronco é de formato ovóide e os membros superiores de forma cilíndrica encontram-se dispostos junto deste. O pescoço cilindriforme alonga-se até à cabeça discóide, onde é visível um nariz saliente.
A figura apresenta o sexo coberto por uma tira vegetal que representa um estojo peniano. A cabeça e a face são ornamentadas com penas de tons verde, vermelho, amarelo, azul e preto dispostas de forma a elaborarem um diadema.
Incorporação: Compra - Anterior proprietário: Desconhecido Proveniência: Grupo Cultural: Tapirapé. Coordenadas: Mato Grosso - Rio Tapirapé
Origem / Historial: O boneco Tapirapé é referido como o ser sobrenatural Topy "que tem a propriedade de percorrer o céu durante a tempestade" (Baldus 1940: 406). A característica mais notária deste boneco é a representação do aparelho genital masculino e do estojo peniano (Dicionário do Artesanato Indígena 1988: 302).
Nota informativa sobre a constituição da Colecção Victor Bandeira:
Em 1964/65 Victor Bandeira e Françoise Carel Bandeira, incentivados por Jorge Dias e Ernesto Veiga de Oliveira, e com o apoio do Centro de Estudos de Antropologia Cultural de Junta de Investigações do Ultramar e das autoridades brasileiras, empreenderam uma expedição à selva amazónica, com o objectivo de conhecer, por experiência e participação efectiva, as formas de comportamento, a cultura material e imaterial, os rituais, os ritos e as artes, dos grupos indígenas que habitavam nessa região.
Durante a sua estada no terreno, o casal Bandeira, percorreu várias regiões do Brasil, Equador, Peru e Colômbia, e contactou com diferentes grupos de índios.
Dessa investigação resultou uma extensa colecção de artefactos que documenta e exprime de um modo perfeito e completo todos os aspectos da vida e das concepções, dos ritos e da criação plástica dos vários grupos com quem estabeleceram relações, inúmeros registo visuais e sonoros, e um vasto conhecimento teórico sobre a vida, a cultura e arte dos ameríndios do Brasil.
Esta colecção foi apresentada ao público em Outubro de 1966 nos Salões da Sociedade de Belas Artes de Lisboa, sob o patrocínio da Fundação Calouste Gulbenkian e da Embaixada do Brasil.
Em 1969 a colecção é adquirida pelo então Ministério do Ultramar, com a participação financeira da Fundação Calouste Gulbenkian e da Fundação da Casa de Bragança e de alguns particulares devotados, a fim de ser entregue e incorporada no património do Museu Nacional de Etnologia.
A colecção, constituída por cerca de 745 peças, abrange todas as classes de artefactos.
Bibliografia | Arte do índio brasileiro. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1966, pág. N.º 157 | BRITO, Joaquim Pais de, et al (coords), Os Índios, Nós. Lisboa: CNCDP/IPM/MNE, 2000, pág. 135; Foto. 137 | OLIVEIRA, Ernesto Veiga de, et al, Índios da Amazónia. Lisboa: Museu de Etnologia/ Instituto de Investigação Cientifica e Tropical, 1986, pág. 181; N.º 163 | RIBEIRO, Berta G., Dicionário do Artesanato Indígena. São Paulo: Itatiaia Limitada, USP, 1988, pág. - | RIBEIRO, Darcy, "Arte índia" in Suma Etnológica Brasileira - Tecnologia Indígena, vol. 3. Petrópolis: FINEP/Vozes, 1986, pág. - | |
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