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FICHA DE INVENTÁRIO
Museu:
Museu Nacional de Etnologia
N.º de Inventário:
AN.276
Supercategoria:
Etnologia
Categoria:
Ritual
Denominação:
Máscara Cara-grande
Autor:
Desconhecido
Local de Execução:
Brasil / Região Centro-Oeste - Mato Grosso / Rio Tapirapé
Grupo Cultural:
Tapirapé
Datação:
XX d.C.
Matéria:
Madeira, cana, talas e fibras vegetais, penas de gavião e arara, fios de algodão, cera preta, madrepérola, tinta preta
Dimensões (cm):
altura: 95; largura: 137;
Descrição:
Máscara Cara-grande constituída por um segmento semicircular de secção rectangular, em madeira. Uma das faces do segmento é revestida, quase na totalidade, com plumas peitorais de arara fixadas com cera preta. As plumas, de cor amarela e azul, são dispostas de forma a compor uma cruz central. O restante espaço, que corresponde à extremidade inferior, é pintado de cor preta. A face oposta é pintada, igualmente, de cor preta. A peça apresenta três orifícios rectangulares, que representam os olhos e a boca. Os olhos são decorados com pedaços de madrepérola fixados com cera preta. A boca exibe duas fileiras de dentes de madeira, também fixados com cera. O nariz, de formato rectangular, é esculpido em relevo apresentando-se revestido de penas amarelas fixadas com cera. A boca é ladeada por dois brincos de penas amarelas, que figuram duas flores com o centro em madrepérola, de onde pendem cordões de fios de algodão de cor preta. Na extremidade inferior do segmento é visível um orifício circular, de onde pende um segmento cilíndrico de cana com ponta discóide em cera preta, envolvido com fios de algodão branco. O bordo do segmento é delimitado, excepto na extremidade inferior, por dois conjuntos de talas vegetais simétricos sobrepostos. Cada conjunto é composto por várias talas vegetais unidas, entre si, com fios de algodão branco dispostos em ziguezague. Os dois conjuntos são fixados ao bordo com fibras, através de orifícios circulares. É no espaço existente entre os dois conjuntos que é colocada uma fileira semicircular de penas caudais de gavião e arara de cor azul, por vezes intercaladas por penas de cor preta e branca, unidas entre si, com fibras vegetais. As penas são dispostas paralelamente de forma a elaborar um diadema, cujo suporte é constituído pelos conjuntos de talas. A máscara é usada obliquamente sobre a cabeça do indivíduo que a veste.
Incorporação:
Compra - Anterior proprietário: Desconhecido
Proveniência:
Grupo cultural: Tapirapé. Coordenadas: Mato Grosso - Rio Tapirapé
Origem / Historial:
De acordo com informações contidas no catálogo Os Índios, Nós, a máscara, em uso, é acompanhada por um fato de buriti, composto de toucado, capa e saia, de forma a esconder a identidade do indivíduo que a veste. "Segundo Peter G. Roe (...) este tipo de máscaras caracterizava-se tradicionalmente pelo motivo cruciforme central em plumária amarela e vermelha, tendo esta cor sido substituída pelo azul, como no caso deste exemplar da colecção do MNE, por influência das cores da bandeira do Brasil. (...) Designadas no seu conjunto por tawa, estas enormes máscaras em forma de meia-lua constituem os artefactos mais complexos produzidos pelos Tapirapé, e representam os seus inimigos Kaiapó e Karajá. A alma do guerreiro morto torna-se um anchunga (um espírito) e é apropriada pelos Tapirapé para fins propiciatórios da caça, uma vez que a emergência destas figuras mascaradas é o mais importante arauto da estação seca, a principal época de caça. Representando a potência guerreira masculina, estas máscaras são produzidas secretamente na takana, a casa dos homens, por membros das Sociedades dos Pássaros, metades divididas em grupos de idade que organizam expedições de caça. As tawa são usadas em danças cerimoniais durante os quais se simula um combate entre os Tapirapé e aqueles inimigos, que nesta ocasião saem invariavelmente derrotados pelos jovens que os enfrentam (apud Roe, 1995: 51-58, e Caron, 1996: 217)". (cf. Os Índios, Nós, 2000, pp.223) Nota informativa sobre a constituição da Colecção Victor Bandeira: Em 1964/65 Victor Bandeira e Françoise Carel Bandeira, incentivados por Jorge Dias e Ernesto Veiga de Oliveira, e com o apoio do Centro de Estudos de Antropologia Cultural de Junta de Investigações do Ultramar e das autoridades brasileiras, empreenderam uma expedição à selva amazónica, com o objectivo de conhecer, por experiência e participação efectiva, as formas de comportamento, a cultura material e imaterial, os rituais, os ritos e as artes, dos grupos indígenas que habitavam nessa região. Durante a sua estada no terreno, o casal Bandeira, percorreu várias regiões do Brasil, Equador, Peru e Colômbia, e contactou com diferentes grupos de índios. Dessa investigação resultou uma extensa colecção de artefactos que documenta e exprime de um modo perfeito e completo todos os aspectos da vida e das concepções, dos ritos e da criação plástica dos vários grupos com quem estabeleceram relações, inúmeros registo visuais e sonoros, e um vasto conhecimento teórico sobre a vida, a cultura e arte dos ameríndios do Brasil. Esta colecção foi apresentada ao público em Outubro de 1966 nos Salões da Sociedade de Belas Artes de Lisboa, sob o patrocínio da Fundação Calouste Gulbenkian e da Embaixada do Brasil. Em 1969 a colecção é adquirida pelo então Ministério do Ultramar, com a participação financeira da Fundação Calouste Gulbenkian e da Fundação da Casa de Bragança e de alguns particulares devotados, a fim de ser entregue e incorporada no património do Museu Nacional de Etnologia. A colecção, constituída por cerca de 745 peças, abrange todas as classes de artefactos.
 
     
     
   
     
     
     
 
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