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FICHA DE INVENTÁRIO
Museu:
Museu de Lamego
N.º de Inventário:
144 e 145
Supercategoria:
Arte
Categoria:
Ourivesaria
Denominação:
Salvas de pé alto (par)
Autor:
Desconhecido
Local de Execução:
Portugal
Datação:
XV d.C.
Matéria:
Prata
Técnica:
Dourada, relevada, incisa e recortada.
Dimensões (cm):
altura: 14; diâmetro: 20,5; d.b.8,8;
Descrição:
Salvas circulares de pé alto cupuliforme e prato com centro rebaixado definido por medalhão. A base circular e moldurada é alteada em quatro registos, sendo o primeiro formado por meia-cana lisa, o segundo por friso de godrões; troncocónico liso, o terceiro, e o quarto exibe coroa de louros. A decoração de reverso combina três folhas de acanto e motivos geométricos. A haste apresenta nó periforme ornamentado por sequência de anéis moldurados, renque de acantos, friso de godrões e folhas estilizadas. O prato apresenta orla recortada, alternando mascarões com motivos vegetalistas, exibindo no reverso um friso de conchas e volutas incisas. Aba estreita de superfície côncava, delimitada por friso perlado. O prato apresenta uma composição de alvéolos que formam fiadas concêntricas cuja dimensão vai diminuindo em direcção ao medalhão, que por sua vez apresenta formato de girassol com a coroa preenchida por Cupido empunhando um arco, atirando uma seta a duas figuras repousando sob árvore. A orla, medalhão e pé são posteriores.
Incorporação:
Transferência - Antigo Paço Episcopal de Lamego
Origem / Historial:
Testemunhos de uma atmosfera de conforto e aparato, emergente nos finais da Idade Média, embora estruturalmente alteradas por uma adaptação posterior, os dois exemplares inscrevem-se numa tipologia de salvas decorativas de pé alto com a marca estética e ornamental do manuelino. A nota mais expressiva e original destas peças reside na solução decorativa da superfície circular do prato, com um recurso a um esquema de faixas concêntricas de alvéolos hemisféricos e fiadas de pontas de diamante. Estas formas que também encontramos em duas salvas da Fundação Ricardo Espírito Santo Silva, resultam de uma reciprocidade de relações entre a ourivesaria e arquitetura. Entre os mais conhecidos exemplos de apropriação do motivo das «pontas de diamante» pela arquitetura portuguesa, refira-se a celebrada Casa dos Bicos, em Lisboa, o portal da igreja da Vestiaria, em Alcobaça, a fachada do palácio do Infantado, de Juan Guás, e as igrejas projetadas por Juan de Inglés, na antiga diocese de Cartagena, já na segunda metade do século XVI. Sem negar a dimensão simbólica intrínseca do motivo de ponta-de-diamante, e as especiais virtudes taumatúrgicas que se associavam às gemas, a adaptação padronizada deste elemento, esvaziando-o portanto da sua particularidade substancial, mais do que atender a pressupostos simbólicos, responde essencialmente a intenções de valorização plástica das superfícies, por vezes austeras e simples, com elementos geométricos de perfis límpidos e nítidos, retirando daí os efeitos exuberantes das texturas particularmente sensíveis à luz. Habitualmente exibidas em aparadores, nas salas destinadas a momentos de convívio, as salvas funcionavam como uma verdadeira metáfora da posição e hierarquia do seu proprietário.
 
     
     
   
     
     
     
 
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