Origem / Historial:
"Esta escultura foi criada cerca de 1957, tendo permanecido em casa do escultor até 1978, altura em que foi doada ao Museu José Malhoa.
Delfim Maya vivia numa grande moradia do século XVIII, situada na freguesia de Santa Isabel, em Lisboa, onde tinha também o seu atelier; a moradia tinha duas entradas: o n.º 7 da Rua da Arrábida (com uma enorme porta, só utilizada em ocasiões especiais) e o n.º 2 da Travessa da Arrábida, que era a entrada de serviço, utilizada por todos.
A casa tinha paredes espessas ? o que estabilizava a temperatura interior ? e janelas grandes com portadas de madeira. Estas portadas estavam habitualmente fechadas ou semicerradas nas salas que só eram abertas em ocasiões especiais.
“Kátia” estava exposta no 1º andar, numa galeria por cima da escadaria a que dava acesso o grande vestíbulo de entrada do n.º 7. Esta galeria ligava duas salas habitualmente fechadas, que só eram abertas em ocasiões especiais. A obra encontrava-se em cima de uma mesa grande e sólida, numa situação perfeitamente estável. Era iluminada por uma janela, mas a combinação das portadas semicerradas e o seu afastamento da janela eram suficientes para que não recebesse diretamente os raios de sol. A escultura era visível do escritório (onde a escadaria desembocava), acessível a qualquer pessoa. Podia assim ser admirada de longe, sem quase nunca ter pessoas por perto.
“Kátia” participou na 1ª Exposição de Escultura e Desenho de Escultores, na Sociedade Nacional de Belas Artes, em Lisboa, em 1957 ? ainda não há investigação suficiente que permita dizer em que outras exposições participou.
Esta escultura foi entregue ao Museu José Malhoa em julho de 1978, em perfeitas condições de conservação.
(...)
No Museu José Malhoa, a escultura tem estado quase sempre guardada nas reservas do Museu, tendo estado apenas patente nas seguintes exposições:
1. Em 1979 – para celebrar a doação feita no ano anterior6
2. Em 1987 – na Exposição Comemorativa do Centenário do Nascimento do Escultor Delfim Maya, na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa.7
3. Em 1987 – na Exposição Comemorativa do Centenário do Nascimento do Escultor Delfim Maya, no Museu José Malhoa.
4. Em 2017 – na Comemoração dos 130 anos do Nascimento do Escultor Delfim Maya, no Museu José Malhoa, entre 1 de abril e 5 de Junho.8
Quando esteve exposta, a escultura esteve sempre protegida por uma vitrine de vidro.
Assim, durante os 40 anos no Museu Malhoa, “Kátia” tem estado guardada nas reservas, tendo sido exposta apenas quatro vezes, não chegando a atingir um ano de exposição.
Durante este tempo, “Kátia” apenas saiu do Museu:
1. para a exposição na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa.
2. durante as obras do Museu José Malhoa, entre 2006 e 2008, em que foi mudada para as reservas do Museu Barata Feyo, nas Caldas da Rainha.
___________
6Henriques, Paulo (coord.) (1996) António Montez. Museu de José Malhoa. Lisboa: Ministério da Cultura, Instituto Português de Museus, p. 171.
7Catálogo da Exposição Comemorativa do Centenário do nascimento do escultor Delfim Maya. Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian, 1987.
8Catálogo da Exposição. Delfim Maya, Escultor do Movimento. Vila Franca de Xira: C. M. Vila Franca de Xira, 2017."
Fonte: Maya, Maria José, "Conservação e Inventariação. Análise da escultura 'Kátia' da autoria de Delfim Maya", Mestrado em História de Arte Inventariação e Conservação de Coleções pela Universidade Nova de Lisboa Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, 2.º Semestre, 2019, pp. 8-9.