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FICHA DE INVENTÁRIO
N.º de Inventário: MNM 0411 Categoria: Instrumentos musicais Local de Execução: Portugal Centro de Fabrico: Portugal Datação: XVIII d.C. - 2ª metade do Séc XVIII Matéria: Pinho, madeira de castanheiro, buxo, madeira de palissandro, latão Dimensões (cm): altura: C/ tampa 12,4; largura: 40,1; comprimento: 125,5; Descrição: Clavicórdio de teclado ligado, com a extensão de Dó a Ré ''' .O instrumento foi restaurado há cerca de 30 anos, tendo o tampo harmónico, cravelhas, cordas e abafadores sido substituídos. tampo harmónido de pinho e caixa também de pinho; teclado de madeira de castanheiro, capas das teclas naturais de buxo, as teclas acidentais cobertas de pau santo; tangentes em lâminas de latão. No entanto, apesar de restaurado, está muito semelhante ao original, mesmo até na pintura. Encontra-se em boas condições para ser tocado.
Instrumentro classificado como de interesse nacional
Através do Decreto n.º 19/2006, de 18 de Julho, o Conselho de Ministros procedeu à classificação como bens de interesse nacional de um conjunto de 1626 bens culturais móveis, integrados em 18 Museus sob tutela do Instituto Português de Museus.
A categoria de bem de interesse nacional, corresponde à forma de protecção mais elevada definida pela Lei de Bases do Património Cultural (Lei n.º 107/2001, de 8 de Setembro) para os bens culturais móveis, recaindo sobre bens cuja protecção e valorização represente um valor cultural de significado para a Nação.
A lista de bens classificados como de interesse nacional (também designados de tesouro nacional pela Lei n.º 107/2001) congrega as peças de inegável valor patrimonial dos Museus tutelados pelo IPM, nas áreas de Artes Plásticas, Artes Decorativas e Arqueologia, sendo que muitos destes bens, designadamente os arqueológicos, integram conjuntos sistemáticos que aglutinam objectos sob um denominador comum: unidade territorial, tecnológica ou temporal.
Tal como preconizado no Preâmbulo do mesmo Decreto, o espírito da classificação agora efectuada reside no acautelamento de especiais medidas em matéria de salvaguarda de bens cuja protecção e valorização represente um incontestável valor para Portugal, designadamente no que se refere à sua protecção, conservação e divulgação em contexto nacional e internacional, pretendendo-se igualmente a instituição de padrões de referência para procedimentos de classificação de bens de interesse nacional, bem como de enquadramento de uma política de incorporações nas principais colecções nacionais.
A lista de bens agora classificados como de interesse nacional (pelo Decreto nº 19/ 2006, de 18 de Julho, e respectiva declaração de rectificação n.º 6272006, de 15 de Setembro) resulta do trabalho desenvolvido pelo Instituto Português de Museus, considerando as suas atribuições e competências no que se refere à classificação de bens culturais móveis de valor histórico-artístico, arqueológico, etnográfico, tecnológico e científico.
Origem / Historial: Bem cultural móvel classificado como de interesse nacional (Tesouro Nacional) pelo Decreto n.º 19/2006, de 18 de Julho, e respectiva declaração de rectificação n.º 62/2006, de 15 de Setembro.
Os clavicórdios portugueses
O clavicórdio, em Portugal, nos séculos XV e XVI, assumiu um importante papel na prática musical nos conventos e igrejas. É de ressaltar o convento de Santa Cruz de Coimbra, um dos mais importantes centros musicais do País, com uma tradição secular ligada a uma considerável produção de artesanato instrumental, sobretudo na construção de cravos e clavicórdios. Foi nessa escola que Carlos Seixas, o mais importante cravista português do século XVIII, fez a sua formação musical.
Se quisermos criar um conceito geral de clavicórdio português setecentista, poderemos indicar as seguintes características que valem também para todos os clavicórdios ibéricos: os instrumentos são portáteis, construídos de forma leve, mas sólida, em madeira de conífera e castanho, existentes em Portugal. Especialmente característica é a pintura exterior, num tom verde (merde d'oie), à qual corresponde a cor complementar vermelho tijolo nas partes internas. Os teclados são sempre incorporados, sendo as capas das teclas naturais de buxo e as acidentais de pau santo. O encordoamento é todo em latão, com duas cordas para cada tecla e um tampo harmónico relativamente pequeno. Produzem um som íntimo expressivo e muitíssimo animado, mas pouco volumoso. Estes instrumentos, aparentemente simples, vão ao encontro de uma técnica de toucher muito requintada, graças à configuração meticulosa das proporções das teclas e às relações mecânicas do balanço dos respectivos braços, demonstrando assim, por meio da concepção organológica, a sensibilidade e expressividade de uma época musical cheia de subtilezas.
Com estas características, é de destacar a inestimável colecção de clavicórdios setecentistas das oficinas lisboetas e portuenses.
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