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FICHA DE INVENTÁRIO
Museu:
Museu da Música
N.º de Inventário:
MNM 0372
Supercategoria:
Arte
Categoria:
Instrumentos musicais
Denominação:
Cravo
Título:
Cravo Antunes
Autor:
Antunes, Joaquim José
Local de Execução:
Portugal
Centro de Fabrico:
Portugal, Lisboa
Datação:
1758 d.C.
Matéria:
Madeira de conífera, macacaúba, buxo, pau-santo, laranjeira, plectros de pena de corvo, latão
Dimensões (cm):
altura: A=240; largura: L1=825;L2=240; comprimento: C=2280;
Descrição:
Cordofone com teclado, pinçado com plectro. Possui cinquenta e três cordas duplas. A caixa e tampa é em madeira de conífera e o interior em macacaúba.Tampo harmónico em madeira de conífera com cavalete em freixo, cepo em castanho,com cavalete em freixo; barra larga de fixação das cordas distanciada do tampo harmónico. Capas das teclas naturais em buxo e acidentais em pau-santo; braços das teclas em madeira de conífera; martinetes em laranjeira (recentes) com plectros de pena de corvo. Cento e seis cravelhas; encordoamento em latão (recente). Exterior pintado de verde-escuro com vestígios da pintura original (grinaldas nas ilhargas); face interior da tampa pintada de cor de tijolo. Âmbito:dó1-mi5 Dois registos 8' dó1=1799/1788;dó2=1084/1050;dó3=555/529;dó4=285/274 dó 5 = 146/140
Incorporação:
Outro - Asilo das Cegas que funcionava no Convento dos Cardais, na Rua do Século, em Lisboa
Origem / Historial:
Bem cultural móvel classificado como de interesse nacional (Tesouro Nacional) pelo Decreto n.º 19/2006, de 18 de Julho, e respectiva declaração de rectificação n.º 62/2006, de 15 de Setembro. Cravo Antunes O cravo construído em 1758 por Joaquim José Antunes é um dos ex-libris da colecção do Museu da Música. As suas características históricas e organológicas fazem dele um exemplar valiosíssimo, único no conjunto patrimonial do país, e importante no âmbito internacional. A sua antiguidade e raridade fazem dele um testemunho único da extremada técnica de construção portuguesa da época, através do qual se reconhece uma forte e bem estabelecida tradição de artesanato musical com orientações próprias. Sendo um dos poucos exemplares sobreviventes da escola portuguesa de construção de cravos, de meados de setecentos, é de extrema importância para a reconstituição da autêntica sonoridade da música cravística pré-barroca e barroca, produzida em Portugal por compositores como Domenico Scarlatti ou Carlos Seixas. Por todos estes motivos, mas também porque se encontra em óptimas condições, tem atraído a atenção de músicos e organólogos de todo o mundo. Assim sendo, as ocasiões em que é tocado publicamente são sempre oportunidades a não perder para quem gosta de música. Ouvir um "Antunes" é ouvir um instrumento com características sonoras muito ricas, atractivas e originais. Este instrumento foi restaurado em 1986-87 na oficina de Wolf-Dieter Neupert, Alemanha (Bamberg). O restauro veio lançar luz sobre a arte dos mestres construtores de cravos portugueses. Muitos dos detalhes da construção atestam que o seu autor foi um dos melhores representantes de uma técnica altamente desenvolvida em Portugal. O restauro revelou ainda a decoração primitiva do exterior do instrumento que era cor de beringela com grinaldas douradas e não verde como se apresenta actualmente. No seguimento do restauro foi elaborado o plano técnico do cravo, pelo que, de então para cá, foram produzidas várias réplicas no estrangeiro. Quanto ao seu autor, Joaquim José Antunes, foi um dos mais importantes construtores portugueses de cravos do século XVIII, oriundo de uma proeminente família de construtores de instrumentos de tecla activa em Lisboa durante três gerações. A julgar pelos instrumentos sobreviventes, Joaquim José foi provavelmente o seu membro mais notável, não se sabendo muito mais sobre a sua vida. Deste construtor, assinado com o seu nome completo, é conhecido apenas mais um cravo, datado de 1785, que integra actualmente a colecção de instrumentos musicais Finchcocks, em Kent (Inglaterra), e que pertenceu ao negociante português Jorge O'Neill (1848-1925). Deste exemplar também foram feitas réplicas no estrangeiro. Existe ainda um pianoforte, assinado apenas "Antunes 1767", no National Music Museum, em Vermillion (EUA), que se suspeita que seja também da sua autoria e que antes pertenceu à colecção de António Augusto Carvalho Monteiro (1848-1920). Desta família de construtores é conhecido apenas mais um instrumento, assinado "Antunes 1789", que os estudiosos têm atribuído a Manuel Antunes e que pertence também à colecção do Museu da Música de Lisboa. Muitos dos instrumentos anteriores a 1755 devem ter sido destruídos no grande terramoto. Não é de descurar a existência de outros exemplares ainda por identificar, na posse de particulares ou em reservas de museus. Proveniência: Asilo das Cegas que funcionava no Convento dos Cardais, na Rua do Século, em Lisboa ____________________________________________________ CONCERTOS DO CICLO UM MÚSICO, UM MECENAS CICLO DE INSTRUMENTOS HISTÓRICOS UM MÚSICO, UM MECENAS I (2013) 23 DE MARÇO, 18H: José Carlos Araújo interpretou Sonatas de Carlos Seixas no Cravo Antunes (60 pessoas) 18 DE MAIO, 18H: Joana Bagulho interpretou Música Ibérica dos sécs. XVI e XVII, e Portuguesa do séc. XXI no Cravo Antunes (350 pessoas - Dia Internacional dos Museus) CONCERTO NO CRAVO ANTUNES EM 2013: 14 DE SETEMBRO, 18H Jenny Silvestre (cravo Antunes) e Levon Mouradian (violoncelo stradivarius) interpretam Pietro Locatelli e Johann Sebastian Bach CONCERTO NO CRAVO ANTUNES, VIOLONCELO GALRÃO e VIOLINO - 6.º CONCERTO "UM MÚSICO, UM MECENAS" 14 DEZ, 18H00 6º e último concerto do Ciclo com instrumentos históricos "Um Músico, um Mecenas". Raquel Cravino (violino), Nuno Cardoso (violoncelo Galrão) e José Carlos Araújo (cravo Antunes) interpretam Carlos Seixas. Em destaque um violoncelo Galrão que pertenceu ao Rei D. Luís, exemplar soberbo do séc. XVIII do luthier português Joaquim José Galrão. O evento contou ainda com o lançamento de CD de Carlos Seixas gravado no Pianoforte van Casteel da colecção do Museu da Música, na comemoração dos 250 anos deste instrumento histórico. CICLO DE INSTRUMENTOS HISTÓRICOS UM MÚSICO, UM MECENAS II (2014) 5 de Abril - José Carlos Araújo interpreta Sonatas de Carlos Seixas 14 de Junho - Birgund Meyer-Ohme (viola da Gamba Pieter Rombouts) e Enno Kastens (cravo Antunes) - Bach e a sua Família 9 Agosto - Michele Benuzzi - Compositores Portugueses e Italianos do Séc. XVIII 29 Novembro 2014 - O conhecido cravista holandês Pieter-Jan Belder, um dos mais destacados da atualidade, virá de propósito a Portugal para tocar música ibérica no pianoforte Van Casteel e no cravo Antunes, naquele que será o 7.º concerto do ciclo “Um Músico, Um Mecenas 2014”. CICLO DE INSTRUMENTOS HISTÓRICOS UM MÚSICO, UM MECENAS III (2015) 15 de Junho - CRISTIANO HOLTZ interpreta sonatas de DOMENICO SCARLATTI (1685-1757) no CRAVO ANTUNES de 1758. CICLO DE INSTRUMENTOS HISTÓRICOS UM MÚSICO, UM MECENAS IV (2016) 25 de Junho - Os concertos de 2016 do ciclo “Um Músico, Um Mecenas” prosseguem sob o mote “Música sem Fronteiras”, pela mão de Sofia Diniz e Flávia Castro que interpretarão, respetivamente, a Viola da Gamba Rombouts e o Cravo Antunes, instrumentos históricos da coleção do Museu Nacional da Música. A entrada é livre. CICLO DE INSTRUMENTOS HISTÓRICOS UM MÚSICO, UM MECENAS V (2017) 9 de Setembro - Mazumi Yakamoto - Scarlatti CICLO DE INSTRUMENTOS HISTÓRICOS UM MÚSICO, UM MECENAS VI (2018) JOSÉ CARLOS ARAÚJO e FERNANDO MIGUEL JALÔTO A DUE CEMBALI Cravo construído em Lisboa por Joaquim José Antunes – 1758 (Tesouro Nacional) e cravo construído em Lisboa por João Baptista Antunes - 1789 CICLO DE INSTRUMENTOS HISTÓRICOS UM MÚSICO, UM MECENAS VII (2019) 14 de Setembro - Elisabeth Joyé e Cândida Matos Obras para 2 cravos da família Bach, executadas nos 2 cravos da família Antunes 19 de Junho 2019 Lançamento do livro "Os Antunes: Mestres Portugueses de Fazer Cravos, Pianofortes e Pianos (Séculos XVIII e XIX)” da autoria de Ana Paula Tudela (edição Museu Nacional da Música / INCM – Imprensa Nacional Casa da Moeda), com momento musical de José Carlos Araújo no cravo Antunes de 1758, tesouro nacional da coleção do Museu Nacional da Música. ______________________________________________________ DISCOGRAFIA DO CRAVO DE JOAQUIM JOSÉ ANTUNES, DE 1758: " Carlos Seixas, Sonatas para Cravo (Cremilde Rosado Fernandes), Portugalsom CD 870023/PS (1991); " Domenico Scarlati, Sonatas (Cremilde Rosado Fernandes), Jorsom CD 0102 (1991); " Carlos Seixas, 12 Sonatas (Rui Paiva), PolyGram 528 574-2 (1995); " Musica Portuguesa para Tecla - Séculos XVI e XVII (Ana Mafalda Castro), EMI Classics 724347182525 (1998); " Carlos Seixas: concertos, sonatas (José Luís González Uriol, Segréis de Lisboa), Portugaler 2003-2 (2002); " Carlos Seixas: Concerto para Cravo, Sinfonia, Sonatas (Ketil Haugsand, Orquestra Barroca da Noruega), Virgin Veritas 7243 5 45114 2 4 (1995) - Neste disco o cravo é apenas usado nas Sonatas, o Concerto é interpretado num cravo francês. 1.º CD da integral para tecla de CARLOS SEIXAS (1704-1742) gravação no histórico cravo Antunes, Museu da Música, Lisboa por José Carlos Araújo 7.º CD da integral para tecla de CARLOS SEIXAS (1704-1742) Gravado no cravo Antunes (1758), Tesouro Nacional, Museu da Música por José Carlos Araújo ____________________________________________ HARMONIZAÇÃO E RESTAUROS: Harmonização do cravo Antunes por Geert Karman em 2012 e manutenção do instrumento desde essa altura até ao presente (2019). Revisão e afinação por Andrew Wooderson - Fabricante de Cravos, Espinetas e Virginais -Inglaterra Breve sumário /síntese do trabalho desenvolvido entre 20 e 21 de Novembro 2006: Tarefa/Objectivo: Levar a cabo ajustamentos de afinação e regulação com o objectivo de pôr o instrumento em condições para uma futura gravação Substituição dos actuais plectros Delrin (plástico) por penas, Substituição de quaisquer penas enfranquecidas ou deterioradas. Análise das condições dos saltarelos /'jacks' e ajustes /regulações possíveis e/ou necessários Condição do cravo no início do trabalho : O cravo revelou estar assente maioritariamente em penas e tanto quanto pode ser determinado, as penas datavam da restauro de Neupert. Algumas penas apresentaram estilos de corte diferente , o que assumi como fazendo parte de substituições posteriores. O museu dispunha de uma quantidade de penas , provavelmente de corvo, e porventura também da altura de Neupert, o que facilitou assim o meu trabalho A maioria das penas adequadas ao instrumento estavam em más condições. Uma primeira análise sugeriu que 50% precisassem de ser substiutídas mas depois do trabalho começar a ser desenvolvido, tornou-se claro que muitas mais substituições seriam necessárias. 18 plectros haviam sido substituídos com Delrin branco, aparentemente de uma variedade pre´-cortada e anormalmente larga na base. Estas dimensões dos plectros delrin haviam causado danos nas junções(?) dos saltarelos. De uma forma geral, os corpos dos saltarelos, cópias modernas provavelmente datadas da altura do restauro de Neupert, foram bem feitas e adequadas. As linguetas , no entanto, são muito irregulares, revelando uma tendência para ficarem presas o que, combinado com as junções anormalmente largas e deterioradas, tornaria a substituição dos plectros muito mais problemática do que o inicialmente previsto. Por outro lado, apercebi-me que os amortecedores normalmente em boas condições haviam sido colados, uma prática comum de Neupert mas estranhamente surpreendente num instrumento histórico como este, facto que , obviamente, dificulta o arranjo. Apesar da irregularidade desta acção, foi possível obter uma impressão razoável da afinação e regulação do instrumento. Método de trabalho: Inicialmente foram utilizadas as penas fornecidas pelo museu mas muitas revelaram-se demasiado fracas para manter o nível de som e demasiado estreitas para se adaptarem às linguetas danificadas. Deste modo foram usadas penas de peru ? (bronze turkey), mais fortes e espessas, adaptáveis às linguetas danificadas. Nos casos mais complicados, as linguetas danificadas foram reparadas mediante uma nova colagem da madeira partida numa tentativa para conferir suporte extra aos plectros e encorajar uma ligeira subida do ângulo de projecção. Esta foi uma tarefa extremamente difícil e morosa e limitada às linguetas mais dos saltarelos mais afectados. Com efeito, com a limitação de tempo, iluminação e condições de trabalho (assento/mesa de trabalho)de trabalho desadequados à tarefa seriam insensatas mais tentativas de reparação deste tipo. Sumário O trabalho a ser desenvolvido revelou-se bem maior do que o previsto Todos os plectros Delrin e todos os restantes plectros notoriamente danificados ou enfranquecidos forma substituídos por penas novas. No final do trabalho, o instrumento tocava de forma muito satisfatória quando os 'registos' estavam na posição 'on', no entanto, será necessário desenvolver um trabalho posterior para ajustar os amortecedores de forma a permitir a movimentação livre e fiável dos 'registos' 'on ' e 'off'. Seria desejável melhorar as junções de muitas linguetas dos saltarelos e tais reparações podem ser levadas a cabo satisfatoriamente, em condições de tempo e trabalho apropriadas De salientar que se tivessem sido fornecidas à priori informações mais adequadas sobre o estado do instrumento, maior especificação do trabalho a ser desenvolvido, uma melhor planificação do mesmo, os resultados deste trabalho poderiam ter sido ampliados. No entanto, compreendo que eventuais constrangimentos orçamentais e administrativos tornaram mais complicada essa planificação. Para completar a revisão projectada de forma totalmente satisfatória é necessário um trabalho futuro que deverá incluir a análise e ajuste de todas as penas e amortecedores. Se o tempo e as circunstâncias o permitirem, seriam igualmente desejáveis melhoramentos nas junções das linguetas dos saltarelos. ___________________________________ Informações reunidas por Rui Nunes, em 4 de Maio de 2006: "… é um instrumento paradigmal da manufactura portuguesa setecentista, com um só teclado incorporado, dois registos independentes de 8 pés, tampo harmónico em pinho ordinário de veio contínuo, braços das teclas relativamente curtos e caixa também em pinho, de construção sólida, as ilhargas altas montadas sobre o fundo, com os planos interiores folheados a madeiras ricas do Brasil (no caso, macacaúba) e o encordoamento todo em latão. Estas características mecânicas e acústicas proporcionam uma execução leve e pormenorizada e resultam numa sonoridade ampla e calorosa, com qualidades tímbricas subtilmente distintas nas regiões grave, média e aguda do âmbito do teclado (53 notas, de Dó a mi3). O instrumento é particularmente adequado à escrita cravística de Carlos Seixas, de texturas quase sempre límpidas, que raramente excedem as duas partes, frequentemente em relação polarizada de melodia e simples acompanhamento." Texto da autoria de João Pedro d'Alvarenga que acompanha os cds de Rui Paiva e José Luís González Uriol "Exímio representante da escola portuguesa setecentista de instrumentos de tecla e legítimo e condigno destinatário das sonatas de Domenico Scarlatti. O instrumento apresenta-se, no seu carácter acústico muito afastado dos cravos franceses, ingleses ou flamengos, criando uma imagem sonora que marca de forma pastosa o espectro melódico num conjunto de linhas opulentas e "aromáticas"." Texto que acompanha o cd da Cremilde Rosado Fernandes com interpretações de Domenico Scarlatti Master-class de Cravo Sábado, 29 de Abril / 13:00 h - 15:00 2006-04-26 O Museu da Música e Cristiano Holtz receberam alunos de cravo, clavicórdio e órgão para uma aula especial, em torno do cravo setecentista construído por Joaquim José Antunes, uma das peças mais valiosas da colecção do Museu, onde se reconhece uma forte e bem estabelecida tradição de artesanato musical com orientações próprias. Esta master-class foi a primeira actividade a realizar no âmbito do protocolo que o Museu da Música estabeleceu com a empresa LPI – Promoção e Gestão de Imóveis, Lda., e Cristiano Holtz, protocolo esse que tem por objectivo último a manutenção e afinação do cravo Antunes entre Março e Dezembro de 2006.
 
     
     
   
     
     
     
 
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