Origem / Historial:
Henri Naderman (1780-1835?), construtor desta harpa, foi um comerciante e luthier que, desde muito cedo, se dedicou à construção de harpas e ao negócio da venda de instrumentos através da firma do seu pai.
O pai, Jean-Henri Naderman (1735-1799), foi editor e um dos mais famosos construtores de harpas do século XVIII, em Paris. Iniciou atividade como editor e construtor em 1770 e, a partir de 1778, esteve ao serviço de Marie Antoinette, tendo a sua firma na Rue Argenteuil. Em 1787, a firma muda de localização e passa ser na Rue Richelieu.
Os instrumentos desta família são muito ornamentados ao estilo Vernis Martin (imitação do lacado chinês). Mencionadas e elogiadas na memória escrita para a Academie des Sciences et Beaux Arts (assinada por Méhul, Bonec, Charles e Prony, a 17 de Abril de 1805), as harpas de Jean-Henri Naderman são consideradas as melhores do seu tempo, a nível de construção e mecanismo. Juntamente com J.B. Krumpholtz, compositor e harpista, o célebre construtor aperfeiçoou o modelo das harpas com pedal de ação simples - mecanismo em que o instrumentista tinha à sua disposição pedais, sendo a sua função aumentar um semitom das notas de cada corda. A partir de 1825, a familía Naderman era a única firma em Paris a fabricar harpas de pedal simples, devido ao triunfo do mecanismo de Erard (acção dupla) que permitiu a modulação para as 12 tonalidades da escala ocidental.
Atualmente, as harpas construídas para a Corte Francesa encontram-se conservadas no Victoria & Albert Museum de Londres e no Musée de la Musique de Paris.
Como editor, publicou inúmeras obras para harpa e piano e para vários outros instrumentos, incluindo sopros. As suas publicações eram, à semelhança dos seus instrumentos musicais, elegantes e ornamentadas.
Teve dois filhos: um excelente harpista, François-Joseph Naderman, e o já referido autor deste instrumento, Henri Naderman (1780-1835?).