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FICHA DE INVENTÁRIO
Museu: Museu Nacional Soares dos Reis N.º de Inventário: 10 Grav MNSR Autor: Neele, Samuel John (1763-1824) Local de Execução: Londres Centro de Fabrico: Londres Matéria: papel, tinta preta Dimensões (cm): altura: 58,5; largura: 47,8; Descrição: Planta da Cidade do Porto conhecida como Planta Redonda. A planta possui uma legenda indicadora dos "Edifícios Públicos Largos e Praças.", "Conventos e Collegios e Igrejas." e ainda "Ruas e Travessas".
Executada com rigor, limita a Sul as margens de Gaia, ao Norte a Igreja da Lapa e Rua da Boa Vista, e a Nascente pela Rua Direita até ao Campo do Poço das Patas, e a Poente as imediações da Torre da Marca. Na margem do rio está assinalado o areal de Miragaia, onde posteriormente foi contruído o edifício da Alfândega.
O perímetro da muralha encontra-se intacto quase na sua totalidade, delimitando a cidade desde o Postigo do Sol até à Porta Nova, abrangendo a Praça da Ribeira.
A planta representa ainda uma série de igrejas, conventos e trechos arquitectónicos demolidos ou transformados por novos arranjos urbanísticos: a capela da Senhora do Ó, posteriormente demolida com parte da muralha, a capela de St.º António de Peneda, a capela de St.º André, a igreja do Convento de S.º António, o tanque da Natividade. Representa ainda o extinto Convento dos Lóios e a sua igreja, e o Mosteiro de São Bento de Avé Maria. Na praça do Carmo, encontram-se ainda a capela e o convento das Carmelitas Descalças, e próximo da rua das Flores, a também posteriormente demolida, capela de S. Roque. Na extremidade da rua de Belmonte, encontram-se representados, lado a lado, os conventos de S. Francisco e S. Domingos.
No rio Douro encontra-se localizada a Ponte das Barcas, inaugurada em 1806. Foi por várias vezes desmontada, e finalmente substituída pela Ponte Pênsil, em 1843. À direita está expressamente indicado pelo autor o local de desembarque das tropas luso-britânicas, que em 12 de Maio se apoderaram do Monte do Seminário, tomando a cidade após a expulsão das tropas francesas: "Foi perto deste sítio que dezembarcou, na passagem do Rio o primeiro destacamento do Exercito Alliado na expulção dos Vandalos pelo Grande Wellington, a 12 de Mayo de 1809".
Origem / Historial: É a mais antiga planta da cidade. Impressa em Londres, o seu levantamento, julga-se que destinada a fins militares, foi realizado durante a Guerra Peninsular. Foi dedicada a Nicolau Trant, general inglês ao serviço do exército britânico nomeado Governador da cidade do Porto, após a expulsão das tropas francesas, sendo o mecenas da iniciativa de George Balck. Nela deve ter trabalhado o engenheiro portuense João Francisco Guimarães.
Bibliografia | Álbum Comemorativo da Exposição de Estampas Antigas sobre Portugal por Artistas Estrangeiros dos séculos XVI a XIX. Porto: Marânus, 1947, pág. 54 | ANDRADE, Monteiro de - Plantas Antigas da Cidade (século XVII e primeira metade do sécxulo XIX). Documentos e Memórias para a história do Porto - XI. Porto: Câmara Municipal do Porto, 1943, pág. 7-20 | Exposição de Estampas Antigas sobre Portugal por Artistas Estrangeiros sobre Portugal dos Séculos XVI a XIX. Gravuras e Litografias. MNAA. Porto: Imprensa Portuguesa, 1944, pág. 73 | Uma Cartografia Exemplar o Porto em 1892, Exposição Comemorativa do 1.º Centenário da Carta Topográfica de A. G. Teles Ferreira [Cat. Exp]. Porto, Câmara Municipal do Porto, 1992, pág. 111 | |
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