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FICHA DE INVENTÁRIO
Museu:
Museu Nacional Soares dos Reis
N.º de Inventário:
149/1 Our CMP/ MNSR
Supercategoria:
Arqueologia
Categoria:
Ourivesaria
Denominação:
Arrecada (par)
Autor:
Desconhecido
Local de Execução:
Noroeste de Portugal
Datação:
300 a.C. - 2ª Idade do Ferro
Matéria:
Ouro com toque aproximado de 600 milésimos
Dimensões (cm):
altura: 5,45 excluindo argolas e cadeado;
Descrição:
Arrecada em ouro, em forma de coroa circular aberta na zona superior e apêndice triangular soldado. A primeira é decorada por nove campânulas cónicas com espigão central, distribuídas de modo assimétrico entre duas fitas constituídas por três fios - dois torcidos e um liso central. Toda a coroa circular é debruada por duas cordas soldadas ao conjunto: no verso em corda dupla, e no reverso em corda simples. Ao longo do reverso da placa circular surgem nove punções que correspondem às câmpanulas do verso. O apêndice, constituído por duas placas triangulares sobrepostas soldadas na zona exterior de junção, apresenta no verso uma decoração com granulado e, no reverso, uma superfície lisa com vestígios de martelado para ajuste e aplicações em fio soldado a formar círculos concêntricos. Daqui irradiam, por sua vez, dois fios em voluta em direcção aos cantos superiores. Um botão soldado ao vértice do triângulo faz o remate terminal. Sistema duplo de suspensão, constituído por um travessão, aplicado em ambas as extremidades da coroa circular, e um trancelim construído com quatro elos entrançados formando secção quadrangular.
Incorporação:
Depósito da Câmara Municipal do Porto no Museu Nacional de Soares dos Reis
Proveniência:
Vila Mendo.
Origem / Historial:
Em Abril de 1908 (18 ou 19), nos limites dos concelhos da Póvoa de Varzim e Esposende, no lugar de Vila de D. Mendo, freguesia povoense de Estela, quando na mira de encontrarem tesouros escondidos alguns indivíduos rasgavam profundas valas numa bouça, surgiu-lhes à profundidade de 80 a 90 cm »um pucaro pequeno e barrigudo», contendo o achado que comummente se passou a designar por »Tesouro de Estela». Este é constituído, para além de um colar, por um Par de Arrecadas, a cabeça de um torques muito incompleto e granitos de matéria prima, cortados em talhadeira profissional. Segundo o relato de José Fortes publicado na Revista Portugália de Maio de 1908, à excepção do fragmento de torques, todas as restantes peças do "Tesouro de Estela" dão entrada no Museu Municipal do Porto a 20 de Abril de 1908 após uma fase de negociações pecuniárias com um ourives da Póvoa, de nome Américo Augusto da Silva, que estava na posse das mesmas. De acordo com o mesmo relato, à data do achado, "acabadas e integras" , "a conservação das arrecadas era perfeita (...) sem a patina, dir-se-íam promptas a suspender no pavilhão auricular de qualquer lusitana rica". As Arrecadas de Estela têm paralelos nas Arrecadas de Laundos e Afife: obedecem a um só esquema arquitectónico com os mesmos componentes fundamentais - o trancelim, uma caixa circular ao centro e, pendente desta, um corpo triangular que suporta um apêndice terminal. No verso da ficha de Inventário do antigo Museu Municipal lê-se: "Estas (2) joias, foram retiradas da vitrine nº 27, por motivo do inventário-geral, para serem relacionadas./ Pesaram-se, e encontrou-se-lhes o seguinte peso em conjunto: gramas, 24,74. Em seguida, o Director do Museu, Sr. Júlio Brandão, guardou-as no cofre existente no seu gabinetede trabalho. Em 23 de Setembro de 1938." Em 1940, conjuntamente com todo o espólio do extinto Museu Municipal do Porto, dá entrada em regime de depósito, no Museu Nacional de Soares dos Reis, de acordo com o estipulado no Decreto-Lei 27.879 de 21 de Julho de 1937. Foram conteúdo para um estudo de análise metalúrgica pelo alemão Axel Hartmann em 1971.

Bibliografia

ALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira de - A Póvoa de Varzim e o seu aro na antiguidade: Boletim Cultural da Póvoa de Varzim, 11 (1), 1972, pág. 12

Catálogo Guia do MNSR - Jóias, Pratas, Relógios, Miniaturas, Esmaltes e Diversos. Porto: Museu Nacional de Soares dos Reis, 1942, pág. 5, nº 2

CHAVES, Luís - Modelo arcaico de ourivesaria popular. As Arrecadas. Ourivesaria Portuguesa. Revista Oficial do Grémio dos Industriais de Ourivesaria do Norte, nº 1, pág. 74-76

COSTA, Laurindo - A Ourivesaria antiga. Porto: Tipografia Fonseca, 1927, pág. 15-17

CUEVILLAS, F. López - Las joyas castreñas. Madrid: [s/n], 1951, pág. 81, fig. 63

FORTES, José - Ouros protohistóricos da Estella (Póvoa de Varzim): Portugália, Vol. II, fasc. 1-4, 1905-1908, pág. 605-618, fig. 6-7

FREIJEIRO, A. Blanco - Orígen y relaciones de la orfebreria castreña.. Santiago de Compostela: [s/n], Cuadernos de Estudios Gallegos, 1957, pág. 289

GOMES, José Manuel Flores; Deolinda Carneiro - Subtus Montis Terroso. Património Arqueológico no concelho da Póvoa de Varzim. Póvoa de Varzim: Câmara Municipal da Póvoa de Varzim, 2005, pág. 221-222

HARTMANN, Axel - Análises de alguns objectos pré-históricos de ouro, procedentes do Norte de Portugal. in Revista de Guimarães, vol. LXXXI, 1-2: 1971, pág. 129-138, fig. 4

HENRIQUES, Eugenio - Um Logar de Honra. Notas sobre a ourivesaria Portuguesa. Porto: Officinas de O Commercio do Porto, 1922, pág. 6

LACERDA, Aarão de - História da Arte em Portugal. Porto: Portucalense Editora, 1942, pág. 47-48, fig. 35

OUTEIRIÑO, Bieito Perez - De ourivesaria castrexa. I. Arracadas. Ourense: Boletin Avriense. Museu Arqueológico Provincial, 1982, pág. 57-62

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SILVA, Armando Ferreira da - A cultura castreja no noroeste de Portugal. Paços de Ferreira: 1986, pág. 243,261-262

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SOUSA, Gonçalo Vasconcelos e - Ourivesaria castreja em Portugal I. Porto: Universidade Portucalense, 1991

VITORINO, Pedro - Os Museus de Arte do Porto. Coimbra: Imprensa da Universidade, 1930., pág. 161

 
     
     
   
     
     
     
 
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