Museu:
Museu dos Biscainhos
N.º de Inventário:
2721 MB
Denominação:
Bolsa de senhora
Local de Execução:
Europa, presumivelmente Portugal.
Centro de Fabrico:
Europa, presumivelmente Portugal.
Oficina / Fabricante:
Europa, presumivelmente Portugal.
Datação:
1796 d.C. - 1826 d.C. - 1796-1826
Matéria:
Tecido de seda lavrada cor-de-pérola com padrão de quadrícula losangular centralizada por motivo fitomórfico; tecido de seda natural verde; fitilho de tecido de seda do estreito verde cor de azeitona; fio laminado de ouro ou metálico dourado com alma de fio de seda amarelo;fios frouxos de seda nas cores amarelo-canário e verde-azeitona; e lantejoulas metálicas lisas.
Suporte:
Tecido de seda lavrada cor-pérola.
Técnica:
Bordado a fio laminado de ouro ou metálico dourado com alma de fio de seda amarela, a fio frouxo de seda nas cores amarelo-canário e verde, identificando-se os pondos de pé-de-flor, cheio e ponto de cruz, entre outros, e a lantejoulas metállicas, circulares e lisas.
Dimensões (cm):
altura: cerca de 19; total 33,5 (*); largura: cerca de 19;
Descrição:
Bolsa de senhora, de pequenas dimensões, sendo identificada como um modelo que ficou conhecido como "indispensável" no nosso país e "reticule" no contexto europeu, definindo um pequeno saco com alça para suspensão, sendo confeccionado manualmente em tecido de seda lavrada cor-de-pérola com padrão losangular cujos módulos são centralizados por motivo fitomórfico.
Apresenta um formato ovóide inserindo em ambas as faces um bordado a fio laminado de ouro ou metálico dourado com alma de fio de seda amarela, desenhando, periféricamente, o recorte ovalado da peça, com um remate superior de motivo sugestivo de franja e, no campo, círculos que intersectam as arestas de pequena quadrícula losangular; a ornamentação bordada enriquece-se com uma dupla grinalda de ramagem entrelaçada que parte dos ângulos superiores junto da abertura da bolsa e que se desenvolve em ondulação, dirigindo-se para o ponto central inferior da mesma, sendo concretizada a fio frouxo de seda nas cores amarelo-canário e verde-azeitona, e o desenho losangular do tecido estrutural foi realçado por pequenos pontos de cruz bordados no mesmo verde, e minúsculas lantejoulas metálicas lisas salientam pontos da grinalda e do cruzamento das arestas da figura geométrica mencionada.
A abertura da bolsa é adornada por pequeno folho em tecido de seda verde o qual constitui prolongamento do forro interno da peça; ainda junto da borda foram aplicados quatro pequeno laços equidistantes em fitilho de tecido de seda do estreito verde cor-de-azeitona, actualmente degradados. A salientar exteriormente a costura que une as duas faces têxteis da bolsa foi inserida uma pequena virola bordejante no mesmo tecido do forro. A alça que ostenta não é a original.
Trata-se de uma bolsa surgida no período conhecido como Estilo Império (1796 - 1826), que antecede e se prolonga um pouco para além do correspondente momento político francês, o Império de Napoleão Bonaparte (1804-1815), e que deve a sua criação a uma intenção prática decorrente da alteração profunda do vestido feminino que passou a ser confeccionado com grande simplicidade e linearidade impedindo o uso de bolsos em que as damas até então guardavam pequenos acessórios, sendo esta função substituída por estes sacos que pelas suas reduzidas dimensões foram considerados "réticules" (ridículos), o que deu origem à designação que hoje se conhece.
Do que se refere considera-se que a peça em foco, juntamente com o nº invº 2722 MB, uma outra bolsa "réticule", provenientes da mesma doação, se revestem de grande interesse pois documentam um período muito marcante da história europeia que colheu no traje uma especial expressão.
Incorporação:
Doação - Doação anónima.