Museu:
Museu dos Biscainhos
N.º de Inventário:
2751 (a, b) MB
Local de Execução:
Presumivelmente Portugal.
Centro de Fabrico:
Presumivelmente Portugal.
Datação:
1863 d.C. - 1869 d.C. - Século XIX.
Matéria:
Tecido de seda natural verde esmeralda; tecido de linho branco;pasta de algodão; fita de nastro de tecido de algodão; renda preta; quatro varetas; dez colchetes metálicos completos; um colchete de encaixe; linhas de costura nas cores branca e verde.
Dimensões (cm):
altura: corpo 43; saia 105; largura: cintura 56; roda da saia 322; comprimento: manga 52,5;
Descrição:
Vestido de senhora integrado por duas peças confeccionadas em tecido de seda natural, de cor verde esmeralda.
O corpo é composto por cinco panos, três frontais e dois dorsais, com abertura à frente, ajustável através de onze colchetes metálicos pretos; apresenta um formato cintado com quatro pinças, insere mangas compridas, lisas, e debruadas no punho por renda de remate preta, com temática floral. Interiormente, a peça é forrada a tecido de linho branco, avolumada na zona do peito através de bolsas com enchimento de pasta de algodão, e com reforço da sustentabilidade dimensional através de quatro varetas posicionadas frontalmente ao nível da cintura, duas de cada lado e fixadas por fita de nastro de algodão branco.
A saia é comprida até aos pés, estruturada através de oitos panos, com seis pregas na face anterior, posicionadas três de cada lado, onde se desenha lisa, e com roda na parte posterior denunciando uma maior volumetria neste sector, necessária ao uso de crinolina na fase em que esta armação evoluiu de um recorte inferior circular para oval. A cintura é internamente definida por fita de tecido de linho (?) branco de que se suspende uma presilha em fita de algodão da mesma cor. A bainha, presentemente alinhavada, sugere a possibilidade de um reajustamento posterior à confecção original.
Glossário|
Anágua| Saiote, ou saia interior.
Crinolina|Elemento do vestuário feminino europeu vulgarizado a partir de 1839, constituído primordialmente, como um saiote entretecido de crina de equíduo, de que procede a actual nomenclatura, e que acompanhado de outras saias interiores, promoveu a abertura da amplidão do vulto inferior em forma de sino, que foi gradualmente crescendo, com o acrescento das anáguas enriquecidas de folhos e outras guarnições. Em 1856, foi inventada uma armação em formato de gaiola e obtida a partir de aros de aço ou de barba de baleia montadas em bandas de tecido. A partir de 1863, a volumetria igual a toda a volta do círculo que desenhava, alisou-se frontalmente e movimentou-se para a área dorsal, dando forma a uma crinolina de recorte elíptico o que se prolongou até cerca do fim da década de sessenta.
Invº T.Eça
Incorporação:
Doação - Doação do Senhor Dr. António Alberto de Magalhães Barros Lançós Cerqueira Queiroz| Colecção Senhora Dona Maria da Purificação de Araújo e Brito Lima da Rocha Aguiam, da Casa da Ponte, Arcos de Valdevez.