Origem / Historial:
Com 150 milhões de anos esta rocha ilustra bem o ambiente que existiu na região da Nazaré durante o período conhecido como Jurássico Superior. Este calcário dá-nos informações sobre o ambiente, o clima, a fauna e, por vezes, a flora do tempo em que ainda andavam por aqui os dinossauros.
Os vestígios de corais, ostras e outros bivalves, de gastrópodes, ouriços-do-mar e de muitos outros organismos ilustram a enorme biodiversidade que nesta altura existia neste local. Os seres vivos da época, as suas relações bióticas, quem seriam os predadores e quem seriam as presas, os que comiam e os que eram comidos, a temperatura das águas, o grau de salinidade, a turbidez, o hidrodinamismo são informações que podem ser recolhidas a partir do estudo de rochas como esta.
Também durante o Jurássico o mar estava por aqui a moldar, a transformar e a impor as suas leis. Nele existiam, não muito longe da costa, recifes de coral e um número elevadíssimo de organismos marinhos, típicos de águas quentes, que se recolhiam e se alimentavam, tal como hoje, nestes bancos de pedra e de vida. O clima seria tropical húmido, as temperaturas seriam altas, bastante apetecíveis e agradáveis. Na praia, perto da costa, passeavam-se os dinossauros, répteis enormes cujas pegadas ficaram marcadas nas areias e nos lodos até aos dias de hoje. Também estes gostavam de desfrutar de passeios calmos junto ao mar e da brisa do oceano. Parece que, ao fim e ao cabo, pouco mudou desde há 150 milhões de anos atrás.
Rochas sedimentares como esta constituem verdadeiros testemunhos do passado abrindo uma fresta que nos permite imaginar como seria a vida dos seres que nós nunca conhecemos e que desapareceram muito antes dos primeiros homens existirem.
Mª. Laura Anastácio