Origem / Historial:
O bote "Conquistável" foi registado na Capitania do porto da Nazaré em 15 de fevereiro de 1949, por Alberto Remígio & Filhos. Tinha número de registo "N 1778 C" e foi construído por Júlio Carmo Salvador.
Este barco tornou-se memorável na comunidade da Nazaré devido a um episódio de quase naufrágio. Tendo ido para o mar, sendo o arrais da embarcação o filho Francisco Remigio, abateu-se uma forte tempestade que obrigou os pescadores a refugiarem-se nas Berlengas. Sem formas de comunicação, a embarcação esteve desaparecida durante vários dias; as famílias e outros pescadores iam observar o mar todos os dias, no alto do promontório, mas não a avistavam nem os seus eventuais destroços. Quando já se pensava confirmado o naufrágio, passados 10 dias, o bote e os seus pescadores reaparecem e chegam salvos à praia da Nazaré.
Em forma de agradecimento, Francisco Remigio encomendou uma pintura (ex-voto) para oferecer ao Senhor dos Passos (imagem de forte devoção entre a comunidade piscatória, que se encontra na Igreja da Misericórdia, na Pederneira). Posteriormente, esse ex-voto foi transferido para o Santuário de Nossa Senhora da Nazaré, onde ainda se encontra (apresenta a seguinte inscrição: "Ofereço esta humilde lembrança a Nossa Sra da Nazaré como prova de recordação. Francisco Remigio. Nazaré 3/12/1950" (ilegível).
António da Beca, pescador e pintor popular, realizou a pintura pertencente ao Museu Dr. Joaquim Manso, datada pelo autor de 31 de março de 1950. Foi adquirida pelo Museu na fase da sua organização, em 1974, a Adelino Janardo, vendedor de artesanato na Nazaré.
No Museu Dr. Joaquim Manso arquivam-se fotografias de António Passaporte, de uma festa realizada na Praça Sousa Oliveira, onde se encontra a embarcação "Conquistável", com vários elementos do Rancho Tá-Mar que aí exibiram as suas danças. Estas fotografias foram reproduzidas em Postal Ilustrado, coleção Passaporte (LOTY).