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FICHA DE INVENTÁRIO
Museu:
Museu Dr. Joaquim Manso
N.º de Inventário:
40 Des.
Supercategoria:
Arte
Categoria:
Desenho
Denominação:
Armação de pesca
Autor:
Murranga, Casimiro Teresa
Datação:
1976 d.C.
Matéria:
Lápis de cor
Suporte:
Papel pardo
Dimensões (cm):
altura: 59; largura: 63,5;
Descrição:
Desenho a lápis de cor, sobre papel pardo, representando uma armação antiga. Apresenta várias rectas, a verde e castanho. e indicações a lápis, correspondentes às denominações das várias partes da armação: teia, vão de boca, barcas, levas, copo e gachas, lato, encontros, pernada de mar, barricas. No quarto superior esquerdo do esquema, define dois rectângulos a verde e azul, correspondentes à área principal ou central do “quadrado” da armação. Anotação a lápis, no canto inferior direito, “Casimiro / Tereza / Murranga / 81 / Anos”.
Incorporação:
Doação - Oferta do autor
Origem / Historial:
Desenho realizado pelo pescador Casimiro Murranga, em 1976, a pedido do Museu Dr. Joaquim Manso, no processo de organização da sua abertura ao público. Representa uma “armação redonda”, arte de pesca permanente feita com redes verticais, com uma abertura de um dos lados, destinada sobretudo à pesca da sardinha. É formada por várias peças de rede, montadas de modo a encaminharem o peixe para o “copo” da armação, onde será apanhado. Depois do peixe ter entrado no quadrado da armação, fechava-se a “boca” e era encurralado, alado até à superfície e retirado para o bordo dos batéis, por meio de “xalavares”. A arte era fixa no fundo do mar com “fateixas” (ferros), como demonstra o desenho. Os nomes inscritos a lápis correspondem a várias componentes da arte (teia, vão de boca, levas, copo e gáchas, encontros, pernada de mar, …) e foram escritos pelo técnico Emílio Vasco, seguindo as orientações do pescador Casimiro Murranga: Teia (“tecimento de malhas e fios do ‘rabo’ de uma armação fixa”); vão de boca; barcas (2); levas (“cabos delgados que servem para começar a faina do levantamento das redes”); copo (“parte da armação de pesca onde se apanha o peixe”); gácha (“rede que forra os lados do copo da armação”); pernada de mar (“reunião de dois cabos, por uma das extremidades, a um único, ficando os chicotes opostos fixos a um outro cabo, formando com este um triângulo”); encontros (“sistema de amarra e ferro que nos extremos do ‘travessão da testa’ de uma armação de pesca aguenta este retesado. Há o encontro do mar” – no desenho, no lado direito – “e o encontro de terra” – no desenho, no lado esquerdo) e barricas. Esta pesca era feita sazonalmente, na enseada da Nazaré, até às primeiras décadas do século XX. A “armação” é referida por A. A. Baldaque da Silva (1891-92), “Estado Actual das Pescas em Portugal”, como “aparelho de pesca permanente, por meio de redes, que se usa na costa do Algarve para a pesca do atum e da sardinha, e nas enseadas de Sines, Setúbal, Cascaes, Pederneira [Nazaré], Caparica e Peniche, para a pesca da sardinha” (p. 480). Já Ana Maria Simões da Silva Lopes (1975), em “O vocabulário marítimo português”, refere que “os poucos dias que podia estar no mar e a escassa quantidade de peixe que apanhava, conduziram, rapidamente, ao seu desaparecimento. (…) Hoje, já nem vestígios existem e estes poucos dados que recolhi sobre elas foram fornecidos por um velho pescador da Nazaré, hábil conhecedor de todos os segredos do mar, e que na sua mocidade lá trabalhara” (p. 207). Casimiro da Tereza Murranga (n. Nazaré, 1895 – m.?), pescador do bacalhau e pescador artesanal com a Cédula de Inscrição Marítima n.º 1947 (oferecida ao Museu Dr. Joaquim Manso), inscrito na Capitania do Porto da Nazaré em 4 de julho de 1911, trabalhara com esta armação na sua juventude e descreveu-a através de uma representação esquemática, em 1976, no âmbito de uma entrevista ao Museu Dr. Joaquim Manso. Nota: definição das componentes da armação escritas a lápis, seguindo a publicação A. A. Baldaque da Silva (1891-92), “Estado Actual das Pescas em Portugal”.
 
     
     
   
     
     
     
 
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