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FICHA DE INVENTÁRIO
Museu: Museu Nacional de Arte Antiga N.º de Inventário: 13/79v. Ilum Denominação: Livro de Horas Autor: Oficina de Simon Bening Oficina / Fabricante: Oficina de Simão Bening Datação: 1530 d.C. - 1534 d.C. Técnica: Pintura a têmpera e ouro Dimensões (cm): altura: 13,3; largura: 9,8; Descrição: Fólio 79 verso.
A iluminura tem um enquadramento à maneira de moldura, pintado em tons de castanho e dourado, a imitar a madeira.
Na composição principal, Papa Libério é representado numa cadeira em madeira com características góticas. O Papa enverga uma dalmática e um pluvial branco e dourado. O pluvial é preso por um firmal em ouro. Este tem na cabeça uma mitra e segura na mão esquerda um livro com capa dourada.
A cadeira possui nas ilhargas uma decoração gótica e montante com colunas encimadas por anjos. Este forma um dossel coberto com panos vermelhos e um drap d' honneur atrás. Na parte da frente do dossel, uma inscrição a dourado e um festão floral, com uma borla ao centro. À direita encontra-se o imperador Constâncio e à esquerda o Santo Atanásio e, no meio dos dois, Eusébio. Esta cena remonta ao Concílio de Milão de 355, convocado pelo Papa S. Libério. Neste evento o imperador Constâncio procurou que o Papa afastasse Santo Atanásio do seio da igreja. Para convencer o Papa, Constâncio enviou o eunuco Eusébio com ouro para comprar o Sumo Pontíficie. A ideia de Constâncio era, também, fazer com que Roma aceitasse os arianos.
No topo de ambas as tarjas, apresenta-se um enquadramento gótico. À esquerda, uma casa de vários andares e à sua frente um pequeno jardim fechado por uma cerca. Dentro dele, uma dama sentada no chão sobre a relva. Em baixo, duas damas preparam dois símio e um cavalo para um torneio (ver ficha 13/80 Ilum).
Incorporação: Transferência - Palácio das Necessidades
Origem / Historial: Este Livro de Horas é tradicionalmente atribuído à Oficina de Simão de Bening. Esta atribuição resulta dos estudos comparativos com outras obras realizadas por este iluminador, como o Breviário de Grimani (Biblioteca Marciana, Veneza).
Quanto ao destinatário, alguns estudiosos relacionam este códice como uma oferta de Damião de Góis a D. Catarina, e outros como pertencente ao infante D. Fernando. Ambas as posições podem ser contestadas pela representação das Armas Reais Portuguesas no fólio 1v. Dagoberto Markl avança com a hipótese de se tratar de uma encomenda do próprio rei, D. João III.
Segundo a inscrição no fólio 1v., a actual encadernação foi feita em Paris, em 1755.
Este Livro de Horas, pertencente às Colecções Reais, foi transferido para o Museu Nacional de Arte Antiga, proveniente do Palácio das Necessidades, no arrolamento dos bens reais.
Bibliografia | SANTOS, Reynaldo dos - "Iluminura Manuelina" in Oito Séculos de Arte Portuguesa - História e Espírito, vol. III. Lisboa: Empresa Nacional de Publicidad, 1970, pág. - | BEAUMONT, Maria Alice - "Livro de Horas" in Observador, nº64. Lisboa: 5.5.1972, pág. - | GUSMÃO, Adriano de - "Século XVI Iluminura " Cap. Os Primitivos e a Renascença in Arte Portuguesa/Pintura,vol. publicado sobre a direcção de João Barreira. Lisboa: Excelcior, s/d, pág. - | DIAS, Pedro; SERRÃO, Vítor - "A Pintura, a Iluminura e a Gravura dos Primeiros Tempos do Século XVI", in História da Arte em Portugal, vol. 5 - "O Manuelino". Lisboa: Alfa, 1986, pág. - | |
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