|
FICHA DE INVENTÁRIO
Museu: Museu Nacional de Arte Antiga N.º de Inventário: 13/51v. Ilum Denominação: Livro de Horas Autor: Oficina de Simon Bening Oficina / Fabricante: Oficina de Simão Bening Datação: 1530 d.C. - 1534 d.C. Técnica: Pintura a têmpera e ouro Dimensões (cm): altura: 13,3; largura: 9,8; Descrição: Fólio 51 verso.
Este fólio inicia o Ofício dos Mortos.
A iluminura tem um enquadramento à maneira moldura, em tons de castanho e dourado, a imitar a madeira.
No quadro principal, é representado o "ideal da boa-morte" do encomendador. Este está deitado numa cama que assenta num estrado e com um dossel de pano verde. O senhor segura na mão direita um círio aceso, sendo assistido por religiosos franciscanos. No primeiro plano, o frade à direita segura um crucifixo e o outro religioso um livro. Do outro lado da cama, um dos frades segura na mão a mitra do celebrante, e outro o báculo, enquanto outros seguram também velas na mão. Esta cerimónia é presenciada por várias pessoas. Ao fundo, num pequeno altar, coberto por uma toalha branca, uma custódia em ouro, contém a hóstia consagrada. Esta é ladeada por uma cortina rosa. De ambos os lados, duas janelas com vidros. O chão do quarto é em mosaico e entre os dois religiosos, em primeiro plano, está um banco com uma caldeira de água-benta. Na traja que envolve a moldura é representado um motivo que imita um brocado.
Incorporação: Transferência - Palácio das Necessidades
Origem / Historial: Este Livro de Horas é tradicionalmente atribuído à Oficina de Simão de Bening. Esta atribuição resulta dos estudos comparativos com outras obras realizadas por este iluminador, como o Breviário de Grimani (Biblioteca Marciana, Veneza).
Quanto ao destinatário, alguns estudiosos relacionam este códice como uma oferta de Damião de Góis a D. Catarina, e outros como pertencente ao infante D. Fernando. Ambas as posições podem ser contestadas pela representação das Armas Reais Portuguesas no fólio 1v. Dagoberto Markl avança com a hipótese de se tratar de uma encomenda do próprio rei, D. João III.
Segundo a inscrição no fólio 1v., a actual encadernação foi feita em Paris, em 1755.
Este Livro de Horas, pertencente às Colecções Reais, foi transferido para o Museu Nacional de Arte Antiga, proveniente do Palácio das Necessidades, no arrolamento dos bens reais.
Bibliografia | SANTOS, Reynaldo dos - "Iluminura Manuelina" in Oito Séculos de Arte Portuguesa - História e Espírito, vol. III. Lisboa: Empresa Nacional de Publicidad, 1970, pág. - | BEAUMONT, Maria Alice - "Livro de Horas" in Observador, nº64. Lisboa: 5.5.1972, pág. - | GUSMÃO, Adriano de - "Século XVI Iluminura " Cap. Os Primitivos e a Renascença in Arte Portuguesa/Pintura,vol. publicado sobre a direcção de João Barreira. Lisboa: Excelcior, s/d, pág. - | DIAS, Pedro; SERRÃO, Vítor - "A Pintura, a Iluminura e a Gravura dos Primeiros Tempos do Século XVI", in História da Arte em Portugal, vol. 5 - "O Manuelino". Lisboa: Alfa, 1986, pág. - | |
|
|