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FICHA DE INVENTÁRIO
Museu:
Museu Nacional de Arte Antiga
N.º de Inventário:
14/13 Ilum
Supercategoria:
Arte
Categoria:
Pintura
Denominação:
Livro de Horas
Título:
Calendário (mês de Junho)
Autor:
António de Holanda, atribuído a
Datação:
1517 d.C. - 1551 d.C.
Suporte:
Pergaminho
Técnica:
Pintura a têmpera e ouro
Dimensões (cm):
altura: 14, 2; largura: 10, 8;
Descrição:
Fólio 13. Iluminura dedicada ao mês de Junho. Neste fólio, a iluminura de forma rectangular ocupa praticamente toda a folha do livro. Esta tem um enquadramento à maneira de moldura em tons de vermelho e dourado com um envolvimento arquitectónico gótico no topo. Este enquadramento forma um segundo quadro dividido em dois campos. No primeiro domina um grande castelo. No fosso que o circunda deslizam cisnes na água e sobre esta, uma ponte dá acesso ao grande edifício. Ao longe, e à direita, vislumbra-se uma cidade, destacando-se a torre gótica da catedral. No campo seguinte, é representado o calendário do mês de Junho. Apresentando este, uma inicial fitomórfica em tons de castanho e amarelo, que projecta a sua sombra sobre um fundo quadrangular verde. Este espaço é, ainda, definido por linhas a sanguínea de modo a formar uma tabela com três colunas. Estas são preenchidas pelo: número áureo, letra dominical e pelos dias dos santos ou das festividades litúrgicas. O texto é escrito em latim com caracteres góticos regulares, a vermelho e preto. Nas tarjas sob um céu azul, embrulhado numa neblina, ocorrem duas cenas: uma de ceifa e outra de sementeira. Na tarja da direita predomina uma grande árvore, e um camponês semeia o campo, enquanto várias aves voam à sua volta, na tentativa de comer alguma semente. Mais ao fundo, duas pessoas deslocam-se através de um campo agrícola. Na tarja inferior, três homens dedicam-se à ceifa do trigo, arranjando-o em molhos, enquanto outro sacia a sede por um cantil. À direita, por entre um aglomerado rochoso, uma nascente brota água. Na tarja da esquerda, mantém-se a representação de actividades agrícolas e ao fundo, destacam-se algumas choupanas.
Incorporação:
Transferência - Proveniente do Palácio das Necessidades
Origem / Historial:
A execução do Livro de Horas dito de D. Manuel prolongou-se por vários anos. Segundo o texto do fólio 1, ter-se-á iniciado em 1517, mas provavelmente só terá sido concluído após 1551, ano em que se procedeu à trasladação dos restos mortais do rei D. Manuel I, para o Mosteiro dos Jerónimos, durante o reinado de D. João III (Moura, 1999). Estudos mais recentes revelam a hipótese deste livro ter sido encomendado por Damião de Góis ao iluminador António de Holanda, residente, na época, em Portugal (Moura, 1999). Apesar da influência Ganto-Brugense, o Livro de Horas dito de D. Manuel caracteriza-se por uma iconografia com elementos portugueses que lhe confere originalidade relativamente a outros códices da mesma escola (Markl, 1983). Este Livro de Horas pertenceu às Colecções Reais, sabendo-se que esteve na posse de D. Fernando Saxe-Coburgo. Foi transferido do Palácio das Necessidades para o Museu Nacional de Arte Antiga, em 1915, no arrolamento dos bens reais.

Bibliografia

MOURA, Vasco Graça - "Damião de Góis e o Livro de Horas dito de D. Manuel", sep. Arte Ibérica. Lisboa: 1999, pág. -

TRIGUEIROS, António Miguel - "Moedas Iluminadas", in Oceanos, nº 26. Lisboa: CNCDP, Abril/Maio de 1996, pág. -

MARKL, Dagoberto - Livro de Horas de D. Manuel. Maia: Crédito Predial Português/INCM, 1983, pág. -

RIBEIRO, Margarida; Fernando Portugal - "Livro de Horas de D. Manuel (Subsídios para a reconstituição da vida popular portuguesa no século XVI), in Panorama, nº32, 4ª série. Lisboa: Dez. 1969, pág. -

DIAS, Pedro - "A Crónica Iluminada de D. João I da Biblioteca Nacional de Madrid", in Oceanos, nº 26. Lisboa: CNCDP, Abril/Junho de 1996, pág. -

VISCONDE DE SANTARÉM - Opúsculos e Esparsos, vol.I. Lisboa: Imprensa Libanio da Silva, 1910, pág. -

SANTOS, Reynaldo dos - "Les principaux manuscrits a peintures conservé en Portugal" in Bulletin de la Société Française de Reproductions de Manuscrits et Peintures. ,Paris: 1932, pág. -

INGLÊS, Pedro Aboim - "Algumas Precisões. Livro de Horas dito de D. Manuel", in História. Lisboa: Junho de 2000, pág. -

SANTOS, Reynaldo dos - "Iluminura Manuelina" in Oito Séculos de Arte Portuguesa - História e Espírito, vol. III. Lisboa: Empresa Nacional de Publicidad, 1970, pág. -

GARCIA, José Manuel - "Poder, História e Exotismo na Iluminura Portuguesa Quinhentista", in Oceanos, nº 26. Lisboa: CNCDP, Abril/Junho de 1996, pág. -

FARO, Jorge - O Livro de Horas chamado de D. Manuel. Lisboa: Separata de Panorama, nº 6, 1957, pág. -

BEAUMONT, Maria Alice - "Livro de Horas de D. Manuel" in Observador, nº16. Lisboa: 4.6.1971, pág. -

TRIGUEIROS, António Miguel - "As Moedas Também Falam", in Oceanos, nº 11. Lisboa: CNCDP, Junho 1992, pág. -

BEAUMONT, Maria Alice - "Livro de Horas" in Observador, nº64. Lisboa: 5.5.1972, pág. -

GUSMÃO, Adriano de - "Século XVI Iluminura " Cap. Os Primitivos e a Renascença in Arte Portuguesa/Pintura,vol. publicado sobre a direcção de João Barreira. Lisboa: Excelcior, s/d, pág. -

VISCONDE DE SANTARÉM - "Notice sur quelques manuscrits remarcables par leus caràcteres et par les ornaments dont ils sont embellés que se trouvent en Portugal", in Mémoires de la Société Royale des Antiquaires de France. Paris: Imprimerie E. Duverger, 1836, pág. -

BEAUMONT, Maria Alice - As 50 Melhores Obras de Arte em Museus Portugueses. Lisboa: Chaves Ferreira - Publicações, 1991, pág. -

DIAS, Pedro; SERRÃO, Vítor - "A Pintura, a Iluminura e a Gravura dos Primeiros Tempos do Século XVI", in História da Arte em Portugal, vol. 5 - "O Manuelino". Lisboa: Alfa, 1986, pág. -

 
     
     
   
     
     
     
 
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