Museu:
Museu Nacional de Arte Antiga
N.º de Inventário:
1639 Mov
Autores:
Kano Domi
Desconhecido
Datação:
1593 d.C. - 1601 d.C.
Matéria:
Madeira de criptómeria, papel de amoreira, pigmentos minerais e aglutinante, folha de ouro, pó de ouro e prata, laca, seda e ferragens de cobre douradas.
Técnica:
Formados por um numero par (6) de folhas unidos por moldura articulada e por charneiras de papel. Sobre um engradado leve de madeira colavam-se sobrepostas folhas de papel de amoreira da mais espessa para a mais fina, até se obter uma superficie lisa e resistente que irá receber decoração. Revestidas a folha de ouro, são decoradas com pintura a têmpera. Reverso com decoração a pó de ouro e prata.
Dimensões (cm):
altura: 172,8; espessura: 2; comprimento: 380,8;
Descrição:
Este biombo articulado, constituido por seis folhas, faz parte de um par. Executado numa estrutura leve de engradado em madeira, coberta por sucessivas folhas de papel de forma a obter uma superficie uniforme onde o artista desenvolve o seu tema utilizando, neste caso, cores vibrantes, enquadradas por grandes superficies em ouro. Debruado a seda, é rematado por moldura lacada protegida por ferragens em cobre. O reverso liso decorado com esquirolas metálicas, demonstra que se destinava a espaços de cerimonial.
Atribuido a Kano Domi, nele desenrola-se da esquerda para a direita, a descrição visual que traduzia episodios das actividades religiosas e comerciais dos portugueses no Japão.
Aos pintores da escola de Kano a quem cabia retratar o quotidiano, não podia escapar o espanto que causava a chegada do barco negro a Nagasaki.
No segundo biombo perante enorme curiosidade, forma-se o exótico cortejo de pessoas e bens, em direcção à casa da Companhia de Jesus. No colorido cortejo destaca-se o capitão-mor coberto por um parasol. Pelo realismo minucioso colocado nos pormenores dos diversos trajes, denuncia-se não só o grau hierarquico de cada personagem, como se revela a influencia profunda que a indumentária ocidental provocou na sociedade japonesa da época.
É possivel ver com detalhe o que de mais fantástico se transportava na nau, e que se destinava não só ao comércio mas também a presentear as altas individualidades locais: cavalos arabes, sedas, animais enjaulados, grandes potes, ou mesmo uma cadeira de dobrar.
Na Casa da Companhia de Jesus, em planos distintos, entre a azáfama e expectativa crescentes, destaca-se um daimio convertido (?) conversando com um jesuita.
Neste segundo biombo, o pintor acentuando pormenores não só de ordem temporal como espiritual, capta e regista, na sequencia de dois momentos, a extensão e a diversidade de valores trocados entre os dois povos.
Incorporação:
Compra - Transitou do Ministério das Finanças para o M.N.A.A.