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FICHA DE INVENTÁRIO
Museu: Museu Nacional de Arte Antiga N.º de Inventário: 80 Pint Denominação: Martírio de São Sebastião Título: Martírio de São Sebastião Datação: 1536 d.C. - 1538 d.C. Suporte: Madeira de carvalho Técnica: Pintura a óleo sobre madeira de carvalho Dimensões (cm): altura: 119; largura: 244,6; Descrição: São Sebastião nimbado e preso a uma coluna com os pés atados por uma corda que enlaça um punhal, surge representado no centro da composição. Dois archeiros, um de cada lado, vestidos com ricas indumentárias e manejando as suas armas, visam o corpo do santo.
O martírio do santo romano é, fundamentalmente, um pretexto para a realização de uma grande composição paisagista povoada por inúmeras figuras e marcada por apontamentos que remetem para a vida quotidiana de uma urbe no século XVI.
A cena decorre numa cidade de que se pode vislumbrar em segundo plano o casario e um templo circular "italianizante" rasgado por balcões e arcadas decoradas por enormes estátuas, a que se tem acesso através de uma escadaria. À sua frente uma multidão assiste a um auto-de-fé, com dois corpos consumidos numa grande fogueira. Incorporação: Outro - Transferência: Charola do Convento de Cristo (Tomar)
Origem / Historial: Este painel retabular pertencia a um dos altares pequenos da Charola do Convento de Cristo em Tomar, destinando-se provavelmente ao altar de São Sebastião conforme consta no manuscrito de Frei Jerónimo de S. Romão, havendo documentação que atesta a sua realização, nomeadamente verbas de despesa pelo trabalho do pintor régio Gregório Lopes nos anos de 1536 e 1537 (ANTT, Convento de Cristo, 23, fls. 187v., 188 e 196). De facto, sabemos que de Setembro de 1536 a Abril de 1539 o pintor esteve na vila de Tomar a trabalhar nalguns retábulos destinados à charola da igreja do dito convento.
* Forma de Protecção: classificação;
Nível de classificação: interesse nacional;
Motivo: Necessidade de acautelamento de especiais medidas sobre o património cultural móvel de particular relevância para a Nação, designadamente os bens ou conjuntos de bens sobre os quais devam recair severas restrições de circulação no território nacional e internacional, nos termos da lei n.º 107/2001, de 8 Setembro e da respectiva legislação de desenvolvimento, devido ao facto da sua exemplaridade única, raridade, valor testemunhal de cultura ou civilização, relevância patrimonial e qualidade artística no contexto de uma época e estado de conservação que torne imprescindível a sua permanência em condições ambientais e de segurança específicas e adequadas;
Legislação aplicável: Lei n.º 107/2001, de 8 de Setembro;
Acto Legislativo: Decreto; N.º 19/2006; 18/07/2006 *
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