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FICHA DE INVENTÁRIO
Museu:
Museu Nacional de Arte Antiga
N.º de Inventário:
1181 Pint
Supercategoria:
Arte
Categoria:
Pintura
Denominação:
Nossa Senhora de Belém(verso); Descida de Cristo ao Limbo(reverso)
Título:
Nossa Senhora de Belém (verso); Descida de Cristo ao Limbo (reverso)
Autor:
Holanda, Francisco de
Datação:
1550 d.C. - 1553 d.C.
Matéria:
Óleo
Suporte:
Madeira
Técnica:
Pintura a óleo sobre madeira
Dimensões (cm):
altura: 32; largura: 45;
Descrição:
Ocupando o eixo central do quadro, Nossa Senhora de Belém surge representada com o menino ao colo e ladeada por Santo Agostinho e São Jerónimo que, juntamente com dois anjos nús que conferem à pintura um tom italianizante, lhe sustentam o manto azul sob o qual se organizam dois grupos distintos de personagens: do lado direito, monges hieronimitas prostrados em adoração à sua padroeira e, do lado esquerdo, a família real portuguesa. De entre todos os frades, destaca-se um que se situa simetricamente ao Cardeal-Infante D. Henrique pelo facto de ser o único dos monges a ter ar de retrato. Segundo Sylvie Deswarte, poderá ser Frei Miguel de Valença, Prior do mosteiro e Provincial da Ordem dos Jerónimos desde 1550. O conjunto das onze figuras, algumas das quais identificadas por legendas douradas, encontra-se ajoelhado atrás do Papa Júlio III («Ivlius III») que, à sua frente, tem pousados no chão a coroa, o ceptro e a tiara. Em primeiro plano retrata-se a Rainha D. Catarina («ChA-R»), que observa D. João III («I.R. III») e o Príncipe D. João («I.P.»). Por detrás, os infantes D. Maria, D. Luís («I.LV.»), o Cardeal D. Henrique («I.C.HR.») e D. Joana de Áustria («IONA.P.»). Ao fundo, em terceiro plano, a família do Infante D. Duarte: a viúva D. Isabel de Bragança («ISA.»), que enverga panejamentos de freira, e as suas filhas D. Maria («MA.») e D. Catarina («CH.»). O rapaz colocado entre D. João III e o Cardeal D. Henrique poderá tratar-se do irmão mais novo do rei, D. Duarte (cf. Rafael Moreira), ou D. Duarte, o filho póstumo do Infante D. Duarte, irmão de D. João III (cf. Sylvie Deswarte). No reverso da pintura aparece a Descida de Cristo ao Limbo, representado como um imenso conjunto de seres nús, que, como nota Rafael Moreira, se aproxima muito do Purgatório que Francisco de Holanda viria a realizar alguns anos mais tarde (1569) na iluminura para a Irmandade das Almas de Setúbal. Em primeiro plano, de costas para o espectador, destaca-se a figura de Moisés segurando as tábuas da lei e ladeado, atrás, no canto inferior esquerdo do quadro, por São João Baptista com a cruz de canas e, do lado direito, por Adão, um velho de cabelo e longas barbas brancas. Ainda de acordo com Rafael Moreira, no canto direito do quadro está retratado o Infante D. Duarte (falecido em 1540), identificado através da comparação com a miniatura de Parma.
Incorporação:
Outro - Transferência: Casa Pia de Lisboa
Origem / Historial:
Datável de cerca de 1550/1553, uma vez que o pontificado de Júlio III decorreu entre 1550 e 1555, e que o infante D. João morreu em 1554, deve-se a Joaquim de Vasconcellos a atribuição desta pintura a Francisco de Holanda, no que foi secundado por João Couto depois da descoberta do álbum de desenhos de Francisco de Holanda De Aetatibus Mundi Imagines, obra encontrada por F. Cordeiro Blanco na Biblioteca Nacional de Madrid em 1955. Segundo uma hipótese avançada por Sylvie Deswarte, o quadro deverá ter sido realizado como ex-voto para a Capela de Nossa Senhora das Estrelas, embora já no início do século XVII (1603), altura em que Bernardo de Brito visita o Mosteiro, figurasse no coro alto, ao lado da imagem de Cristo Crucificado de Filipe de Brias, tendo permanecido neste local até ao século XIX. Neste sentido, é interessante a descrição que Vernaghen faz da igreja, ao afirmar que: « A parte deste meios pilares voltada para o côro foi mascarada por duas pilastras modernas, que ahi se uniram naturalmente a fim de sustentar ao meio da frente do côro um grande espaldar e docel de damasco e veludo levantado sobre um altar de madeira com um crucifixo de tamanho maior que o natural, e um pequeno painel antigo representando de um lado a ressurreição e do outro N. Senhora e S. Jeronimo vestido de cardeal intercedendo por el-rei D. João 3º, sua esposa e a família real todos ajoelhados e com os nomes em letra dourada nas cabeças. O sr. A. M. Couceiro, a quem devemos esta curiosa nota, foi quem teve a boa lembrança de tirar fóra todo este altar, que não permitia gosar tão bem da architectura, mandando a imagem para uma das capellas da igreja e guardando o importante painel n'uma das capelinhas do dormitório.» Também Frei Bernardo de Brito no Elogio que fez a D. João III declara que o: «Seu retrato se conserva em diversas partes muito ao vivo, em particular no Mosteiro de Belem em huma taboa que esta no Coro posta no pé de hum devoto Crucifixo, na qual está tambem o Principe seu filho, muitos irmãos seus retratados excellentissimamente.» Em 1842 a pintura foi tranferida para uma das capelas do dormitório por ordem de A. M. Couceiro, provedor da Casa Pia de Lsboa e, quando se destruíram as capelas do dormitório, passou para uma das salas da Casa Pia cerca de 1860. Foi no início deste século que deu entrada no Museu Nacional de Arte Antiga, tendo então sido registada como sendo proveniente da Casa Pia.
 
     
     
   
     
     
     
 
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