Origem / Historial:
Após a extinção das ordens religiosas em 1834, do recheio do convento cisterciense do Lorvão, apenas o cadeiral se conservou no lugar original, tendo parte do restante património sido transferido para o Museu de Belas Artes.
O termo de entrega respeitante a este processo assinala um quadro em madeira com a representação de São Miguel, quadro esse que é identificado no Museu Nacional de Arte Antiga com o número de inventário 195. Contudo, tal identificação não está correcta, uma vez que esta pintura não foi incorporada em 1877, constando já do inventário de 1838 (então com o número 178) e do inventário copiado para o Livro nº 42/Museu Nacional de Arte Antiga (com o número 195). A corroborar este facto, a pintura figura também no catálogo de 1862 com a seguinte descrição:
«68 - Archanjo S. Miguel
Tem uma espada de dois gumes e balança na mão com duas almas; a da concha esquerda é presa pelas garras do dragão infernal, e a alma supplica a protecção do archanjo, e este a defende, pizando e ameaçando com a espada o dragão - na parte inferior do quadro vê-se um grupo composto de todas as classes da sociedade (figuras pequeninas), mostrando espanto - (Taboa)
Alt. 1m 29 c - Larg. 76 e meio c.»
É, pois, evidente que o São Miguel proveniente do Lorvão não é este, mas sim, e tal como foi demonstrado por José Alberto Seabra de Carvalho, o painel inventariado com o número de inventário 956 Pint.