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FICHA DE INVENTÁRIO
Museu:
Museu Nacional do Azulejo
N.º de Inventário:
MNAz 138 Az
Supercategoria:
Arte
Categoria:
Cerâmica
Denominação:
Painel de azulejos
Título:
Retábulo de Nossa Senhora da Vida
Autor:
Matos, Marçal (Lisboa, c. 1550 - (?))
Local de Execução:
Portugal
Centro de Fabrico:
Lisboa
Datação:
1580 d.C.
Matéria:
Barro
Técnica:
Faiança
Dimensões (cm):
altura: 500 cm; largura: 471,5 cm;
Descrição:
Painel simulando uma composição de retábulo em andares sucessivos: do embasamento arquitectónico tripartido, com motivo de "ponta de diamante" imitando cantaria e alternando com cabeças de leão, elevam-se quatro colunas coríntias com enrolamentos de hera que suportam um entablamento decorado com grotescos em forma de acanto e encimado por um frontão semi-circular. Dois nichos axiais com as figuras, representadas como esculturas, dos Evangelistas São João (esquerda) e S. Lucas (direita) ladeiam a composição central, a Adoração dos Pastores, simulando pintura. No frontão a Anunciação, num enquadramento de folhagens como nos medalhões dos Della Robia, apresenta as figuras da Virgem (direita) e do Anjo Gabriel (esquerda). Um vão rectangular corresponde originalmente ao lugar de uma janela. Todos as cenas representadas seguem as regras iconográficas da época. Na Adoração dos Pastores o centro da composição é a figura do Menino Jesus, deitado para o qual se dirige o olhar de todas as personagens representadas. S. José ajoelhado segura uma vela com a mão esquerda. A Virgem Maria surge ajoelhada e de mãos postas. Entre estas duas figuras apresentam-se as cabeças de um burro e de uma vaca. Os pastores estão em atitude reverencial e o mais próximo está de joelhos, segurando com a mão direita uma cesta com ovos. Dois dos pastores seguram cirios. Superiormente do lado esquerdo a representação do Arcanjo Gabriel simbolizando o anúncio do nascimento do Messias aos Pastores. No nicho lateral esquerdo, São João Evangelista surge escrevendo em alusão à sua autoria do 4º Evangelho e do Apocalipse. A seus pés, uma águia simbolizando a ave que mais perto voa do céu, segura um tinteiro com o bico. No nicho lateral direito, São Lucas surge escrevendo num livro aberto em alusão ao seu Evangelho e tem a seus pés um touro que simboliza o sacrificio do animal por Zacarias com que se iniciam os seus escritos. Na representação da Anunciação, no frontão, a Virgem está representada de joelhos e mãos postas sobre o peito, frente a um genuflectório onde pousa um livro que tradicionalmente tem a profecia de Isaias. Superiormente a pomba do Espírito Santo, envolta numa mancha de luz, desce sobre a Virgem. O arcanjo Gabriel, ajoelhado, dirige-se à Virgem com o braço direito levantado e segurando com a mão esquerda, o seu atributo, um ceptro com a flor-de-lis. Pintura polícroma a verde, amarelo, azul e manganês sobre branco.
Incorporação:
Desconhecido (Fundo Antigo)
Origem / Historial:
Forma de Protecção: classificação; Nível de Classificação: interesse nacional; Motivo: Necessidade de acautelamento de especiais medidas sobre o património cultural móvel de particular relevância para a Nação, designadamente os bens ou conjuntos de bens sobre os quais devem recair severas restrições de circulação no território nacional e internacional, nos termos da lei nº 107/2001, de 8 de Setembro e da respectiva legislação de desenvolvimento, devido ao facto da sua exemplaridade única, raridade, valor testemunhal de cultura ou civilização, relevância patrimonial e qualidade artística no contexto de uma época e estado de conservação que torne imprescindível a sua permanência em condições ambientais e de segurança específicas e adequadas; Legislação aplicável: Lei nº 107/2001, de 8 de Setembro; Acto Legislativo: Decreto; Nº 19/2006;18/07/2006 Este painel é proveniente da capela lateral da Igreja de Santo André, que se situava junto ao Castelo de S. Jorge, em Lisboa. A Capela foi fundada por Bartolomeu Vaz de Lemos c. 1580 e dedicada a Nossa Senhora da Vida. Na sequência da demolição parcial da Igreja, em 1845, o painel ficou ao cuidado da Intendência das Obras Públicas até ser transferido, em 1865, para a Biblioteca Nacional, na altura instalada no Convento de S. Francisco. Aqui foi restaurado em 1865, conforme consta do painel de azulejos colocado, nesta altura, no vão rectangular existente no frontão e correspondente, no local de origem, a uma janela, que encima o Retábulo. Na sequência da tranferência da Biblioteca Nacional para as novas instalações o painel ingressou, em 1969, nas colecções do Museu Nacional de Arte Antiga, tendo sido colocado na antiga casa do Presépio, anexa à Capela de Santo António, no Convento da Madre de Deus. As obras realizadas em 1983 que antecederam a XVII Exposição de Arte, Ciência e Cultura, fizeram com que esta obra fosse, mais uma vez, deslocada. Exposta de novo em 1989, só em 1994 foi montada definitivamente, em espaço criado propositadamente, e integrando o circuito museológico do Museu Nacional do Azulejo.

Bibliografia

As colecções do Museu Nacional do Azulejo, Lisboa. Londres/Lisboa: Zwemmer Publishers Limited/Instituto Português de Museus, 1995, pág. 61-65

Azulejos, catálogo de exposição Europália 91 - Portugal. Bélgica, Bruxelas, Porte de Hal , 20/09/1991 a 29/12/1991, pág. 88-99

MECO, José - Azulejaria portuguesa. Lisboa: Bertrand, 1985, pág. -

QUEIRÓS, José - Cerâmica portuguesa e outros estudos. Lisboa: Presença, 1987, pág. -

Roteiro do Museu Nacional do Azulejo. Lisboa, IPM: Edições Asa, 2003, pág. 50-55

SANTOS, Reynaldo dos - O azulejo em Portugal. Lisboa: Editorial Sul Lda., 1957, pág. -

SIMÕES, João Miguel dos Santos - Azulejaria em Portugal nos séculos XV e XVI. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1969, pág. -

Tan vasta libertad en tan estrecha regla : el arte del azulejo en Portugal del siglo XVI al siglo XX = Tão vasta liberdade em tão estreita regra: a arte do azulejo em Portugal do século XVI ao século XX. Lisboa: Museu Nacional do Azulejo, 2005, pág. 39

VASCONCELOS, Joaquim de - A Exposição de cerâmica. Revista da Sociedade de Instrucção do Porto,3: 1884, pág. -

"Um Gosto Português. O Uso do Azulejo no Século XVII", Catálogo da exposição temporária no MNAz, Edição Babel e MNAz, 2012., pág. 77

 
     
     
   
     
     
     
 
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