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FICHA DE INVENTÁRIO
Museu:
Museu Grão Vasco
N.º de Inventário:
1128
Supercategoria:
Arte
Categoria:
Escultura
Denominação:
Busto
Título:
Carmen
Autor:
Benlliure, Mariano
Datação:
1932 d.C.
Matéria:
Bronze
Dimensões (cm):
altura: 53 cm; largura: 31 cm; profundidade: 23 cm;
Descrição:
Busto de bronze representando Carmen, mulher do escultor espanhol Mariano Benlliure. Os cabelos ondulados, conseguidos através de suaves incisões na matéria, conferem-lhe graciosidade e dinamismo. Possui chapéu feminino colocado lateralmente, cobrindo-lhe o lado direito da cabeça que se vira nessa direcção. A face revela uma execução técnica primorosa. Neste busto o autor procurou retratar com rigor a sua mulher numa fase da vida mais madura, de juventude um pouco atenuada, mas mantendo intacto o carácter altivo e nobre, concretizado nos olhos, no nariz saliente, na boca carnuda e no queixo apontado. A figura traja um vestido decotado, que deixa antever parte do seio esquerdo, conferindo sensualidade ao busto, que assenta sobre base quadrangular e apresenta a marca do fundidor: "Mir e Ferrero - Fundidores" e a assinatura do autor.
Incorporação:
Doação - Oferta do Autor
Iconografia e Heráldica

Tipo

Descrição

Imagem

Iconografia

Sobretudo conhecido pela obra escultórica, nesta exposição o visitante pode tomar contacto com ambas as facetas artísticas de Mariano Benlliure: escultura – Busto de Carmen – e pintura – Autorretrato. Embora tenha cultivado pouco a pintura são conhecidos algumas obras suas nesta área. Feita de pinceladas cuidadas, num interessante jogo de claro-escuro utilizando cores claras e tons pastel, o artista dava à sua pintura «qualidades quase tácteis, fortemente expressivas» (Benlliure, s.d.) características tradicionalmente atribuídas à escultura. Pintura e escultura transmitem a mesma linguagem conciliadora da exploração plástica de Benlliure. O reputado escultor espanhol Mariano Benlliure terá sido apresentado ao Capitão Almeida Moreira por Carmen Quevedo Pessanha (1887-1974), natural de Viseu. Carmen, viúva do escritor Juan Nogales Delicado, que tinha casado com Benlliure em 1931, em terceiras núpcias do escultor. Além de musa do artista, Carmen seria responsável pela extensa biografia do marido, publicada após a morte do artista. O artista eternizou a imagem da mulher em escultura e pintura e ela, por sua vez, assegurava a memória do marido pela palavra. O casal Benlliure vivia em Madrid quando começou a Guerra Civil Espanhola, não querendo abandonar o seu estúdio, o escultor e a esposa permanecem na cidade até 1937, nesse ano receberam um convite do governo francês para visitarem a Exposição Universal na capital francesa. O casal decide partir para Paris, onde acabam por ficar mais tempo do que inicialmente estava previsto, devido ao estado de saúde débil em que se encontrava o artista. Porém, no verão de 1938, por influência de Carmen, o casal retira-se para Viseu, onde a neutralidade de Portugal proporcionava o afastamento dos horrores da guerra que se adivinhava. No dia 11 de fevereiro de 1939 o concurso de ideias para a construção de um monumento a Viriato foi cancelado. A razão da suspensão deve-se à oferta do projeto por parte do espanhol Mariano Benlliure, e à pressão do Capitão Francisco de Almeida Moreira, diretor do Museu Regional de Grão Vasco, amigo do escultor, que intermediou o processo, oferecendo a maqueta da estátua, feita por este artista, à edilidade viseense. De facto, desde 1914, que se programava uma homenagem digna da grandeza do guerreiro lusitano. O influente árbitro da elegância e bom gosto de Viseu, Almeida Moreira, «chumbava» todos os projetos por, provavelmente, achá-los falhos de qualidade. Finalmente encontra nas capacidades escultóricas do valenciano a resposta satisfatória para a concretização do projeto. Francisco de Almeida Moreira morre a 18 de dezembro de 1939, não sem que antes tenha assegurado que a empreitada de homenagem a Viriato fosse entregue a Benlliure. Assim se compreende o gesto altruísta do escultor ao conceber um medalhão com a efígie de Almeida Moreira, que deveria ser colocado no seu túmulo, tal como a doação, em 1940, ao Museu Grão Vasco, do seu Autorretrato, onde surge a trabalhar no Busto de Carmen. Ramiro Gonçalves [in "Identidades, Pronomes e Emoç~es. As REgras do Retrato"]

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