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FICHA DE INVENTÁRIO
Museu:
Museu Grão Vasco
N.º de Inventário:
2158
Supercategoria:
Arte
Categoria:
Pintura
Denominação:
Martírio de São Sebastião
Autor:
Fernandes, Vasco
Local de Execução:
Viseu
Datação:
1530 d.C. - 1535 d.C.
Suporte:
Madeira de castanho
Técnica:
Pintura a óleo
Dimensões (cm):
altura: 220,5; largura: 237;
Descrição:
Antigo retábulo da Sé de Viseu, localizado originalmente numa capela do claustro renascentista de D. Miguel da Silva. No painel maior figura o escultural São Sebastião, atado à coluna e elevado num pedestal, acompanhado dos algozes que o martirizam ainda com as suas flechas. Um anjo planante, já com a palma do martírio, representa-se no canto superior esquerdo. No fundo, à direita, entre arquitecturas de forma bem definida, algumas personagens mostram-se indiferentes à cena. Na predela, sob a forma de busto, e enquadradas por uma paisagem que se desenvolve de modo contínuo, representam-se Santo Estevão, São Brás e São Roque. Genial no agrupamento das figuras e na organização dos volumes das arquitecturas, que configuram duas diagonais dinâmicas, contrariando como é habitual a solução da frontalidade, subtil nas breves gradações tonais do solo, construindo sem acidentes nem sobressaltos a profundidade espacial, Vasco Fernandes faz aqui acrescer ao rigor analítico da forma, bem visível no tratamento das vestes abandonadas com negligência no canto inferior direito, ou no depuramento formal da corda que fixa à coluna o corpo do Santo, o carácter mais sintético e mais expressivo da forma. Esta opção é especialmente visível no tratamento do nu, cuja unidade cromática faz lembrar a da forma esculpida na pedra e remete para uma sensibilidade italianizante, mas também nas figuras dos algozes, que de forma destemida aproxima do limite do campo figurativo. Algumas presenças discretas acentuam a dimensão poética desta imagem, apesar da presença avassaladora do mártir. O pano branco sobre o pedestal, o porta-setas e as tamancas abandonadas com negligência aparente são componentes fundamentais do discurso formal de Vasco Fernandes. Servem para sugerir a profundidade espacial e para adensar a estrutura narrativa. Mas, fundamentalmente, servem também para criar na pintura a ilusão do real, para surpreender e impressionar, pela sua espantosa realidade física, ou talvez apenas pela sua força poética, o espectador. São também, quase sempre, presenças simples e discretas retiradas de um qualquer ambiente quotidiano e familiar. Aliás, é mais do que legítimo que se considere ser esta uma das principais diferenças, no que à tipologia dos materiais figurativos diz respeito, entre a pintura de Vasco Fernandes e a dos grandes mestres, seus coectâneos, de Lisboa. O mestre de Viseu opõe este universo de coisas simples ao fausto e à sumptuosidade dos cenários e dos objectos que preenchem e saturam, não raras vezes ao limite, o espaço da representação da pintura do círculo cosmopolita. Não fora o mau estado de conservação em que chegou aos nossos dias, que lhe desvirtua significativamente valores de escrita pictural, e poder-se-ia afirmar que o São Sebastião corresponde a um dos principais momentos criativos do seu autor.
Incorporação:
Transferência - Da Sé de Viseu
Origem / Historial:
Retirado da capela do claustro para a sacristia no mesmo período (1720-39) e com o mesmo destino dado aos restantes retábulos das colaterais da referida Sé. * Forma de Protecção: classificação; Nível de classificação: interesse nacional; Motivo: Necessidade de acautelamento de especiais medidas sobre o património cultural móvel de particular relevância para a Nação, designadamente os bens ou conjuntos de bens sobre os quais devam recair severas restrições de circulação no território nacional e internacional, nos termos da lei n.º 107/2001, de 8 Setembro e da respectiva legislação de desenvolvimento, devido ao facto da sua exemplaridade única, raridade, valor testemunhal de cultura ou civilização, relevância patrimonial e qualidade artística no contexto de uma época e estado de conservação que torne imprescindível a sua permanência em condições ambientais e de segurança específicas e adequadas; Legislação aplicável: Lei n.º 107/2001, de 8 de Setembro; Acto Legislativo: Decreto; N.º 19/2006; 18/07/2006 *
 
     
     
   
     
     
     
 
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