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FICHA DE INVENTÁRIO
Museu:
Museu Nacional Machado de Castro
N.º de Inventário:
6078;O15
Supercategoria:
Arte
Categoria:
Ourivesaria
Denominação:
Cruz Processional
Autor:
Desconhecido
Datação:
1429 d.C. - 1443 d.C. - Gótico
Matéria:
Prata dourada,prata branca;esmaltes azuis e vermelhos.
Técnica:
Relevada,vazada,recortada e esmaltada.
Dimensões (cm):
altura: 80; largura: 69;
Descrição:
Estrutura:Cruz grega, de secção hexagonal, com as extremidades de recorte em flor de liz e, sob estas, foram aplicados oito quadrilóbulos que acompanham o contorno da cruz.A intersecção dos braços e da haste é marcada por um quadrado onde se desenvolve, na metade superior, um baldaquino flamejante alteado, albergando, na frente, a representação escultórica da Senhora com o Menino e, nas costas um Cristo crucificado. A cruz apresenta ainda ornatos vegetalistas flamejantes, recortados e salientes, que envolveriam também os lados e marcariam os vértices do quadrado (resta um).Os braços e a haste da cruz são formados por duas placas de prata dourada soldadas.Estes são presos ao painel quadrangular central por sistema de encaixes, bem como a escultura da Senhora com o Menino e os dois baldaquinos. Decoração:Braços e haste da cruz, frente e costas, envolvidos por decoração vazada de elementos vegetalistas e geometrizantes-linhas curvas e contracurvadas, losangos, ovais alongadas, rosáceas preenchidas com diferentes elementos geométricos e dinâmicos motivos fitomórficos, e ainda aplicados estão pequenos botões florais relevados.Uma cercadura de motivos vegetalistas flamejantes contorna, interna e externamente, a totalidade dos braços e da haste da cruz.Sob as terminações flordelisadas inscrevem-se os oito medalhões quadrilobados, com o contorno interno refoçado por linhas curvas e preenchidos com esmaltes translúcidos:anverso- observam-se o pelicano (símbolo da abnegação), Nossa Senhora, São João Evangelista e ainda a Ressureição de um homem(Lázaro?).Nas costas dispõem-se os quatro Evangelistas e respectivos símbolos:São João e a Águia;São Mateus e o Anjo;São Lucas e o Boi;e São Marcos e o Leão.Ainda nas costas, assente em mísula facetada e decorada por cercadura de quadrilóbulos vazados, encontra-se uma escultura de vulto representando a Senhora com o Menino, este último apoiado no seu braço esquerdo e segurando uma pomba(incompleta).No braço direito da Virgem está uma parte de um ramo de flores.Cingida com uma coroa aberta, de terminaçõesflordelizadas, a Virgem apresenta um manto com os pregueados bem delineados, embora anatómicamente, a sua modelação seja pouco hábil, assim como o Menino Jesus. O quadrado de intersecção dos braços e da haste é decorado por losangos incisos e preenchido por pequenas incisões de linhas verticais.Na frente, a mesma estrura quadrada (onde se inseria o cristo crucificado) apresenta uma rosácea circular com um losango inscrito, totalmente preenchida por linhas geométricas e ramagens contracurvadas, dispondo-se ainda, a cada um dos cantos do quadrado, quatro círculos com um quadrifólio inscrito.Num e noutro lado, as esculturas de vulto estão sob baldaquinos flamejantes, divididos em dois nivéis de registo e rematados por cobertura piramidal.O primeiro registo apresenta três arcos ogivais preenchidos com rosáceas e separados entre si por pequenos pilares, cogulhados e ameados, onde se inserem minúsculas figuras sagradas e anjos.O segundo registo, fenestrado, repete o esquema do anterior, embora os contrafortes substituam as anteriores figurinhas.Remata esta estrutura uma flecha flamejante com decoração vazada.
Incorporação:
Transferência - Sé de Coimbra
Origem / Historial:
* Forma de Protecção: classificação; Nível de Classificação: interesse nacional; Motivo: Necessidade de acautelamento de especiais medidas sobre o património cultural móvel de particular relevância para a Nação, designadamente os bens ou conjuntos de bens sobre os quais devam recair severas restrições de circulação no território nacional e internacional, nos termos da lei nº 107/2001, de 8 de Setembro e da respectiva legislação de desenvolvimento, devido ao facto da sua exemplaridade única, raridade, valor testemunhal de cultura ou civilização, relevância patrimonial e qualidade artística no contexto de uma época e estado de conservação que torne imprescindível a sua permanência em condições ambientais e de segurança específicas e adequadas; Legislação aplicável: Lei nº 107/2001, de 8 de Setembro; Acto Legislativo: Decreto; Nº 19/2006; 18/07/2006* Como afirma o Prof. Dr.Nogueira Gonçalves, esta cruz poderá ser aquela que o Cabido mandou fazer com o legado do bispo D.Fernando Coutinho(1419-1429).A cruz foi identificada como sendo esta através das relações do ano de 1492, 1517 e do inventário de 1546, os quais determinam o peso da peça e descrevem sumáriamente a sua decoração e estrutura.Quanto à datação da peça, este mesmo historiador de arte afirma que «o espaço entre o decreto real, de 28 de Setembro de 1441, e a reunião do cabido, de 15 de Julho de 1443, se não é grande, poderia ser suficiente.Poder-se-á indicar o ano de 1442 como ano médio da execução». Em relação ao centro de fabrico da cruz, Nogueira Gonçalves coloca a hipótese de este ser a cidade de Coimbra:«Esse tratamento de figura, de género provincial, a falta de conveniente modelação das zonas anatómicas, que é o caso vulgar nas oficinas, em que a figura é caso raro e o que na Coimbra medieval sempre se nota(Senhora que foi da Rainha Santa, S. Nicolau da Sé, bustos dos Mártires de Marrocos),aliando-se ao local onde há séculos tem permanecido, a existência de oficinas e nomes conhecidos desde a época da reconquista no séc.XI e os acidentes da mesma, dão a convicção de que se trata de produto da cidade do Mondego.»
 
     
     
   
     
     
     
 
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