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FICHA DE INVENTÁRIO
Museu:
Museu Nacional dos Coches
N.º de Inventário:
V 0006
Supercategoria:
Arte
Categoria:
Meios de transporte
Denominação:
Coche
Título:
Coche de D. Maria Ana de Áustria
Autor:
Desconhecido
Local de Execução:
Áustria ou Holanda.
Datação:
1701 d.C. - 1708 d.C.
Matéria:
Madeiras (azinho, sobro e/ou carvalho); cristal; bronze; ferro; veludo; tafetá de seda
Técnica:
Madeira entalhada e dourada; bronze fundido em molde e dourado; ferro forjado e dourado; cristal lapidado;
Dimensões (cm):
altura: 292; largura: 209; espessura: 6,5 (rodas dianteiras e traseiras); diâmetro: 87 / 172 (rodas dianteiras e traseiras); comprimento: 684;
Descrição:
Coche de caixa fechada, inteiramente dourada e entalhada em alto e baixo-relevo, montada sobre quatro rodas, com molas de suspensão em bronze dourado e cremalheira moderadora de velocidade junto ao varal. A caixa é fechada por meio de portinholas e de seta vidraças de diferentes tamanhos, seis nos alçados laterais e uma no alçado dianteiro. Assenta sobre um varal longitudinal de secção rectangular e arestas arredondadas, mais largo nas extremidades, onde é reforçado por três aros metálicos e decorado com delicados motivos fitomórficos e geométricos em baixo-relevo. Na parte anterior do veículo, o varal prolonga-se por dois arcos metálicos ditos em "pescoço de cisne" que o ligam ao rodado, enquanto na traseira atravessa o eixo das rodas, bifurcando-se em duas vigas oitavadas ornamentadascom motivos vegetalistas e medalhões ovais que irrompem da boca de um leão.Os referidos arcos são canelados e têm nó central oitavado entre meios-balaústres, também ele de secção octogonal. O sistema de suspensão do coche é constituído por quatro molas em ferro pudelado e laminado, localizadas nos ângulos inferiores da caixa, e por oito correões de couro - quatro mais largos e quatro mais estreitos. As molas são formadas por dois grupos de dez lâminas sobrepostas, de tamanhos decrescentes, o superior arqueado na direcção da caixa e o inferior no sentido oposto. Soldadas aos respectivos resguardos encontram-se as argolas ou "mãos", fechadas por um cilindro maciço em torno do qual se dobram as correias. Estas são revestidas de veludo de seda carmesim agaloado a ouro, sobre um forro interno de estopa de linho. Os correões maiores unem as molas aos montantes, enquanto os restantes ampliam a estabilidade da viatura, ao estabelecerem a ligação com o fundo da caixa. Aqueles possuem amplos fivelões rectangulares, profusamente decorados com acantos Luís XIV, sendo o reverso liso e plano; o fusilhão, contracurvado, termina numa placa triangular em forma de mascarão. Os fivalões da segunda ordem de correias são mais pequenos e diferem dos anteriores pelo facto de o mascarão ter sido substituído por uma composição de cariz vegetalista. Ferragens idênticas rematam os correões, aos quais se fixam por meio de cravação. Dois pares de tesouras de segurança, cruzadas e mais estreitas do que as correias de suspensão, ligam os montantes dos jogos aos vértices superiores dos apainelados dianteiro e traseiro, sendo percorridas longitudinalmente por galão dourado. Os apainelados posterior e anterior da caixa são em tudo semelhantes: ao centro, o escudo português sobre cartela, sobrepujado por coroa ducal e tendo por tenentes duas figuras femininas, sem atributos específicos. A seu lado, dois leões alados e coroados e, em baixo, uma cabeça antropomórfica emplumada. A composição é enquadrada por cercadura mista, sustida por dois torsos masculinos, representados de costas. No alçado dianteiro, assinalando os vértices superiores da moldura da vidraça distinguem-se a "Honra" (torso masculino barbado, com turbante e cornucópia) e outra figura alegórica nãoidentificada, representada por um busto feminino com pele de animal enrolada, palma e diadema. No alçado traseiro, destaca-se ainda uma composição pictórica de carácter alegórico, sobre fundo dourado. À direita estão representadas as figuras da "Prudência" (com espelho e coroa de louros) e da "Constância", com coluna e igualmente coorada de louros. Em baixo, sentada em primeiro plano, a "Fidelidade". À esquerda, um grupo de três virtudes: recuado, o Afecto (?), coroado de louros e oferecendo dois corações ardentes numa bandeja; num plano intermédio, a "Intrepidez" (?), vestida à guerreira, com lança e manto vermelho e, por último, a "Esperança", cujo único atributo é a túnica de cor verde. Ao centro da composição, sentada em trono de nuvens, a figura alada da "Paz", que recebe o escudo de um querubim. A composição desenvolve-se obliquamente segundo duas linhas diagonais paralelas orientadas para a direita, e uma terceira linha que cruza as anteriores no sentido inverso. Insere-se numa moldura de talha recortada no próprio apainelado, definida superiormente por dois torsos em alto-relevo: a "Virtude Heróica" representada por Hércules e a sua clava (esquerda) e um atlante tocando instrumento de sopro não identificado. A cimalha da caixa, em ressalto, é percorrida por grinaldas sobre friso geométrico. Nos ângulos, cartelas sustidas por "putti". Os apainelados laterais estão divididos em dois registos por meio de cornija arqueada que se prolonga pelas portinholas. Os registos superiores, de dimensões reduzidas, são integralmente preenchidos por uma composição alegórica em relevo, que se pretendeu alusiva aos rios Tejo e Danúbio. No posterior direito, uma figura feminina reclinada sobre um pote vertendo água é ladeada por dois querubins, um dos quais com um leme e o outro com festão. O painel inferior, semelhante a todos os outros, é delimitado por fina cercadura de acantos e apresenta o campo preenchido com "ferroneries" e delicados motivos fiomórficos que enquadram um medalhão central, encimado por coroa ducal e sustido por dois anjos, dentro do qual se inscreve o monograma da Arquiduquesa. No apainelado dianteiro, o quadro superior consiste numa figura feminina idêntica à acima descrita, sustendo o leme, com dois querubins. No alçado esquerdo do coche, o registo superior dos apainelados apresenta uma figura feminina com pote de água, a quem um querubim estende um pano, enquanto o segundo lança no ar uma pomba (posterior); no lado oposto, a mesma figura, agora montada num golfinho, guarda em silêncio as confidências que lhe são sussurradas por um de dois querubins. As portinholas articulam-se à caixa por charneiras de bronze dourado, em forma de busto feminino coroado de louros e assente sobre dois pilares sobrepostos, a primeira das quais se sobrepõe a uma figura de talha. Porque descem abaixo do nível, incluem um terceiro registo escultórico - correspondente ao estribo velado no interior -, em que se representam dois "putti" domando um leão, simetricamente dispostos em relaçào à palmeta central. Em ambas as portinholas, o painel central é preenchido com escudo português em cartela, sustido por duas figuras femininas apoiadas em leões coroados e encimado por coroa ducal. No registo superior, dois querubins montados em leões ladeiam uma cabeça antropomórfica coroada de louros ("Vitória"). Os puxadores, também em bronze maciço, são ovalados e rematados por duas cabeças de leão contrapostas; em baixo, ao centro, uma cabeça feminina com diadema completa a decoração. Nos ângulos superiores da caixa, a representação das Quatro Partes do Mundo, apanágio visual e iconográfico das grandes potências marítimas que, através da imagética, propagandeavam a sua grandeza imperial. A Europa (montante anterior direito), alude à grandiosidade e poderio militar do império romano, com o seu elmo emplumado, escudo e armadura. No lado oposto, a América traja longa túnica que lhes desnuda os seios, saia e cocar de plumas, tendo aos pés um crocodilo com cabeça antropomórfica entre as patas. No montante posterior traseiro, a Ásia com dois turbantes e incensório de fragrâncias exóticas. Finalmente a África, com cabeça de elefante servindo-lhe de coroa; apresenta-se seminua e apoiada num leão feroz. Juntos a estas esculturas de vulto foram pintadas, entre "grotescos" e sobre fundo dourado, quatro figuras femininas entronadas, de pendor classicizante. Todas as figuras descritas assentam em mísulas, à semelhança das que ornam a parte inferior das ilhargas: a "Caridade" (?), com diadema, coração na mão e animal não identificado aos pés (ângulo posterior esquerdo), a "Força" (posterior direito), a "Lealdade", com máscara e cachorro (anterior esquerdo) e a "Afabilidade", com coroa floral. Sob a primeira e a última alegorias,nos vértices inferiores da caixa, um bambino timbaleiro sobre leão, esculpidos em vulto perfeito. É óbvia a difícil articulação e convivência entre estas figuras escultóricas, que disputam o mesmo espaço e se atropelam, o que deve ao facto de terem sido esculpidas em diferentes peças estruturais posteriormente ligadas. Nos vértices contrários, um tocador de tambor, que se harmoniza mais facilmente com a restante figuração. O programa iconográfico do coche prossegue nas vergas superiores das janelas laterais. À direita da caixa, a "Vitória" e o "Mundo" (torso masculino com flauta de Pan e coroa de palmas, símbolo da vitória pois nào cede nem verga);à esquerda, um busto feminino nu, com diadema e sem mais atributos e outro com as mãos cruzadas abeixo da cintura. Os resguardos das molas de suspensão, em bronze dourado, simbolizam a "Abundância", aqui representada sob a forma de uma figura feminina reclinada e coroada de louros, com cornucópia de flores e frutos. O tejadilho, ligeiramente convexo e com os ângulos proeminentes, é revestido de veludo carmesim, bordado a galão e fio de ouro, formando composição geométrica. Ao centro, destacado da cercadura, um florão constituído por cruz lisonjada inscrita numa estrela. Duas ordens de pregaria dourada em forma de rosetas semiesféricas contornam o tejadilho, sendo interrompidas por oito terminais de bronze, colocados no eixo das ilhargas e dos pés-direitos das portinholas. Estes têm a forma de urnas, com quatro bustos femininos adossados, em tudo semelhantes aos das charneiras das portas. O cabeçal traseiro, de perfil trapezoidal, é constituído por moldura contracurvada definida por volutas, acantos, palmas e querubins, estes localizados no intradorso. Em cima e ao centro, uma cabeça antropomórfica emplumada serve de suporte ao medalhão circular que contém o monograma da rainha; é sobrepujado por dois querubins contrapostos e por uma palmeta, sobre os quais assenta a coroa ducal. A flanqueá-lo, duas figuras femininas em vulto perfeito, uma com coroa de louros e diadema e outra com palmas, seguidas de dois "putti" montados em leões Os leões, que arrancam do próprio eixo das rodas, denunciam uma técnica de esculturação mista, em vulto perfeito e baixo-relevo. De ambos os lados do cabeçal, a "Ordem" (com caduceu e facho ardente), com os pés assentes num leão feroz, símbolo do poder real. De maiores dimensões é a "Abundância", sentada na parte inferior do cabeçal, tendo nas mãos uma volumosa cornucópia. Em baixo, dois ganchos em ferro dourado, o da esquerda fixo à viga oitavada e o da direita na face externa do eixo, para suspensão da cremalheira moderadora de velocidade. Duas peças contracurvadas, caneladas e com nó oitavado ao centro, estabelecem a ligação entre as vigas situadas no prolongamento do varal e o próprio cabeçal, ao qual estão aparafusadas. Associada ao cabeçal traseiro da viatura encontra-se o supedâneo (vulgo "tábua") para o moço da tábua, em forma de hexágono irregualr, moldurado e ornamentado com aletas e uma cabeça de leão sob voluta. As rodas traseiras são formadas por seis pinas unidas entre si por "gatos" de ferro e cingidas no extradorso por espesso aro de ferro; este tem adossados pequenas cavilhas senmiesféricas que atravessam verticalmente as pinas e se fixam ao seu intradorso por meio de rebites. As arestas das pinas, polidas e arredondadas, tornam-nas visualmente mais leves, para o que também concorre a decoração das faces externas, com acantos e folhas de água. Cada uma das rodas possui doze raios estriados, interrompidos ao centro por três nós volumétricos - um dos quais gomado - que convergem para a massa, lavrada com acantos e friso de óvulos. O cubo é rematado por uma espécie de florão composto por palmetas, e atravessado horizontalmente por cavilha estrelada que o fixa ao eixo. O cabeçal dianteiro é dominado pelo banco do cocheiro, elevado e sustentado por duas figuras alegóricas em "ronde bosse", com caduceu e facho ardente, cada qual sobrepujada por querubim tocando trombeta e acompanhada por leão. O banco possui almofada de couro castanho, assente sobre rede de tiras cruzadas do mesmo material e coberta por saia de veludo carmesim, franjada e bordada a ouro. Esta é constituída por dois panos - um para o tampo e outro para as abas - e foi montada sobre forro de estopa. O bordado de aplicação que contorna inferiormente as abas descreve motivos fitomórficos e castelos heráldicos, lavrados e abertos de negro. A saia extravasa o comprimento da almofada que a sustenta. Em baixo, a denominada "quinta roda" facilita a condução do carro e a mudança de direcção, sendo constituída por duas peças circulares sobrepostas, a inferior entalhada com friso de aletas afrontadas e a superior com acantos alinhados. Assenta sobre duas pequenas vigas dispostas obliquamente em relação ao eixo do rodado, que terminam em forma de leões. O escabelo tem recorte contracurvado e é decorado com friso de aletas e acantos, interrompido por mascarão volumétrico. Sustentam-nos dois leões sob volutas, que flanqueiam uma terceira cabeça de leão inscrita num quadrado, esta em alto-relevo. As vigas que prolongam o varal, fluindo do eixo do rodado dianteiro, são profusamente decoradas e rematadas por duas cabeças de leão; uma armação inferior em ferro dourado estabelece a ligação entre elas. Por último, a estrutura é reforçada por duas barras cilíndricas e paralelas em ferro forjado, rebitadas nas extremidades. O balancim maior assemelha-se a duas colunas de base anelada, fuste espiralado e capitel de acantos, separadas por mascarão central; junto às extremidades possui encaixe recatngular para passagem da argola de couro forrada de veludo agaloado, que sustenta os balancins menores. O interior da caixa é revestido de veludo carmesim cinzelado sobre fundo de cetim (finais do séc. XVII/ início do séc. XVIII), desenhando motivos florais. O tecto apresenta um revestimento idêntico, com medalhão, cantos e guarnição de larga franja dourada. Os aventais das almofadas são de veludo cinzelado com padronagem setecentista, diferente da dos restantes tecidos, agaloados e franjados a ouro. Possui cortinas de tafetá de seda vermelha com franja de ouro. O parsevão é forrado de veludo de seda carmesim liso, ornamentado com passamanaria e pregaria douradas. No exterior as lanças (lança nº10), acessório da viatura, varal de madeira que faz a ligação/ encaixe (neste caso paralelos) entre a estrutura do veículo e atrelagem dos animais.
Incorporação:
Afectação Permanente - Casa Real Portuguesa. Bens da Coroa.
Origem / Historial:
* Forma de Protecção: classificação; Nível de Classificação: interesse nacional; Motivo: Necessidade de acautelamento de especiais medidas sobre o património cultural móvel de particular relevância para a Nação, designadamente os bens ou conjuntos de bens sobre os quais devam recair severas restrições de circulação no território nacional e internacional, nos termos da lei n.º 107/2001, de 8 de Setembro e da respectiva legislação de desenvolvimento, devido ao facto da sua exemplaridade única, raridade, valor testemunhal de cultura ou civilização, relevância patrimonial e qualidade artística no contexto de uma época e estado de conservação que torne imprescindível a sua permanência em condições ambientais e de segurança específicas e adequadas; Legislação aplicável: Lei n.º 107/2001, de 8 de Setembro; Acto Legislativo: Decreto; N.º 19/2006;18/07/2006 * Presume-se que este magnífico exemplar dos chamados "coches dourados" setecentistas tenha sido construído em Viena por ocasião do consórcio da Arquiduquesa D. Maria Ana de Áustria com D. João V de Portugal. Na primeira metade de Oitocentos, o carro encontrava-se arrecadado nas Reais Cocheiras do Calvário, tendo transitado posteriormente (1873) para as Reais Cocheiras da Calçada da Ajuda e destas para o Depósito I da Repartição das Reais Cavalariças, instalado no antigo Picadeiro Real de Belém (1904). Em finais do século XIX, a propriedade deste carro de gala era frequentemente atribuída a D. Maunel I de Portugal, em virtude do monograna existente nos painéis laterais da caixa. Outros autores (DANTAS e BARBOSA), porém, afirmaramque o veículo havia pertencido a D. Mariana Vitória, mulher de D. José I de Portugal. Ao longo do século XIX, o coche foi utilizado em diversas cerimónias da corte, a saber: - Baptizado da Infanta D. Antónia, 8 de Abril de 1845. - Funeral do Infante D. Leopoldo, Maio de 1849 - Funeral de S. A. Imperial D. Maria Amélia, Abril de 1853 - Funeral da Rainha D. Maria II, Novembro de 1853 - Festejos do casamento de D. Pedro V e D. Estefânia, 18-20 de Maio de 1858 - Funeral da Rainha D. Estefânia, Julho de 1859 - Funeral de D. Pedro V, Novembro de 1861 - Casamento de D. Luís I, Outubro de 1862 - Funeral da Infanta D. Isabel Maria, Abril de 1876 - Funeral de D. Fernando II, Dezembro de 1885 - Casamento de D. Carlos e D. Amélia de Orléans, 22 de Maio de 1886 - Funeral de D. Luís I, Outubro de 1889 - Aclamação de D. Carlos I, 28 de Dezembro de 1889 - Funeral da Imperatriz do Brasil, D. Maria Cristina, Janeiro de 1891 - Funeral do Imperador do Brasil, D. Pedro II, 13 de Dezembro de 1891 - Visita oficial de Eduardo VII de Inglaterra, Abril de 1903 - Visita oficial de Afonso XIII de Espanha, Dezembro de 1903 - Visita oficial do Imperador Guilherme II da Alemanha, 27 de Março de 1905 - Visita oficial do Presidente da República Francesa, Emile Loubet, 27 de Outubro de 1905.
 
     
     
   
     
     
     
 
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