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FICHA DE INVENTÁRIO
Museu:
Museu Nacional dos Coches
N.º de Inventário:
V 0019
Supercategoria:
Arte
Categoria:
Meios de transporte
Denominação:
Coche
Título:
Coche do Conde da Ericeira
Autor:
Desconhecido
Local de Execução:
Portugal (?)
Datação:
1745 d.C. - 1770 d.C.
Matéria:
Madeira; couro; vidro; bronze; veludo de seda; tafetá de seda; franja de ouro; latão dourado; ferro
Suporte:
Madeira de carvalho e/ou azinho
Técnica:
Madeira entalhada, policromada e dourada; bronze fundido em molde, laminado, vazado e dourado; latão fundido; ferro forjado
Dimensões (cm):
altura: 252; largura: 210; espessura: 5,5 / 5,8 (rodas dianteiras e traseiras); diâmetro: 79 / 181 (rodas dianteiras e traseiras); comprimento: 605;
Descrição:
Coche de caixa fechada e arqueada ("bombée"), montada sobre quatro rodas e assente sobre um varal longitudinal que liga os eixos dos rodados. O sistema de suspensão é composto por fortes correias de couro dispostas obliquamente entre os acntos inferiores da caixa e os montantes, e por quatro molas douradas, constituídas por dois grupos de lâminas, o superior de treze lâminas voltado na direcção da caixa e o inferior (de dez lâminas) no sentido oposto. Estas possuem resguardos de bronze dourado em que se representa uma figura alegórica não identificada (alada, com diadema raiado) reclinada e apoiada num soclo gomado. As correias são pespontadas a branco, descrevendo o pesponto um alinhamento ondeado, definido ou não por moldura simples. A mesma decoração repete-se nas tesouras de segurança, mais estreitas e cruzadas a meia altura dos alçados traseiro e dianteiro da caixa. Os fivelões do correame são de bronze dourado, ornamentados com acantos, palmetas e pequenas rosetas relevadas; o reverso é liso e plano. Os painéis das portinholas têm pintado o escudo duplo descrito, assente em cartela concheada e encimado por coroa condal. Em torno dos elementos heráldicos desenvolve-se uma cercadura de "grotescos" sobre fundo dourado e dois "putti" com arco e flecha; nos extremos superiores, dois medalhões ovais em "grisaille" contendo ume efígie feminina e outra masculina. No pequeno painel inferior que vela o estribo, duas figuras fantásticas flanqueiam um medalhão ovalado, onde se inscreve uma composição figurativa imitando sanguínea; o todo é circundado por cercadura de escamas. Nos quatro painéis laterais representa-se Cupido que, armado do seu arco e flechas tenta, por entre uma espessa nuvem de fumo, alvejar um coração ardente colocado sobre uma pira. A cercadura fitomórfica e de escamas é em tudo idêntica à das portinholas. O painel inferior traseiro repete o escudo dos proprietários entre "grotescos" destacando-se dois "putti" com elmos emplumados, escudo e estandarte listado de azul e branco o da direita, e de vermelho e branco o da esquerda. No painel dianteiro, estes estandartes têm cores diferentes: vermelho o da esquerda e xadrezado de verde e branco o da direita. O cabeçal traseiro, pintado de vermelho e ouro, distingue-se dos demais pela desproporção existente entre o eixo do rodado e os montantes, estes de pequenas dimensões e aquele bastante elevado em relação ao centro das rodas. O eixo, de secção rectangular, é dominado por um mascarão volumétrico. Os montantes dividem-se em três registos: o primeiro em forma de pilar, alargando progressivamente para a extremidade superior, sobre a qual assenta o corpo intermédio, definido por duas volutas contrapostas; o último registo tem perfil contracurvado e dele arranca a moldura superior do cabeçal, recortada e decorada com um mascarão central pouco relevado, volutas e pequenos festões. O cabeçal tem um pequeno estribo de acesso, localizado na parte inferior do eixo do rodado, em ferro forjado e com vestígios de douradura; da placa central fluem, de ambos os lados, uma haste contracurvada, através da qual o respectivo estribo é rebitado à estrutura. As rodas traseiras do carro são constituídas por doze raios convergentes e rectilíneos, livres de decoração. Trabalhadas em escócia são as massas, cingidas por batente dourado, com cuvo circular em ferro pintado de vermelho. A saia do banco do cocheiro é de veludo vermelho moderno e de couro, este aplicado no topo. O couro forma ainda uma espécie de sanefa polilobada sobre as abas da saia que, à semelhança destas, é franjada de seda carmesim pouco uniforme. O tejadilho, revestido de couro negro, é rematado por oito terminais de bronze maciço em forma de urna estrelada, decorada com folhas e conchas oblongas em alternância e sobrepujada por esfera lisa. Os terminais estão colocados no eixo das ilhargas e dos pés-direitos das portinholas. O interior da caixa é integralmente revestido a veludo carmesim cortado, de várias épocas, subsistindo apenas alguns vestígios do primitivo revestimento têxtil. No tecto foi aplicada franja de ouro. Possui cortinas de tafetá de seda cor-de-rosa, franjadas a ouro, que remontam à época de construção do coche. O parsevão é forrado de couro com aplicação de pregaria de latão dourado. No exterior, lança nº 32, acessório de viatura, varal de madeira, fixado na estrutura da viatura (tesouras) que fai a ligação/ encaixe (neste caso encaixe perpendiculares) entre a viatura e a atrelagem dos animais, apenas na parelha do tronco (mais próxima da viatura).
Incorporação:
Afectação Permanente - Transferência do Paço Patriarcal de São Vicente de Fora.
Origem / Historial:
* Forma de Protecção: classificação; Nível de Classificação: interesse nacional; Motivo: Necessidade de acautelamento de especiais medidas sobre o património cultural móvel de particular relevância para a Nação, designadamente os bens ou conjuntos de bens sobre os quais devam recair severas restrições de circulação no território nacional e internacional, nos termos da lei n.º 107/2001, de 8 de Setembro e da respectiva legislação de desenvolvimento, devido ao facto da sua exemplaridade única, raridade, valor testemunhal de cultura ou civilização, relevância patrimonial e qualidade artística no contexto de uma época e estado de conservação que torne imprescindível a sua permanência em condições ambientais e de segurança específicas e adequadas; Legislação aplicável: Lei n.º 107/2001, de 8 de Setembro; Acto Legislativo: Decreto; N.º 19/2006;18/07/2006 * Antigamente, este coche era designado por "Coche de São Vicente", em virtude do seu local de proveniência. Nos apainelados das portinholas do coche haviam sido pintadas, sucessivamente, as armas do Conde de Kinnoull (?) (Embaixador Extraordinário da Grã-Bretanha) e dos Patriarcas D. Fernando de Sousa e Silva e D. Carlos da Cunha, eliminados por ocasião do restauro realizado na década de 1940 para, deste modo, se desvendar as armas dos primitivos proprietários da viatura. Também as cenas alegóricas que decoram a caixa foram censuradas, tendo sido substituídas por figuras masculinas de longas e pudicas vestes. Foi 6º Conde da Ericeira e 2º Marquês do Louriçal, D. Francisco Xavier Rafael de Meneses (1711-17--). Casou em 1742 com a única filha dos Marqueses de Cascais, D. Maria Josefa da Graça de Noronha. Por ocasião da Exposição de 1952, o coche foi conduzido para o Ministério das Finanças num camião do exército especialmente apetrechado para conduzir tanques e provido de um dispositivo composto por um cabo de aço e uma plataforma, para elevação dos veículos. No momento da descarga, o referido cabo soltou-se da roldana, ficando encravado e deixando o coche em posição inclinada, com o rodado da frente na plataforma e o traseiro na rampa de acesso; nesta posição, todo o peso recaiu sobre as correias de suspensão dianteiras. As operações então levadas a cabo com vistas a desencravar o cabo, fizeram perigar o carro durante um quarto de hora pois, caso as correias se tivessem rompido, a caixa tombaria com todo o seu peso sobre o rodado, provocando-lhe graves danos.
 
     
     
   
     
     
     
 
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