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FICHA DE INVENTÁRIO
Museu:
Museu Nacional dos Coches
N.º de Inventário:
V 0013
Supercategoria:
Arte
Categoria:
Meios de transporte
Denominação:
Coche
Título:
Coche da Mesa ou da Troca das Princesas
Autor:
Desconhecido
Local de Execução:
Portugal.
Datação:
1729 d.C.
Matéria:
Madeira; couro; seda; veludo de seda; vidro; marroquim; galão e franja de ouro.
Técnica:
Madeira entalhada, policromada e dourada; pintura a óleo;
Dimensões (cm):
altura: 280; largura: 202; espessura: 6,5 / 6,2 (rodas dianteiras e traseiras); diâmetro: 90 / 178 (rodas dianteiras e traseiras); comprimento: 640;
Descrição:
Coche de caixa octogonal fechada, montada sobre quatro rodas e suspensa por meio de fortes correias de couro dispostas obliquamente entre os ângulos inferiores da caixa e os montantes, e por quatro molas. O interior da caixa é revestido de veludo carmesim cortado, sendo o tecto agaloado e franjado a ouro. Possui cortinas de seda carmesim. O parsevão é revestido de marroquim vermelho, com duas ordens de pregaria dourada. Não foi ainda encontrada a lança desta viatura mas foram estudadas as suas medidas e os seus 2 encaixes paralelos.
Incorporação:
Afectação Permanente - Casa Real Portuguesa. Bens da Coroa.
Origem / Historial:
* Forma de Protecção: classificação; Nível de Classificação: interesse nacional; Motivo: Necessidade de acautelamento de especiais medidas sobre o património cultural móvel de particular relevância para a Nação, designadamente os bens ou conjuntos de bens sobre os quais devam recair severas restrições de circulação no território nacional e internacional, nos termos da lei n.º 107/2001, de 8 de Setembro e da respectiva legislação de desenvolvimento, devido ao facto da sua exemplaridade única, raridade, valor testemunhal de cultura ou civilização, relevância patrimonial e qualidade artística no contexto de uma época e estado de conservação que torne imprescindível a sua permanência em condições ambientais e de segurança específicas e adequadas; Legislação aplicável: Lei n.º 107/2001, de 8 de Setembro; Acto Legislativo: Decreto; N.º 19/2006;18/07/2006 * Este coche serviu na "Jornada do Caia" (1729), integrando o cortejo que conduziu os membros da Família Real à fronteira do Caia, onde decorreu a cerimómia que ficará conhecida por "Troca das Princesas". A dupla ligação das casas reais portuguesa e espanhola, personificada pelas princesas D. Maria Bárbara e D. Mariana Vitória, assumiu importantes contornos no âmbito da política externa nacional, cimentando as relações diplomáticas com a nação vizinha. Acreditou-se, durante algum tempo, que este tivesse sido o carro utilizado para transportar o monarca português, D. João V, à zona raiana. Hoje, porém, é apenas possível presumir que neste veículo, de cariz eminentemente funcional, fossem servidas as refeições durante a viagem ou que o mesmo tivesse servido para a assinatura de documentos oficiais, já que a relação manuscrita da comitiva régia é parca na descrição dos veículos que a integravam. A comitiva de El-Rei que no dia 19 de Janeiro de 1729 realizou o trajecto entre Elvas e a fronteira do Caia era composta por: - uma partida de 15 soldados de cavalo com alferes. - 24 trombetas e timbaleiros de El-Rei - 3 sotas cavalariços e 30 cavalos de mão de El-Rei - uma partida de 15 soldados de cavalaria com tenente - 12 postilhões do gabinete de El-Rei. Coches de Sua Majestade: - Coche dos moços da guarda-roupa do Infante D. António - Coche dos moços da guarda-roupa do Infante D. Francisco - Coche do confessor médico e mais pessoas que acompanharam a Rainha - Coche do Porteiro da Rainha e mais pessoas - Coche dos Padres que acompanharam El-Rei - Coche dos Padres confessores que acompanharam El-Rei - Coche do Corregedor do Crime da corte e Pe. Martinho de Barros - Coche do Estribeiro-menor de El-Rei e tenentes da guarda Todos os títulos que acompanharam El-Rei em seus coches, levaram os cavalos de mão atrás deles. - Coche dos Camaristas do Infante D. António - Coche dos Camaristas do Infante D. Francisco - Coche dos moços fidalgos - Coche dos Veadores da Princesa - Coche do Estribeiro-mor e Mordomo-mor da Princesa - 2 Coches dos Veadores da Rainha - Coche do Estribeiro-mor da Rainha - 2 Coches dos Veadores e Oficiais da Casa de El-Rei - Coche do Estribeiro-mor de El-Rei - Coche de respeito do Infante D. António - Coche de respeito do Infante D. Francisco - Coche de respeito da Princesa - Coche de respeito do Príncipe - Coche de respeito da Rainha - Coche de respeito de El-Rei - Coche da pessoa da Rainha e Princesa - Coche da pessoa de El-Rei e do Príncipe Os dois capitães da Guarda, Conde Pombeiro e D. Francisco de (...) com duzentos archeiros que pegaram nas armas quando El-rei chegou à Casa do Caia. Os dois Estribeiros-menores, Lourenço Luís Galvão e João Xavier diante do coche de respeito de El-Rei. - 3 Seges ricas de El-Rei atrás do coche da pessoa - 3 Seges ricas da Rainha - 1 sege do infante D. Francisco - 1 Sege do Infante D. António - 2 cavalos de mão do Infante D. Francisco - 5 cavalos de mão para El-Rei - 1 Coche das duas Camareiras-mores e duas Donas de honor - 3 Coches das Damas - 3 Coches das Açafatas - O Capitão José Bernardo de Távora com os quatro esquadrões que vieram de Lisboa de guarda às Majestades e se compunham de 500 cavalos. - 25 Moços da Estribeira que na marcha iam atrás do coche de El-Rei e se puseram a pé quando as Majestades chegaram ao Caia - 44 Moços a Câmara que seguiam as Majestades em seges e se puseram a pé quando se chegou ao Caia, e tomaram seus lugares ao lado dos coche. Quantificando, compunha-se a comitiva de El-Rei de 29 coches, 131 seges, 12 carros matos, 20 andas, 7 galeras, 10 azêmolas, 55 tiros de urcos, 1100 cavalos ligeiros, 300 machose mulas, 35 cavalos da pessoa de El-Rei, 60 moços da estribeira, 214 cocheiros, 526 moços de cavalariça e 4 liteireiros. Tudo comandado pelo Duque D. Jaime, Estribeiro-menor, com assistência dos dois tenentes-coronéis Luís Garcia de Bívar e D. Tomás de Aragão. No dia 19 formou-se no Caia uma linha de Infantaria e de Cavalaria, comandada pelo governador das armas D. João Diogo de Ataíde, proximamente feito Conde de Alva, e pelo Sargento-mor de batalha, o conde de Aveiras. ------------ Em 1833, o carro encontrava-se nas Reais Cocheiras do Calvário, tendo posteriormente transitado para as Reais Cocheiras da Calçada da Ajuda, estabelecidas em 1873. Era também designado por "Coche da Casa de Jantar" e, de acordo com verbete manuscrito existente no Arquivo do M.N.C., o veículo encontrava-se "incapaz", faltando-lhe o forro e a mesa giratória, bem como todo o correame e respectivas fivelas.
 
     
     
   
     
     
     
 
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