Origem / Historial:
Nas minas de Aljustrel foram encontrados fortuitamente vários materiais relacionados com o trabalho mineiro: madeiras de entivação das galerias, escadas de madeira utilizadas para a descida aos poços, instrumentos de ferro para o trabalho no desmonte dos filões, gorros e sandálias de esparto dos mineiros, alcofas e cordas para içar até à superície o minério extraído, rodos de madeira, destinados à extracção da água, etc. O conjunto de materiais recolhidos possibilitou o estabelecimento de balizas cronológicas de funcionamento das minas. Os seus inícios remontam ao Calcolítico final, aproximadamente ao II milénio a. C. Terão sido igualmente exploradas durante a Idade do Bronze e a Idade do Ferro. A partir do século I a. C. surgem os primeiros vestígios da presença romana e nos princípios do século I d. C., ou nos finais da centúria anterior, dá- se o início da exploração em larga escala, cobrindo um largo período entre a época de Augusto e a segunda metade do século III.
"Muitas das massas mineralizadas de sulfuretos da região de Aljustrel, são conhecidas desde tempos pré-romanos e foram objecto de exploração sucessiva ao longo do tempo. Os minérios resultantes de oxidação intensa dos sulfuretos expostos (chapéu de ferro), foram explorados em época romana para otenção de ouro, prata e cobre.
Relativamente à matéria do martelo mineiro, trata-se de uma rocha característica do denominado "filão do Alentejo), o mais extenso da península Ibérica, de direcção nordeste-sudoeste, com espessura que varia entre 5 a 125m, ultrapassaos 5ooKm de comprimento, é conhecido desde Vila do Bispo, onde desaparece no mar, até Campo Maior e Ouguela; cruza a fronteira em direcção a Palência, que ultrapassa. Em Portugal passa por Monte da Derroca (a sul de Odemira), Messejana, Aljustrel, Vidigueira, Portel, Santiago Maior, Terena, S. Brás de Matos, Elvas e Ouguela." O filão tem a direcção nordeste-sudeste. (Segundo Fernando Real, Geólogo)