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FICHA DE INVENTÁRIO
Museu: Museu Nacional de Arqueologia Supercategoria: Arqueologia Denominação: Asa de ânfora com marca de oleiro Local de Execução: Provincia romana da Bética Centro de Fabrico: Bética. Vale do Guadalquivir Oficina / Fabricante: Bética. Vale do Guadalquivir Datação: III d.C. - Época Romana Dimensões (cm): largura: 6,6 cm; comprimento: 11 cm; Descrição: Asa de ânfora de tipo Dressel 20, com marca nominal impressa, com caracteres incisos: FIG. GEM\ELLIANI. De cozedura oxidante e fabrico a torno, foi aplicada aguada após alisamento das superfícies. Apresenta pasta típica do vale do Guadalquivir. As "figlinae gemellianae" constituem um dos centros oleiros mencionados sob esta designação (figlina = oficina, centro oleiro) conhecidos no vale do Gadalquivir. Tendo como função o transporte de azeite, não tem paralelos exactos, embora se conheçam várias marcas atribuíveis a estas mesmas "figlinae".
As cronologias obtidas nas escavações do Monte Testaccio, em Roma, para as marcas ou inscrições pintadas (tituli picti) relacionadas com estes centros produtores apontam convergentemente para os fins do séc. II e para o primeiro quartel do séc. III d.C.. O hábito de produzir marcas com legenda incisa documenta-se sobretudo nesta última centúria (segundo Fabião, 2003 : nº120).
Leitura: Fig(linis) Gemelliani Incorporação: Compra - Por José Leite Vasconcelos em finais do séc.XIX Proveniência: Torre d'Ares
Origem / Historial: O topónimo Torre d'Ares reporta-se à época medieval. Era o nome de uma das seis torres de construção árabe existentes no litoral algarvio. No entanto o local revelou vestígios de ocupações muito mais antigas. Em 1866 Estácio da Veiga baseado na descoberta de inscrições e de outros achados provou (Povos Balsenses) ser esta estação e a contígua Quinta das Antas, a sede de Balsa, cidade romana de origem pré-romana nomeada e situada pelos geografos Pompónio Mela, Plínio e Ptolomeu.
Em 1877, no decorrer da elaboração da Carta Arqueológica do Algarve, Estácio da Veiga procedeu a escavações arqueológicas onde descobriu uma grande necrópole de incineração e de inumação dos sécs. I e II d.C.. Recolheu um conjunto significativo de materiais. Estes objectos fizeram parte do Museu Arqueológico do Algarve, e em 1894 foram integrados no actual Museu Nacional de Arqueologia, por decreto de 20 de Dezembro de 1893 do Ministro Bernardino Machado, conforme "O Arqueólogo Português, série 1, vol. VII, 1903. Outra parte da colecção de Estácio da Veiga foi comprada pelo Estado à família e incorporada igualmente no Museu Nacional de Arqueologia.
Bibliografia | BLÁZQUEZ, José Maria; J. Remessal; E. Rodriguez - "Estudios sobre el Monte Testacio (Roma)", I e II. Barcelona: Univ. Barcelona, 2001, pág. - | BLÁZQUEZ, José Maria; J. Remessal; E. Rodriguez - "Excavaciones arqueológicas en el Monte Testacio, em Roma. Memoria de da Campaña de 1989". Madrid: Univ. Complutense, 1992, pág. - | Catálogo da exposição: Tavira, Território e Poder. Lisboa: MNA, Câmara Municipal de Tavira, 2003, pág. 275, nº 119 | VASCONCELOS, José Leite de - "Analecta epigraphica lusitano-romana", in O Arqueólogo Português, 5. Lisboa: 1900, pág. 143 | Fabião, C. et al (2014). Marcas de ânforas romanas na Lusitânia (do Museu Nacional de Arqueologia de Lisboa ao Museu Nacional de Arte Romano de Mérida). Dir. Carlos Fabião e Amilcar Guerra. Union Académique Internationale / Academia das Ciências de Lisboa.Corpus Internationale des Timbres Amphoriques.(Fascicule 19). Centro de Arqueologia da Universidade de Lisboa. | Étienne, R.; Mayet, F. (2004): L’huile hispanique. Corpus des timbres amphoriques sur amphores Dressel 20. Paris: Diffusion E. de Boccard., pág. nº322 | FABIÃO, Carlos; GUERRA, Amílcar, dir - Marcas de ânforas romanas na Lusitânia (do Museu Nacional de Arqueologia de Lisboa ao Museo Nacional de Arte Romano de Mérida). Lisboa: Centro de Arqueologia da Universidade de Lisboa (UNIARQ), 2016. (Corpus internationale des Timbres Amphoriques; 19), pág. 53-54, nº 47 | |
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