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FICHA DE INVENTÁRIO
Museu: Museu Nacional de Arqueologia Supercategoria: Arqueologia Categoria: Artefactos ideotécnicos Centro de Fabrico: Desconhecido Datação: VII a.C. - III a.C. - Época Baixa Técnica: Talhe e Escultura Dimensões (cm): largura: 1,5; comprimento: 2; Descrição: Escaravelho em bom estado de conservação, com cabeça e clípeos marcados, patas em relevo lateral, protórax e élitros diferenciados, apresentando inscrição na base; perfurado longitudinalmente para adaptação a um anel e provável uso como sinete.
A decoração da base apresenta-se em três registos diferentes, separados por traços duplos incisos, sendo todo o conjunto delimitado por uma orla incisa. Como remate superior surge um signo "neb" com incisões em ziguezague; o tema central está colocado na transversal e exibe uma série de signos hieroglíficos alterados: a bilítera com o significado de "terra", a conhecida bilítera "neb" que, entre outras interpretações significa proprietário e senhor, e o signo unilítero que parece ser um desdobramento da bilítera "neb".
Uma possível leitura deste pequeno texto vertical ( e a escrita hieroglífica tal como aqui se apresenta bem o permite fazer) dar-nos-ia a frase: " ta neb en neb en neb", quem é como quem diz " toda a terra para o senhor de tudo". A proposta poderá não corresponder totalmente à ideia de quem executou a gravação, mas não deixa de ser sedutora, não apenas porque os possuidores do objecto interpretariam os signos de acordo com os seus desejos em função da estrutura simples e consonântica do pequeno texto, mas também porque é bem conhecida a apetência dos Egípcios pelo fenómeno da aliteração gráfica ou prosódica, a qual neste texto se detecta.
Uma outra leitura dos signos seria fazê-los radicar num modelo que remonta já ao período do domínio hicso (séculos XVII-XVI a.C) e que depois se desvaneceu; a ser assim, a fórmula do escaravelho podia ser uma desajeitada interpretação do modelo "a-n-r" associada a uma intencionalidade arcaizante.
Finalmente, a base do escaravelho exibe, em simetria, o signo "djed", um símbolo osírico que marca presença entre os mais solicitados amuletos, ladeado aqui por duas coroas vermelhas do Baixo Egipto com o seu típico adereço projectado para a frente e enrolado na ponta, estando cada uma delas voltada para o exterior: trata-se da coroa "decheret", a qual pontificava entre a simbologia faraónica e que também era usada, entre outros, pelo deus Hórus e pela deusa Neit. Incorporação: Outro - Desconhecido Proveniência: Desconhecido. Egipto
Origem / Historial: Exposta na "Sala do Egipto" até 1980.
Bibliografia | ARAÚJO, Luís Manuel de - Antiguidades Egípcias, vol. I. Lisboa: MNA, 1993, pág. 282 | BEN-TOR, Daphna - "The Scarab". Jerusalém: Museum of Israel, 1939, pág. - | FERNÁNDEZ E PADRÓ, Jordi H, Josep - "Amuletos de tipo egipcio del Museo Arqueologico de Ibiza", Trabajos del Museo Arqueologico de Ibiza, 16. Ibiza: 1986, pág. - | NEWBERRY, Percy E. - Ancient Egyptian Scarabs. An introduction to Egyptian Seals and Signet Rings. Chicago: Ares Publishers, 1979, pág. - | VERCOUTTER, Jean - Les Objects Égyptiens et Égyptisant du Mobilier Funéraire Carthaginois, Bibliothèque Archéologique et Historique, XL. Paris: Paul Geuthner, 1945, pág. - | |
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