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FICHA DE INVENTÁRIO
Museu:
Museu Nacional de Arqueologia
N.º de Inventário:
983.503.2
Supercategoria:
Arqueologia
Categoria:
Epigrafia
Denominação:
Ara de Liberius
Datação:
II d.C. - III d.C. - Época Romana
Matéria:
Tijolo, estuque e calcário
Dimensões (cm):
altura: 59; largura: 46; espessura: 50;
Descrição:
Monumento funerário em forma de ara "opus latericium" com vestígios de pintura. A cornija apresenta-se saliente e sobre esta dois tijolos que funcionam como toros. A base é também saliente. Embutida a meio do fuste, destaca-se placa calcária rectangular epigrafada A paginação pouco cuidada segue tendencialmente o eixo de simetria. O Epitáfio de uma criança, identificada apenas através de um único antropónimo, o gentilício latino Liberius, aqui utilizado como cognonem - ou, melhor, como nome individual. Pese embora a pouca idade do defunto - e a origem etimológica de Liberius no substantivo comum liber, "livre" (cfr. Kajanto, 1982, p.280) -, trata-se, quase certamente, de um indivíduo de condição servil. (Segundo J.C.R. 2002, cat. 281) D(iis) . M(anibus) . S(acrum) / LIBERIVS/ ANNOR(um) V / H(ic) . S(itus est sit tibi) . T(erra) . L(evis) // Tradução: "Consagrado aos Deuses Manes. Liberio, de 5 anos (de idade), está aqui sepultado. A terra te seja leve."
Incorporação:
Outro - Mandato legal. Escavações do MNA
Proveniência:
Tróia
Origem / Historial:
As ruinas de Tróia são conhecidas desde o século XVI, época em que Gaspar Barreiros e André de Resende as indicam, erradamente, como sendo as da cidade romana de Cetóbriga (actual Setúbal). Ignora-se o nome antigo deste lugar. André de Resende escritor quinhetista, humanista e, como lhe chamou Leite de Vasconcelos "o pai da arqueologia portuguesa" ali realizou pesquisas. A designação "Tróia" encontra-se registada em documentos datados do século XVI. Ao longo dos séculos XVII e XVIII são levadas estátuas, colunas, inscrições e outros vestígios desta estação. No séc. XVIII, organizada pela Infanta D. Maria, futura D. Maria I, realiza-se importante escavação. No século XIX, com o intuito de escavar Tróia, surge em Setúbal a primeira sociedade arqueológica do país, a "Sociedade Arqueológica Lusitana". Desenvolve trabalhos entre 1850 e 1856. Cresce, e atrai, gradualmente, novos membros. Entre as figuras convidadas pela "Sociedade" a visitarem Tróia, encontram-se o Duque de Palmela e o próprio D. Fernando II, mais tarde seu protector. Nos finais do século XIX, inícios do século XX, são publicados os primeiros estudos sobre as ruínas de Tróia. Destacam-se os trabalhos de José Leite de Vasconcelos e Inácio Marques da Costa. As primeiras escavações arqueológicas metódicas iníciam-se 1947 e 1948 dirigidas por Manuel Heleno, professor na Faculdade de Letras de Lisboa e 2º director do Museu Etnológico do Dr. Leite de Vasconcelos até 1967 (hoje, Museu Nacional de Arqueologia). Colaboram nestas escavações Fernando Bandeira Ferreira nas décadas de 40 e 50, e, Manuel Farinha dos Santos e D. Fernando de Almeida na década de 60. Este último, sucede a Manuel Heleno na direcão do Museu, e das escavações de Tróia até 1976. Centra os seus trabalhos no núcleo religioso, pondo a descoberto o complexo do templo paleocristão, as oficinas de salga que o circundam, assim como, a necrópole das sepulturas de mesa e parte da oficina de salga a sudeste desta. Estas escavações, não obstante algumas paragens, continuam até 1973. António Cavaleiro Paixão, colaborador de D. Fernando de Almeida foi o técnico responsável de 1976 a 2004. Este período, caracteriza-se por trabalhos de escavação menores e levantamento topográfico de toda a estação, destacando-se ainda, a realização de alguns trabalhos de conservação e restauro. Na década de 90 do século XX publicam-se dois importantes estudos interpretativos das ruínas de Tróia. O primeiro, da autoria de Robert Étienne, Yasmine Makaroun e Françoise Mayet, intitulado Un grand complexe industriel à Tróia (Portugal) (1994). Foca a importância do sítio enquanto produtor de salgas de peixe. O segundo, inserido na obra de Justino Maciel, Antiguidade tardia e paleocristianismo em Portugal, debruça-se sobre o núcleo religioso da basílica paleocristã. Em 2005, ao abrigo do protocolo celebrado com o IPPAR e o IPA (IGESPAR), com o intuito da salvaguarda, recuperação, restauro e a valorização das Ruínas, é criada uma equipa de Arqueologia responsável por este sítio arqueológico. Após a descoberta de alguns fornos, compreendeu-se também, que recipientes cerâmicos e louças de cozinha eram fabricados em oficinas localizadas na margem direita do rio. O abundante espólio recolhido ao longo das sucessivas campanhas de escavação permite situar no séc. I d.C. o início da ocupação, que se estende até aos sécs. V/VI d. C. Fontes: Adília Alarcão, in "Portugal das Origens à Época Romana, MNA, 1989. Site: (www.troiaresort.net). Ara a Liberius: Durante escavações feitas pela equipa do Museu nos anos 1950.
 
     
     
   
     
     
     
 
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