Denominação:
Santa Clara tomando o hábito
Dimensões (cm):
altura: 85; largura: 82;
Descrição:
A pintura integra o vasto programa pictórico que anima a capela de São João Batista. O presente exemplar situa-se num dos caixotões do teto.
O testemunho do percurso terreno da fundadora do Mosteiro é ilustrado nesta pintura que revela o episódio da profissão da santa, narrado pelo seu biógrafo, Tomás de Celano, na Legenda Sanctae Clarae, publicada em 1256, e principal fonte hagiológica da santa: chegada a Santa Maria de Porciúncula, Clara “foi rcebida à luz dos archotes pelos irmãos reunidos em oração à volta do altar, (…) foi ali que os irmãos lhe cortaram os cabelos e que ela abandonou nas suas mãos todas as jóias e adornos…”
Santa Clara figura com grande dignidade, de frente para o observador, ajoelhada e com as mãos juntas ao nível da cintura, no ato de desabotoar o vestido. Apresenta o cabelo preso, enfeitado com um diadema, um rosto oval, de tez branca e olhar baixo; usa um sumptuoso vestido de amplas mangas, que cingem nos punhos, em tom marfim com padrão de inspiração vegetalista em tons laranja e verde, complementado por gorjeira, a sublinhar a origem social da santa; sobre o peito, uma corrente de ouro. Um frade franciscano, à esquerda, com o hábito da Ordem e cabeça tonsurada, corta-lhe os cabelos. As figuras são secundadas por dois anjos: o da esquerda segurando, dobrado, o “hábito da penitência” e o outro, ao centro da composição, erguendo uma grinalda de flores que adornava a cabeça de Clara.
Incorporação:
Transferência - (Mosteiros extintos) Mosteiro das Chagas de Lamego.