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FICHA DE INVENTÁRIO
Museu: Museu Nacional de Arqueologia Supercategoria: Arqueologia Categoria: Instrumentos e utensílios Denominação: Armela de asa de sítula Técnica: Fundição em molde Dimensões (cm): altura: 7,2; largura: 7; espessura: 0,5; Descrição: Armela figurativa de asa de sítula de espelho circular, em forma de mascarão. Rosto esquemático, espalmado, implantado numa ligeira concavidade, mostrando o nariz e os olhos quase imperceptíveis: é delimitado por uma coroa ou orla radiada, de sulcos profundos e constantes. Travessão comprido, com moldura dividida por um traço longitudinal, segmentada por pequenos traços perpendiculares; o engrossamento nos extremos originou protuberâncias igualmente divididas. Anel de suspensão, redondo, e olhal periforme, proporcionado pelo uso da peça. Incorporação: Achado - Escavações arqueológicas. Proveniência: Sta. Vitória do Ameixial
Origem / Historial: A descoberta da villa romana de Santa Vitória do Ameixial ocorreu na sequência de trabalhos de exploração de uma pedreira na aldeia de Santa Vitória. O proprietário dos terrenos comunicou o facto a José Leite de Vasconcelos, que já suspeitaria da existência de importantes vestígios arqueológicos no local, tendo enviado o conservador do museu Luis Chaves, para proceder a escavações, o que ocorreu 1915 e 1916. A publicação dos resultados só viria a ocorrer bastante mais tarde, no vol. 30 da 1ª série de “OAP”, de 1938.
“Villa dos Mosaicos lhe chamei em 1916 num artigo de O Seculo da Noite, de 26 de Março (…). A princípio das escavações de Santa-Vitória, supus-me sôbre as ruínas dum vicus de colonos (…). À medida que as escavações se alargavam, convenci-me de que estava ali, não o que restava de um aldeamento, mas de uma autêntica villa de grande proprietário, senhor das terras, que a circundavam, e formariam ubérrimo latifúndio nas mãos de bom lavrador (…).
Luis Chaves escava parte da villa, que se encontrava já muito destruída, pelo saque a que vinha sendo sujeita pela população local, para a recuperação e reaproveitamento dos materiais de construção, nomeadamente a pedra, pondo a descoberto o peristilo da residência senhorial e as termas, ambas com notáveis pavimentos de mosaico. Para além dos mosaicos, o espólio integra ainda importantes vestígios de escultura de vulto e escultura arquitectónica, materiais de construção, moedas, cerâmicas, utensílios e adornos variados.
Bibliografia | CHAVES, Luís - " Acerca da «villa» luso-romana de Santa Vitória do Ameixial ", in Revista de Arqueologia, tomo I. Lisboa: 1932, pág. 250 - 255 | CHAVES, Luís - "Estudos Lusitano-romanos. A «villa» de Santa Victória do Ameixial (...) Escavações em 1915-1916, in O Arqueólogo Português, 30. Lisboa: 1938, pág. 14 - 117 | CHAVES, Luís - "Latifúndios de Romanos no Alentejo. Uma «villa» romana", in Bol. A. C. Agricultura Portuguesa, 24. Lisboa: 1922, pág. Separata | PINTO, António José Nunes - Bronzes Figurativos Romanos de Portugal. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2002, pág. 332 nº 221, Est. 146 | VASCONCELOS, José Leite de - "Entre Tejo e Odiana", in O Arqueólogo Português, série I, vol. XXI. Lisboa: Imprensa Nacional, 1916, pág. 162 | |
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