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FICHA DE INVENTÁRIO
Museu: Museu Nacional de Arqueologia Supercategoria: Arqueologia Denominação: Capitel califal Datação: X d.C. - Idade Média - Contexto Islâmico Dimensões (cm): altura: 25; largura: 26,5; Descrição: Capitel compósito, de tipo califal, de mármore branco. Ostenta uma profusa decoração fitomórfica estilizada que cobre toda a superfície, num rendilhado, muito ressaltado pela profundidade dos espaços livres (trépano). No coxim, é possível discernir, embora muito gasto, o elemento estilizado da árvore de vida, repetido. Do ponto vista tipológico, pertence aos chamados capitéis em «favo-de-abelha», nos quais as clássicas folhas de acanto e outros elementos ornamentais praticamente desapareceram, dando lugar a um complexo reticulado feito a trépano. Incorporação: Outro - Desconhecido
Origem / Historial: Capitel de proveniência desconhecida.
Não foi possível averiguar a sua proveniência uma vez que o registo no Livro de Entradas MNA referente a E 6564 descreve uma peça completamente diferente. De momento, não se conhece outra documentação referente a este capitel que, no entanto, foi várias vezes reproduzido.
Baseando-se em "presumível origem de Silves", este capitel foi depositado no Museu Municipal de Arqueologia de Silves em 1990, integrando aí a sua exposição permanente, conjuntamente com outro capitel califal também do acervo do MNA, nomeadamente E 6566.
Silves, a Shilb dos Árabes, foi um importante centro político, económico e cultural na época islâmica, tendo desempenhado o papel da capital do reino taifa dos Banu Muzaiyin que aí reinaram de 1028 a 1063, como posteriormente na época das segundas taifas de uma duração efémera. Conquistada aos Muçulmanos em 1189, pouco tempo depois voltou para o domínio islâmico, mantendo-se assim até 1240 (segundo outros autores até 1242), data da sua definitiva conquista cristã.
O património islâmico foi sujeito à destruição premeditada e depois disperso.
As escavações iniciadas na zona da antiga alcáçova de Silves no início dos anos 80 revelaram a existência de diversas estructuras da época califal e também posteriores.
Por outro lado, as fontes documentais e literárias árabes mencionam a existência de sumptuosos edifícios, palacianos e religiosos, donde provavelmente provém o capitel em apreço.
Texto de: Eva - Maria von Kemnitz
Bibliografia | AAVV - História de Portugal, vol.I. Barcelos: Portucalense Editora, 1928, pág. p.415 | CATÁLOGO da Exposição: Portugal Islâmico. Os Últimos Sinais do Mediterrâneo. Lisboa: Min.Cult.; IPM; MNA, 1998, pág. 72 | KEMNITZ, Eva - Maria von - "O Património Islâmico de Silves no Acervo do MNA", Actas III Jornadas de Silves. Faro: Tipografia União, 1997, pág. p. 57 | LACERDA, Aarão de - "História da Arte em Portugal", 1. Porto: Portucalense Editora, 1942, pág. p.173, Fig. 199 | PEREIRA, Paulo (dir.) - História da Arte Portuguesa, volume I: Círculo de Leitores, 1995, pág. - | MACHADO, João L. Saavedra - Subsídios para a História do Museu Etnológico do Dr. Leite de Vasconcelos. O Arqueólogo Português, Vol.V. Lisboa, 1964, pág. p.284, Fig.110 | TORRES, Cláudio; MACIAS, Santiago - O legado islâmico em Portugal: Círculo de Leitores, 1998, pág. - | |
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