MatrizNet

 
Logo MatrizNet Contactos  separador  Ajuda  separador  Links  separador  Mapa do Site
 
sexta-feira, 3 de maio de 2024    APRESENTAÇÃO    PESQUISA ORIENTADA    PESQUISA AVANÇADA    EXPOSIÇÕES ONLINE    NORMAS DE INVENTÁRIO 

Animação Imagens

Get Adobe Flash player

 


 
     
     
 
FICHA DE INVENTÁRIO
Museu:
Museu Nacional de Arqueologia
N.º de Inventário:
994.9.5
Supercategoria:
Arqueologia
Categoria:
Escultura
Denominação:
Estátua feminina de orante
Datação:
I d.C. - Época Romana
Matéria:
Mármore
Dimensões (cm):
altura: 188,8; largura: 86; espessura: 55,5;
Descrição:
Estátua de personagem feminina vestida de longa túnica talar ("stola"), pregueada, presa por duas fíbulas aos ombros ("chiton") caindo em todo o comprimento junto aos pés, e uma capa ("palla") que envolve o ombro e braço direitos cruzando a cintura por baixo do braço do mesmo lado. Apoia o corpo sobre o pé esquerdo flectindo ligeiramente o joelho direito. Decapitada e jarretada, tem os dois braços partidos pelos cotovelos, aparentemente estariam dobrados à altura do colo e em atitude de ofertante. Apresenta mutilações e escaras em toda a superfície, nomeadamente no manto. (Segundo ficha do Catálogo de escultura Romana do MNA, da autoria de José Luis de Matos). Este tipo de peça corresponde às denominadas estátuas orantes que seguem modelos da época baixa clássica e helenística - destacando-se a estátua de Artemísia do Mausoléo de Halicarnasso - e que surgem reinterpretadas na época imperial para representar personagens públicas importantes, ou imperatrizes como Lívia. Constitui uma obra de indubitável feitura local, não só pela qualidade medíocre da sua execução, mas também na sua própria concepção. O seu labor superficial reflecte um tratamento agressivo do mármore, em que as pregas são duras e rígidas e realizadas de maneira mecânica e sem manter nenhuma correspondência com a estrutura corporal que supostamente cobre. As formas do corpo surgem insinuadas de forma esquemática por baixo das pregas da vestimenta. Esta anulação da anatomia da personagem em favor da representação dos panejamentos está patente no peito e nas pernas, e sobretudo na cintura e ancas. Esta circunstância traduz-se na inexistência de transição entre as metade superior e inferior do corpo e na forma rectangular e estática que adquire a estatuária. Esta peça faria, provavelmente, parte integrante de um programa iconográfico estatuário juntamente com as restantes de que falam André de Resende e Amador Arrais no século XVI (ver Origem/Historial). Este tipo de escultura de vulto inteiro presta, muitas vezes, alguma dependência em relação à arquitectura, estando prevista a sua colocação para um nicho, ficando por isso com uma parede pelas costas, deste modo o acabamento da parte de trás da escultura surge desprezado ou pouco cuidado como é o caso desta peça.
Incorporação:
Doação - Deu entrada no Museu Nacional de Arqueologia, no ano de 1902, oferta do Visconde da Amoreira da Torre.
Proveniência:
Mértola.
Origem / Historial:
*Forma de Protecção: classificação; Nível de Classificação: interesse nacional; Motivo: Necessidade de acautelamento de especiais medidas sobre o património cultural móvel de particular relevância para a Nação, designadamente os bens ou conjuntos de bens sobre os quais devam recair severas restrições de circulação no território nacional e internacional, nos termos da lei nº 107/2001, de 8 de Setembro e da respectiva legislação de desenvolvimento, devido ao facto da sua exemplaridade única, raridade, valor testemunhal de cultura ou civilização, relevância patrimonial e qualidade artística no contexto de uma época e estado de conservação que torne imprescindível a sua permanência em condições ambientais e de segurança específicas e adequadas; Legislação aplicável: Lei nº 107/2001, de 8 de Setembro; Acto Legislativo: Decreto; nº 19/2006; 18/07/2006* Desde a sua descoberta até ao presente, o percurso desta estátua é longo. Encontrada em Mértola no século XVI deve fazer parte das oito ou dez estátuas a que se refere André de Resende nos seus escritos (" Antiquitatum Lusitaniae et de Municipio Eborensi, De Myrtili ") ou das cinco ou seis mencionadas por Amador Arrais ("Diálogos") e que, descoberta em Mértola em vida daqueles dois escritores (século XVI) foi trazida para a Quinta da Amoreira da Torre, perto de Montemor-o-Novo no século XVII, onde permaneceu até aos finais do século XIX quando foi redescoberta por Gabriel Pereira. Deu entrada no Museu Nacional de Arqueologia, no ano de 1902, oferta do Visconde da Amoreira da Torre de Montemor-o-Novo. No Diário do Governo nº 52, de 6 de Março de 1902, foi publicado um Louvor do Ministro das Obras Públicas, Comércio e Industrias ao Sr Visconde da Amoreira da Torre pela oferta destas estátuas. (OAP VII, p.100)
 
     
     
   
     
     
     
 
Secretário Geral da Cultura Direção-Geral do Património Cultural Termos e Condições  separador  Ficha Técnica