Museu:
Museu Nacional de Arqueologia
Supercategoria:
Arqueologia
Datação:
Idade do Bronze Inicial
Técnica:
Ouro fundido em molde e martelado.
Dimensões (cm):
espessura: 0,1; diâmetro: 2,7;
Descrição:
Aro de forma subcircular e discóide, apresentando a superfície lisa e polida, com excepção do interior, que se apresenta rugoso e despolido.
O conjunto de oferendas metálicas da sepultura da Quinta da Água Branca (Lovelhe, Vila Nova de Cerveira, Viana do Castelo) constitui parte de um enterramento masculino em cista grande. Encontrado em 1906 e publicado por José Fortes na Portugalia em 1908, constitui um dos mais notáveis conjuntos do género atribuíveis ao Bronze Antigo (c. 2250 – 1750 a.C.).
A adaga ou espada curta, produzida em cobre arsenical (Cu, As), o diadema fabricado numa fina lâmina de ouro martelado e decorado com duas bandas de zig – zag limitadas por linhas paralelas executadas em repoussé, os dois anéis em espiral e os dois anéis de aro simples, fabricados a partir de arames de secção rectangular achatada, caracterizam este espólio de excepção certamente associado a uma personagem socialmente importante.
A individualização do ritual funerário que constitui um dos evendos marcadores do início da Primeira Idade do Bronze (Bronze Antigo e Bronze Médio – c. 2250-1250 a.C.) assiste ao aparecimento de verdadeiros “enterramentos de excepção da nova ordem social em que sobressai o elemento andriarcal e o tema das primeiras armas metálicas (espadas curtas e punhais de lingueta, alabardas, pontas Palmela – Senna – Martinez, 2013) que juntamente com as primeiras jóias áureas constituem elementos destes pacotes funerários de prestígio, tal como no exemplo vertente, mas também em vários outros casos peninsulares (p. ex: Fuente Olmedo, Valladolid – Valls e Delibes de Castro, 1989; Gruta das Redondas, Carvalhal de Aljubarrota – Natavidade, 1901).
A escassez relativa de artefactos metálicos durante toda a Primeira Idade do Bronze, as condições da sua produção em âmbito doméstico, o consumo limitado e a sua associação primordial a enterramentos ou a “depósitos marcadores de território”, tudo se conjuga para que esta primeira metalurgia ibérica tenha um cariz não-tecnómico e associado primordialmente à produção de bens de prestígio ao serviço da ostentação de status das respectivas elites nascentes (Senna-Martinez, 2013).
Aro de forma subcircular e discoide, apresentando a superfície lisa e polida, com excepção do interior, rugoso e despolido.
Incorporação:
Compra - Dr. J. L. de Vasconcelos a um ourives da Rua dos Clérigos no Porto
Proveniência:
Quinta da Água Branca.