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FICHA DE INVENTÁRIO
Museu:
Museu Nacional de Etnologia
N.º de Inventário:
AB.043
Supercategoria:
Etnologia
Categoria:
Ritual
Denominação:
Figura relicário
Autor:
Desconhecido
Local de Execução:
Cabinda (?), Angola
Grupo Cultural:
Kongo
Datação:
XX d.C.
Matéria:
Madeira, metal, espelho, tecido, missangas, substâncias orgânicas e pigmentos policromos.
Dimensões (cm):
altura: 18;
Descrição:
Figura relicário em madeira com representação de figura humana, na posição ajoelhada. Metade do corpo (cabeça, tronco e membros) é recoberta por uma espessa camada de argila branca; a outra metade é do mesmo modo revestida de uma camada de argila mas de cor vermelha. A figura apresenta-se de joelhos, com a parte posterior apoiada sobre os calcanhares e as mãos apoiadas sobre os joelhos. Apresenta no ventre, dorso e cabeça, relicários com incrustações de missanga branca e tampos de vidro espelhados. Duas cavilhas metálicas (só tem uma) perfuram o peito na direção do coração. Tem como vestes apenas uma cinta de pano passada entre as pernas, e uma fita de algodão de cor vermelha em volta da cabeça.
Incorporação:
Compra
Proveniência:
Angola
Origem / Historial:
Os "minkisi" são figuras que materializam as forças da terra invisível dos mortos e que sob o controlo humano atuavam ao nível pessoal, político e económico dentro das comunidades Kongo. «...a figura ajoelhada com uma expressão estranha no rosto [esta peça] é quase incompreesível, mas constitui outro exemplo da infindável variedade de "minkisi". A pose e o facto de um dos lados estar pintado de branco e outro de vermelho sugerem que os "remédios" nas costas, na cabeça e na barriga tinham a intenção de obter benesses. O curioso objeto de ferro enfiado no peito é único e misterioso.» «No pensamento dos povos Kongo, um "nkisi" (pl. "minkisi") era uma força personalizada da terra invisível dos mortos que tinha escolhido, ou sido induzida a submeter-se a um certo grau de controlo humano efetuado através de rituais. O perito que conduzia tal ritual era o "nganga" (operador ou sacerdote; pl. baganga) do nkisi. O ritual podia ser mais ou menos elaborado, demorar uns minutos ou muitos anos a ser completado e requerer a participação de qualquer número de pessoas, de um só indivíduo a uma aldeia inteira ou mais. Incluia habitualmente cantos, danças, restrições de comportamento, recintos especiais e espaços preparados, e um aparato material vagamente prescrito. O aparato material incluía instrumentos de música, a presença do nganga e dos seus pacientes, ou clientes, artigos de uso, remédios e, finalmente, um objeto central que era o próprio "nkisi" no sentido restrito de recetáculo da força que dava poder.» «Um "nkisi" foi revelado plo espírito ao "nganga" que primeiro o compôs, que recebeu instruções quanto ao seu uso e que, através da iniciação, pode instruir o seu sucessor. A composição era alcançada acrescentando "remédios" ao receptáculo - uma figura de madeira, um pote de barro, um corno de animal, um saco ou uma combinação de tudo isto. Os remédios consistiam de matérias naturais escolhidas quer porque visualmente representavam os atributos a ser encarnados nesse particular "nkisi"...» Fonte - MacGaffey, 2000: 44.
 
     
     
   
     
     
     
 
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