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FICHA DE INVENTÁRIO
Museu:
Palácio Nacional da Ajuda
N.º de Inventário:
4052
Supercategoria:
Arte
Categoria:
Cerâmica
Denominação:
Jarra (1:2)
Título:
Jarra “Educação de Aquiles”
Centro de Fabrico:
França, Sèvres
Oficina / Fabricante:
Manufactura Imperial de Sèvres
Datação:
1863 d.C. - 1865 d.C.
Matéria:
Porcelana dura, esmalte de grande fogo, ouro
Técnica:
Porcelana moldada, pintura policroma sobre porcelana, douragem brunida.
Dimensões (cm):
altura: 112 cm;
Descrição:
Jarra em porcelana, em forma de “Vase-Œuf”, fundo “bleu du roi” ou “azul de Sèvres”, constituída pela sobreposição de três elementos, ligados por um eixo metálico, no estilo etrusco, com forma de ânfora. Apresenta uma grande reserva oval, no bojo, contendo cena mitológica em policromia; restante decoração a ouro. O pé, assente sobre soco sextavado, é delimitado por largo friso dourado; um filete medeia a secção larga do pé. O colo é limitado superiormente por anel entre dois filetes dourados, imediatamente antes do arranque do bojo, constituído na secção inferior por faixa dourada com efeitos. A grande reserva, delimitada por moldura de elementos vegetalistas e enrolamentos, em dourado, contém o “A Educação de Aquiles” em policromia. O centauro, explica a Aquiles, jovem, a forma de pegar no arco. Um filete, largo, limita inferiormente o colo e o bocal. As asas, de bronze, em forma de asas de ânfora, morfologicamente simples, arrancam da zona média do boje, sobreelevam-se ligeiramente ao bocal que envolvem no remate.
Incorporação:
Transferência - Casa Real
imagem
Origem / Historial:
As jarras foram uma oferta de Napoleão III a D. Luís I, em 1867. "Constam na documentação de Sèvres como Deux vases Œuf 2ème grandeur fond bleu décor en or cartels de Figures l’Éducation d’Achille / L’Enlèvement de Déjanire (MNS, Archives, Registre Vbb 12, fl. 43v.). Chegaram ao armazém de venda, em Junho de 1865 (MNS, Archives, RegistreVv 7, fl. 36, nº 77), e foram apresentadas na Exposição Internacional do Porto nesse mesmo ano (MNS, Archives, liste manuscrite, carton U10(1)). Segundo Cardoso Pinto (PINTO, A. Cardoso, Sèvres dans les collections de l’Etat Portugais, Lisboa: Institut Français au Portugal, 1940, Sep. do Bulletin des Etudes Portugaises, consagrado às Comemorações dos Centenários de 1940, p. 14.), este artista pintou O Rapto de Djanira, a partir da pintura Déjanire enlevée par le centaure Nessus (1617-1621), de Guido Reni (1575-1642), no museu real do Louvre (ML, inv. 537) (Cf. http://cartelfr.louvre.fr/cartelfr/visite?srv=car_not_frame&idNotice=18684 [consulta de 20.06.2008] na Base Atlas, para as peças expostas no museu do Louvre). Apoil assinou e data o primeiro dos medalhões (PNA, inv. 4051). Na opinião de T. Préaud, o recurso à cópia da pintura de cavalete nas decorações era intencional nessa época, da parte de Brongniart e do seu círculo, de forma a fixar em porcelana obras de arte frágeis que, de outra fora, poderiam perder-se (Préaud, Tamara, “The Nature and goals of Production at the Sèvres Manufactory” In: PRÉAUD, Tamara e OSTERGARD, Derek E. (Ed.), The Sèvres Porcelain Manufactory: Alexandre Brongniart and the Triumph of Art and Industry, 1800–1847, New York: The Bard Graduate Centre for Studies in the Decorative Arts and Yale University Press, 1997 (cat. exp., The Bard Graduate Centre for Studies in the Decorative Arts), p. 86). Anos mais tarde surgem no arrolamento com o seguinte verbete: Jarra de Sèvres, azul-escuro com asas em bronze cinzelado e bases lisas do mesmo metal dourado, tendo numa um medalhão pintado – Grupo d’um centauro levando uma mulher em mão envolta numa túnica amarela e um manto vermelho, tudo emoldurado em ouro. // A outra jarra (…) representando um grupo d’outro centauro ensinando um adolescente vigoroso a manobrar um arco, grupo que representa a educação de Aquiles….(APNA, Arrolamento Judicial do Palácio Nacional da Ajuda, op. cit,, vol. 1 p. 27v., nº 19)” in CORREIA, Cristina Neiva, Quelques Petits Souvenirs de Sèvres, in Revista de Artes Decorativas nº 2, Porto, Citar, 2008, pp. 104-105. Mitologia: “Quíron (gr. ?e????), meio homem e meio cavalo (centauro), era filho do titã Cronos e de Fílira, uma das oceânides. Crono uniu-se a Fílira na forma de um cavalo, daí a forma híbrida do filho. Quíron não tinha a natureza selvagem dos outros centauros, filhos de Íxion e da nuvem; ele era, na verdade, ?o mais justo dos Centauros' (Il. 11.832). Apesar de ser meio-irmão de Zeus, Posídon e Hades, vivia entre os mortais em uma gruta do monte Pélion, na Tessália. Os conhecimentos médicos foram transmitidos aos mortais por seu intermédio. Grande caçador, conhecedor de música, de plantas medicinais, de cirurgia e de outros conhecimentos práticos prezados pelos antigos, Quíron era amigo dos heróis Peleu, a quem salvou certa vez da fúria dos outros centauros, e de Héracles. Foi o educador de vários outros heróis, entre eles Aristeu e seu filho Acteon, Aquiles, filho de Peleu, Asclépio, filho de Apolo, e Jasão, o futuro líder dos argonautas. Pode dizer-se que ele é o mais antigo professor da mitologia grega”. http://greciantiga.org/arquivo.asp?num=0690&opc=cmed0694 [consulta de 15.08.2015] Modelo: “Na forma, as jarras-ovo eram típicos exemplares do ‘estilo etrusco’, uma faceta essencialmente decorativa da renovação estética de finais do século XVIII e inícios do XIX, tal como a descreve Linda Roth (ROTH, Linda, “Paire de vases «Oeuf», In: NOUVELLE-KAMERER, Odile (dir.), L’Aigle et le Papillon. Symboles des Pouvoirs sous Napoléon. 1800-1815 [cat. exp. St. Louis Art Museum, 2007 / Boston Museum of Fine Arts, 2008 / Musée des Arts Décoratifs, 2008], Paris: Les Arts Décoratifs, 2008, p. 209), quando os decoradores recorreram a modelos inspirados na Antiguidade para a arquitectura de interiores, para os recheios e para os objectos propriamente ditos. A divulgação e grande influência nas formas couberam, sobretudo, aos muito famosos arquitectos Percier e Fontaine. Ottomeyer (OTTOMEYER, Hans, ‘The Metamorphosis of the Neoclassical Vase” In: Vasemania. Neoclassical Form and ornament in Europe. Selections from the Metropolitan Museum of Art, [exp. Bard Graduate Center for Decorative Arts, Design and Culture], Nova Iorque-Londres: Metropolitan Museum of Art – The Bard Graduate Center for Decorative Arts, Design and Culture – Yale University Press, 2004, p. 28) realça a clivagem em torno de 1835, na qual as novas formas e decoração baseada em modelos da Antiguidade perdem importância para o historicismo, dando lugar a uma rápida sequência de revivalismos. As várias jarras do acervo da Ajuda correspondem a esta nova fase”, in CORREIA, Cristina Neiva, Quelques Petits Souvenirs de Sèvres, in Revista de Artes Decorativas nº 2, Porto, Citar, 2008, p. 100. Localização: À data do arrolamento, a jarra encontrava-se na Sala da música.
 
     
     
   
     
     
     
 
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